18 de maio: Diga não à violência infantil

18 de maio: Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a data foi criada para relembrar o caso da menina Araceli.

No ano de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”.

Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade.  No dia 18 de maio, uma sexta-feira, (como hoje), Araceli saiu da escola mais cedo a pedido da mãe e desapareceu. O corpo foi encontrado no dia 24 de maio, em avançado estado de decomposição, em uma mata.

Os três principais suspeitos, membros de algumas das famílias mais tradicionais e influente do estado, foram absolvidos no julgamento, e a família de Araceli jamais recebeu qualquer resposta ou justiça pelo que aconteceu.

A proposta do “18 DE MAIO” é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais das crianças e dos adolescentes.

Essa data nos lembra da impunidade que crimes como esse costumam ter.

O fato é que provar o abuso, a violência sexual contra crianças e adolescentes é muito difícil, porque há o medo, há o silêncio e, principalmente, relações de poder que sustentam esse sistema.

Estudando sobre o assunto, fiquei pensando, nesses 43 anos de luta, quantas Aracelis já foram vítimas de alguma violência sexual?

Quantas crianças e adolescentes são vítimas da própria família?

Quantas crianças são vítimas dos pais, das mães, padrastos, das madrastas, dos avôs, das avós.

Como profissionais da saúde e do direito, temos que estar preparados para lidar com a exploração sexual e o trabalho infantil, respeitando as convenções internacionais ratificadas pelo país e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é muito claro a esse respeito.

Dados do disque 100, serviço nacional do Direitos Humanos revelam que 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes foram denunciados.

O turismo e as estradas permanecem como algumas das principais formas de exploração das crianças e adolescentes. Recentemente a Policia Rodoviária federal – PRF em parceria com a Organização Não Governamental – ONG Childhood Brasil apontou que 2.487 pontos vulneráveis para a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Dados de 2017 a 2018, aponta que 59,5% deles estão em áreas urbanas. Goiás é o segundo estado com mais pontos vulneráveis.

São considerados pontos de vulnerabilidade para exploração sexual de crianças e adolescentes todos os locais que apresentem algum risco aos meninos e meninas que vivem ou passam pela região. Os mais perigosos são postos de combustíveis, bares, casas de show, pontos de alimentação e pontos de hospedagem.

Por que a violência contra crianças sensibiliza a sociedade mais do que outros crimes?

Podemos pensar em vários aspectos, no entanto, vejo que a sociedade tem uma afirmação de que as crianças e adolescentes são pessoas vulneráveis, por condições, são incapazes de responder pela sua capacidade.

Por isso, toda vez que alguém agride, há uma comoção porque são frágeis, tem umas condições de inferioridade em ralação ao adulto.

Se a sociedade comove depois do acontecido é hora de unir forças para prevenir a exploração das crianças e adolescentes.

É importante ressaltar que a criança tem um aspecto no coletivo de que é ser divino e inocente.

A pedofilia não escolhe classe, ela pode estar em qualquer pessoa. Do engravatado ao sem sandália.

Prova dessa realidade aconteceu durante a intervenção luz da infância, mas precisamente no dia de ontem a policia federal realizou a maior operação de combate à pornografia infantil na história do País.  Destaque a fala da Delegada Juliana Emerique, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).

“O mais interessante nesta investigação é que na pedofilia não temos um rosto definido. O pedófilo está em todas as classes sociais. Esse comportamento tem que ser combatido de forma nacional, como está sendo feito hoje”. (Entrevista realizada para o portal de notícia (G-1).

Nessa operação foi descoberto um caso específico de uma criança que passava vídeos para o próprio tio. É uma crueldade dentro da própria família.

Essa crueldade com o desenvolvimento infanto-juvenil, acontece tanto na  família  quanto com pessoas que encontram com as crianças e adolescentes ou seja, os pedófilos estão lugares imprevisíveis.

Os crimes praticados contra crianças sempre serão de maior sensibilidade, pois os pequenos demonstram fragilidades e são indefesos.

A criança é

Um ser frágil de informação.

Uma pessoa que está iniciando a vida e acaba que o trauma afeta a sua história de vida.

Atenção: Pais é importante conversar com seu filho ou sua filha.

O tema sexualidade ainda é visto como um tabu, é fundamental desmitificar o assunto, é preciso conversar com a criança, mas atenção, respeitando a sua idade e cada fase.

É imprescindível garantir a toda criança e adolescente o direito ao desenvolvimento de sua sexualidade de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual.

Acolhe a criança, observa o comportamento dela.

Diga não à violência a criança e adolescentes.

Não deixe a criança engolir o choro!

Todos os profissionais juntos pela prevenção do abuso e exploração de crianças e adolescentes!

Por Eanes Moreira

Depoimento das Crianças na Justiça

Foto Capa: Tirada no corredor de uma faculdade

2 comentários em “18 de maio: Diga não à violência infantil”

  1. Bom dia!
    Realmente é comovente ver uma criança ser abusada, machucada, maltratada e morta. Meus Deus, doe a alma.
    A criança com toda inocência confia no adulto e depois sofre o trauma.
    Devemos conscientizar e informa sobre este tema sim. Nunca é pouco falar e demonstrar que podemos evitar que algumas crianças não passem por isso.

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