DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Dificuldade de aprendizagem. O que é?

De onde vem?

Como ajudar?

A dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere aos desafios persistentes que algumas crianças enfrentam em seu percurso escolar e ao adquirir novas habilidades ou conhecimentos.

Essas dificuldades podem surgir de várias formas incluindo um ou alguns destes fatores:

Neurológicos;

– Genéticos;

– Variações no desenvolvimento cognitivo (processamento de informações, memória, atenção, habilidades perceptivas, estilo de aprendizagem);

– Transtorno de linguagem;

– Ambientais (acesso limitado à educação de qualidade, recursos educacionais escassos e/ou inadequados ou experiências de vida);

– Saúde física (visão, audição, motor);

– Emocionais (traumas, eventos estressantes, negligência, abuso, experi6encias adversas).  

A origem das dificuldades de aprendizagem pode ser variada.

 A experiência nos mostra que a maioria dos casos podem ser atribuídos a diferenças no funcionamento cerebral afetando a forma como uma pessoa, no caso, a criança processa informações.

Para prevenir e ajudar a criança com dificuldades de aprendizagem, é essencial entender suas necessidades individuais para poder oferecer apoio personalizado, direcionado e específico à sua reabilitação.

Neste apoio pode-se incluir técnicas de ensino adaptadas, uso de recursos educacionais especializados, apoio sócio-emocional e comunicação aberta para entender quais estratégias funcionam melhor para a criança em questão.

Aprendizagem da criança com surdez

Além disso, é fundamental promover um ambiente de aprendizagem inclusivo e positivo, onde a criança se sinta acolhida e encorajada a explorar possibilidades de todo seu potencial.

De acordo com a Definição do National Joint Committee of Learning Disabilities – NJCLD – 1988, a dificuldade de aprendizagem

é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita, ou do raciocínio matemático”.

As perguntas que comumente ouvimos em relação aos Distúrbios de Aprendizagem são:

  • O professor, em sala de aula, pode detectar um distúrbio de aprendizagem e encontrar soluções para este aluno?
  • O professor tem condição de, sozinho, solucionar este problema ou há necessidade em procurar outros profissionais?
  • Como ajudar o aluno com distúrbio de aprendizado?

O tamanho da turma pode limitar o professor de fornecer apoio individualizado a cada aluno durante as aulas, dificultando a construção do conhecimento formal, especialmente para alunos que requerem mais “atenção”.

A quantidade de conteúdo a serem ministrados no bimestre pode limitar o professor em dedicar tempo maior para se aprofundar em conceitos complexos, de fornecer feedback individualizado e de promover discussões significativas que agregaria àqueles que apresentam limitações.

Detectar problemas no desenvolvimento infantil também pode ser desafiador em uma sala de aula, não somente pelo pouco tempo, porém, alguns problemas podem passar despercebidos devido à falta recursos para observar cada aluno de perto.

Alguns sinais de problemas no desenvolvimento podem ser sutis e requerem observação cuidadosa e conhecimento especializado para serem identificados.

E, mesmo que o professor consiga detectar problemas no desenvolvimento infantil, encontrar soluções individualizadas para cada aluno é extremamente difícil, especialmente em uma sala de aula lotada.

Essas soluções podem exigir intervenções especializadas, recursos adicionais e necessidade da colaboração com profissionais de apoio, como psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos e até assistentes sociais, dependendo da complexidade de cada caso.

As demandas da sala de aula de hoje são grandes, e precisamos reconhecer que os professores precisam de apoio adicional para enfrentar os desafios de ensinar e respaldar o desenvolvimento de cada aluno.

Na relação entre pedagogo ou psicopedagogo e aluno em sala de recursos, embora haja proximidade e suporte, acredito que a dinâmica seja mais voltada à adaptação curricular.

Esses profissionais visam oportunizar recursos e estratégias para ajudar o aluno a superar seus desafios educacionais, contudo, há uma lista de espera enorme (na instituição pública) e ao chamar a criança para o atendimento, já não está mais naquele ano ou escola.

Na psicopedagogia clínica particular, é possível estabelecer, entre o psicopedagogo e o paciente uma relação mais próxima, são cinquenta (50) minutos exclusivos focados para sanar as dificuldades específicas.

Em sala de aula o professor demonstra o desejo e até intenciona conseguir, no entanto, vemos que se torna inviável devido a todas essas questões limitantes acima elencadas porque: “ou ele é professor ou é terapeuta”.

Existem três fases básicas no desenvolvimento do ser humano:

Abaixo descrevo uma interpretação simplificada do desenvolvimento humano, não há uma concordância universal sobre essas divisões, no entanto, são úteis, compreensíveis e fáceis de os pais terem uma base.

Sabemos que cada criança é única e pode atingir marcos de desenvolvimento em momentos diferentes, mas assim é possível eles terem uma ideia geral do que esperar em diferentes períodos da vida de seus filhos e como apoiar seu desenvolvimento.

  • Fase da 1ª Infância (0 a 6 anos) – ocorre um desenvolvimento rápido e crucial, onde a criança absorve informações do ambiente ao seu redor.

O cérebro dela funciona como uma esponja. Absorve tudo o que acontece, incluindo aprender através da interação e imitação.

  • Fase da 2ª Infância – Intermediária (7 a 12 anos) – durante essa fase, a criança já adquiriu uma boa independência, aprendem muito observando o comportamento dos adultos e das figuras de autoridade.

Ela faz o que vê você fazer.

  • Fase da Adolescência (12 a 21 anos) – esta fase é de transição, onde o jovem está explorando e descobrindo sua identidade pessoal, suas relações interpessoais, costumo dizer que agora vai aplicar o que ouviu, viu e atuar em seus relacionamentos.

É importante ressaltar que o desenvolvimento humano é um processo contínuo e dinâmico, influenciado por um ou mais daqueles de fatores mencionados no início deste texto.

Embora os marcos e fases do desenvolvimento forneçam uma estrutura útil para entender o crescimento humano, elas não devem ser vistas de forma rígida ou como regras e sim, como alerta e acompanhamento.

Os pais, cuidadores, avós que moram com os netos, desempenham um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento saudável da criança, oferecendo amor, estímulo, orientação, oportunidades para explorar e aprender cada vez mais e melhor!

E, além disso, é importante estar atento às necessidades individuais de cada criança e adaptar as abordagens de acordo com seu ritmo de desenvolvimento e personalidade única.

Em alguns casos, a criança pode apresentar “comorbidades” é um termo que se   refere-se à presença de dois ou mais transtornos em uma mesma pessoa ou uma criança pode ter mais de um desafio de saúde ou transtorno ao mesmo tempo.

No contexto do desenvolvimento infantil, as comorbidades podem incluir situações em que uma criança diagnosticada com TDAH também apresenta dificuldades de aprendizagem ou transtornos de ansiedade, por exemplo.

É importante compreender que o diagnóstico preciso é o primeiro passo para o gerenciamento adequado das dificuldades de aprendizagem.

Uma avaliação psicopedagógica é essencial a fim de identificar todas as condições que afetam a criança e desenvolver um plano de tratamento e suporte eficaz.

Saiba que você não está sozinha nessa jornada.

Existem muitos recursos e serviços disponíveis para ajudá-la a lidar com as dificuldades do seu filho, sejam elas quais forem. Não hesite em buscar apoio!

Necessitando de psicopedagoga, psicomotricista, especialista em reeducação da leitura e escrita, estou à disposição nas redes sociais (@dri.lucchin) para apoiá-la em qualquer dúvida que possa surgir, para obter mais informações ou apenas se quiser conversar!

Por Dri Lucchin

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