A INCLUSÃO ESCOLAR DURANTE A PANDEMIA

Reflexos da pandemia frente a inclusão a em todo o contexto escolar.

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou a pandemia do coranavírus, com ela o mundo inteiro precisou se adaptar ao novo modo de viver e buscar formas para minimizar a disseminação da doença.

Com esse contexto, escolas precisaram ser fechadas, crianças e adolescentes passaram a estudar à distância, evidenciando ainda mais os problemas da educação brasileira.

Como citado no texto “O impacto da pandemia na educação”, o ensino remoto não seria levado a todos como deveria e traria inúmeras perdas para a educação das crianças brasileiras.

As perdas são ainda maiores quando se trata da Educação Inclusiva e na garantia do direito à educação das pessoas com deficiência.

Segundo o CENSO do IBGE de 2010, 45,6 milhões de pessoas (23,9% da população) tem algum tipo de deficiência no Brasil. É preciso pensar que já se passaram mais de 10 anos desses dados.

O que já era um problema quanto a questão de acesso as aulas online para alunos da educação “normal”, se torna um problema ainda maior esse acesso para alunos da educação inclusiva.

Falta acesso à internet, falta estrutura para estudar em casa, falta computador, para ambos os públicos. Mas em se tratando de pessoas com deficiência, o uso da internet sofre grande alteração, apenas 36,8% da população com deficiência fazia uso, contra 59,3% da população sem deficiência, no Brasil, em 2016.

A educação e a pandemia

Além da falta de acesso à internet e equipamentos, outro problema é que a maioria dos sites e aplicativos não possuem a acessibilidade necessária para que os alunos da inclusão possam acessar e realizar as atividades propostas de maneira correta.

Esbarra-se, também, na falta de conhecimento técnico e pedagógico dos professores para a implementação do ensino online e muitas vezes, esses professores, não são incentivados a estudar, pesquisar e aprender como usar as tecnologias a seu favor em suas aulas, a fim de garantir a inclusão de pessoas com deficiência.

Essa é uma questão muito importante de se destacar, pois cabe aos governos e escolas o incentivo, a distribuição de equipamentos necessários e de cursos de capacitação para os professores se aperfeiçoarem e sentirem preparados.

Professores qualificados ofertaram um ensino de mais qualidade e inclusivo para todos em sala de aula, tanto de forma online, como na forma híbrido  durante o período da pandemia.

Outro fator importante, as famílias não conseguem utilizar a internet ou equipamentos para auxiliar seus filhos nas aulas online. Por não terem tempo, pois precisam trabalhar e não tem outra pessoa que possa ajudar ou não sabem como utilizar das tecnologias para ensinar seus filhos. Além de, claro, a falta de acesso a equipamentos necessários e internet.

Na escola, os alunos da inclusão têm professores de apoio que os auxiliam na realização das atividades, fazendo adaptações e propondo metodologias diferentes para que o aluno compreenda melhor o que está sendo proposto.

Geralmente, o professor de apoio é um especialista em educação especial ou também, pode-se contar com o apoio do professor do Atendimento Educacional Especializado para a elaboração de planos individualizados para cada aluno de acordo com sua necessidade.

O professor do Atendimento Educacional Especializado, faz o atendimento em contra turno escolar para esses alunos, a fim de ajudar a remover os obstáculos existentes no ensino regular e para que as pessoas com deficiência continuem nas escolas regulares e acompanhem a turma em que estão considerando suas possibilidades.

Os professores de apoio e o regente da turma em que o aluno está matriculado, conversam e planejam atividades e intervenções de acordo com as especificidades de cada aluno, para que ele continue acompanhando sua turma e seja incluído nas atividades do cotidiano, a fim de promover a inclusão escolar e social desse aluno.

Em casa, isso se torna um pouco mais difícil, pois, mesmo quando se tem alguém para auxiliar nas atividades, muitos pais ou cuidadores não estão preparados, não conseguem entender o processo de aprendizagem para que o aluno entenda e realize as atividades de maneira satisfatória.

Existe, também, a falta de interação com o outro, com colegas em sala, com o meio social em que o ambiente escolar proporciona ao aluno com deficiência.

Nisso, a pandemia trouxe grandes prejuízos, pois o ambiente escolar, a interação que os alunos têm uns com os outros, as trocas, brincadeiras e apoio que existe naquele ambiente, por hora, não se tem mais.

Sendo assim, os alunos se veem presos em casa, sem poder sair, ver os colegas, os professores e sem poder interagir com outras pessoas além do seu meio familiar.

Muitas vezes, o isolamento social pode aumentar a sensação de não pertencimento, de que estão sendo excluídos ou causar impactos na saúde mental desses alunos com deficiência.

Caso a família perceba algo nesse sentido, é importante procurar ajudar profissional de psicoterapeuta para ajudar a entender o momento e melhorar o impacto que a pandemia trouxe para a vida desse aluno.

Além do auxílio de professores de apoio em sala, muitos alunos fazem diversas terapias com outros profissionais, como, psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, etc., para que consigam acompanhar o ensino em sala de aula.

E com a pandemia, essas terapias também foram interrompidas, deixando os alunos com menos preparo para a realização de atividades, principalmente, quando se é de modo online.

Assim, acaba evidenciando, ainda mais, a exclusão desses alunos ao invés de inclusão. E não é isso que a escola e nem a família desejam.

Posto isso, com toda essas questões que dificultam ainda mais para os alunos com deficiência no processo de ensino e aprendizagem, escolas e professores se viram numa situação que precisavam agir o mais rápido possível.

Foi preciso elaborar propostas de atividades adaptadas para cada aluno e ao novo cenário de pandemia no Brasil.

Na maioria das vezes, são atividades impressas, professores confeccionando jogos pedagógicos, propondo situações de aprendizagem a partir das possibilidades das famílias e da rotina que se tem em casa, para assim, possibilitar a continuação de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com deficiência no período de pandemia.

Nesse período de pandemia, se faz ainda mais importante, que o professor regente, de apoio e o do Atendimento Educacional Especializado estudem e planejem as atividades e intervenções que serão realizadas com os alunos com deficiência durante o tempo que estarão estudando em casa.

Pois com o apoio e ajuda de todos, fará um trabalho de orientação ainda melhor para as famílias, o que se faz muito necessário no momento.

Contudo, o aspecto mais importante e a estratégia que mais se tem resultado é a parceria entre escola/professor e família. A família, mais do que nunca, precisa estar presente nas atividades escolares de seus filhos.

Professores têm produzido vídeos explicativos para orientar as famílias em como conduzir as atividades em casa, têm usado de ferramentas de redes sociais e outras, como Facebook, WhatsApp, Google (Classroom, Meet, Drive) e Zoom para manter esse contato com o aluno e família e auxiliar no que for preciso na realização de atividades em casa.

Esse contato do professor com o aluno da inclusão e a família, não é importante somente no que se refere ao ensino, as orientações e explicações de atividades para serem feitas em casa.

É importante, também, para manter o vínculo entre professor e aluno, ajuda no aspecto emocional do aluno, bem como a importância de conhecer um pouco mais sobre a realidade de cada um e de sua família, podendo, então, fazer intervenções mais acertadas para as próximas propostas de atividades escolares.

Portanto, Os alunos da inclusão têm professores de apoio que os auxiliam na realização das atividades, fazendo adaptações e propondo metodologias Façam de tudo para que esses alunos não sejam ainda mais prejudicados pelo momento em que o Brasil e o mundo está passando.

Logo, tudo passará, fiquem bem! O mais importante é cuidar do bem estar e zelar pela aprendizagem dos alunos nesse momento de pandemia.

Por Erica Lacerda

Capa: FreePik

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