A ansiedade de mães e pais de criança com desenvolvimento atípico.
Ao nascermos, nós humanos dependemos do cuidado e da atenção do outro. Os autores Barroso e Machado falam que “é humanamente impossível as crianças desenvolverem-se sozinhas, os pais constituem o seu meio de crescimento.
Esses cuidados são ofertados em sua grande maioria por nossos pais. O que muitas vezes é gerador de ansiedade para eles.
Ao nascer um filho, os pais assumem quase na totalidade a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso das suas crianças, que se transforma no seu próprio sucesso ou fracasso como educadores e como seres humanos.
Em pesquisa, Santos e Veja, detectaram que a maternidade pode ser uma experiência de busca de sentido: “na maternidade, há um chamado para vivenciar o relacionamento com seu filho e atender a necessidade do outro com suas características pessoais, sentimentos e ações.
A maternidade e paternidade, por si só pode ser uma experiência de grande ansiedade. A parentalidade pode gerar um misto de emoções.
Segundo Gronita, “o conflito de expectativas comporta ansiedade e tensão, mesclada por um sentimento de culpabilidade, transformando a parentalidade num período caracterizado também por alguma decepção, muitas incertezas e grande cansaço”
Os pais e as mães precisam encontrar um equilíbrio entre as fantasias e expectativas que começaram nos sonhos dos pais, antes da concepção do filho.
Dessa maneira, ao nascer uma criança, cria-se uma relação que mistura o desejo dos pais ao desenvolvimento da criança. Tal relação será essencial para seu desenvolvimento. O grande desafio dos pais é superar essas emoções e atuar da melhor forma possível para o bom desenvolvimento da criança.
A relação familiar toma um caráter mais especial para as crianças com deficiência e desenvolvimento atipico.
Gronitta relata que são as famílias, apesar das dificuldades emocionais que procuram encontrar, por diversos e dispersos serviços, informação sobre a deficiência do seu filho e as condições facilitadoras do desenvolvimento global da criança e otimizadoras das interações criança/família.
A descoberta de uma condição crônica de saúde em um membro da família é um momento complexo, mas essa situação se agrava na infância e é permeada de sentimentos negativos e comportamentos diversos, como: revolta, medo, frustração, não aceitação, desespero, angústia, confusão, tristeza, culpa, preconceito, uma sensação de vazio interior, choque, vergonha, depressão e ansiedade
Ao descobrir a deficiência e ou as complicações no desenvolvimento, a família experimenta o luto de expectativas, ansiedade e encara diversas mudanças.
O nascimento de uma criança com deficiência destrói as expectativas dos pais relativamente ao filho desejado e traz consigo uma multiplicidade de mudanças e desafios à família e inúmeras alterações à sua dinâmica.
O termo desenvolvimento atípico vem sendo utilizado para sinalizar pessoas com necessidades educativas especiais que apresentam deficiência física ou intelectual, ou prejuízo no acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem por dificuldades e/ou deficiências que podem não estar vinculadas a uma causa orgânica, mas que requerem código de comunicação diferente do usado pela maioria dos estudantes.
Crianças com desenvolvimento atípico necessitam de uma estimulação e por vezes tem um tipo próprio para cada conquista do desenvolvimento.
Do diagnóstico ao desenvolvimento da criança pode ser fonte de grande ansiedade para os cuidadores, por isso é essencial o apoio aos pais.
O ponto central é identificar as crenças e conhecimento dos cuidadores a respeito do desenvolvimento da criança. Muitos pais, por falta de conhecimento, limitam o Desenvolvimento daquela criança e estimulam da forma adequada. Dessa forma o conhecimento é uma estratégia para minimizar essa ansiedade.
A rede de apoio também fara grande diferença, o apoio familiar, da escola e equipe de profissionais de saúde que acompanha essa criança necessita também olhar para essa mãe.
Por vezes é necessário também que os cuidadores também façam acompanhamento.
Por Caroline Nunes
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Referência Bibliográfica
CALLONERE, A.; FERREIRA ROLIM, S.; HÜBNER, M. M. Relações familiares e escolares em práticas inclusivas. Comportamento em foco, São Paulo, v. 1, p. 87-102, 2011.
GRONITA, J. O anúncio da deficiência da criança e suas implicações familiares e psicológicas. [s.l.] Instituto Nacional para a Reabilitação, 2008.
SANTOS, S. G. A. G. DOS; VEGA, V. DA S. P. REALIZANDO VALORES ATRAVÉS DA MATERNIDADE. In: ADAYLSON WAGNER SOUSA DE VASCONCELOS; THAMIRES NAYARA SOUSA DE VASCONCELOS (Eds.). . Ciências Humanas: Características Práticas, Teóricas e Subjetivas 2. 1. ed. [s.l.] Atena Editora, 2019. p. 151–154.
VIEIRA, S. DE S. et al. Descoberta da deficiência auditiva pela família: vendo o futuro idealizado desmoronar. Acta Paul Enferm., v. 25, n. special issue 2, p. 82–88, 1 dez. 2012.