ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO OU REFORÇO ESCOLAR

Há diferença entre o atendimento psicopedagógico ou reforço escolar?


Esta é uma dúvida que muitos pais têm, se há diferença entre o atendimento psicopedagógico e o reforço escolar.

Geralmente, a busca por ajuda está relacionada ao desempenho escolar de seus filhos.

Então, quem e quando procurar, um psicopedagogo ou um professor particular para o reforço escolar?

A diferença está na atuação de trabalho de cada profissional. Para isso, precisa-se entender um pouco sobre a atuação de cada profissional para saber quem e quando procurar um deles.

Entenda quando procurar ajuda para sua criança.

A criança pode apresentar dificuldades no decorrer dos anos escolares e é importante que todos, escola, professores e família, observem essas dificuldades, se são momentâneas ou se existem há algum tempo.

As dificuldades podem aparecer por diferentes motivos, por isso é muito importante que sejam identificadas o mais rápido possível para procurar a ajuda adequada para auxiliar o desenvolvimento dessa criança durante o processo de ensino-aprendizagem.

Amadurecimento e responsabilidade

Quando essa dificuldade é de cunho pedagógico, em que a criança necessita de reposição e/ou fixação de conteúdos, ou tirar dúvidas, deve ser indicado um professor particular para realizar esse trabalho com a criança.

O professor particular buscará adequar o conteúdo escolar àquela criança que tem pouco rendimento escolar e que não tenha alcançado os objetivos propostos para tal disciplina, ou seja, que tenha dificuldade de aprendizagem.

Assim, assimilar o conteúdo é o objetivo a ser alcançado pelo professor particular com a criança. Para isso, o professor precisará adaptar os conteúdos de uma forma mais simples, de fácil entendimento e que desperte interesse na criança, com o intuito de minimizar o fracasso escolar.

O professor particular ajuda a entender o conteúdo escolar até a criança ser capaz de fazer sozinha, se faz através de revisões, reforçando sempre os conteúdos e utilizando os materiais da escola como apoio para suas aulas.

No entanto, nada impede de o professor procurar outros materiais para suas aulas, para não ficar preso somente aos materiais da escola.

É importante buscar por diferentes tipos de materiais e estratégias pedagógicas para as aulas de reforço escolar, tudo isso, com o objetivo de que a criança assimile os conteúdos que têm dificuldade na escola e que com o tempo, consiga acompanhar a turma sozinha.

No reforço com o professor particular, o conteúdo escolar é o foco da aprendizagem.

É um período de aula além do ensino regular e pode ocorrer em qualquer dia da semana e horários variados, geralmente, o reforço escolar dura o período de uma hora a cada dia, podendo ser de uma, duas ou três vezes por semana, depende muito da necessidade da criança e condições financeiras da família.

Quando a dificuldade é de origem neurológica, ou seja, que se tenha um transtorno de aprendizagem, é necessário que procure um psicopedagogo para trabalhar com a criança essa dificuldade.

Quando a escola e a família percebem que todas as ações e intervenções realizadas com a criança na escola não garantiram ou não atingiram resultados significativos no processo de aprendizagem e no rendimento escolar, se faz necessário que se procure um psicopedagogo para uma avaliação psicopedagógica para avaliar se existe algum transtorno de aprendizagem e realizar o processo de intervenção.

O psicopedagogo trabalha o processo de ensino-aprendizagem com a criança, lida com questões crônicas, sendo elas as mais comuns em crianças e adolescentes no ambiente escolar, a dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), déficit de processamento auditivo (DPA) e discalculia, entre outras.

O psicopedagogo ajuda a desenvolver habilidades para aprender e entender como o sujeito aprende, para então, criar estratégias para vencer as dificuldades. Desta forma, o conteúdo escolar fica em segundo plano e a criança é o centro e que precisa ser entendida e trabalhada para melhorar seu desempenho escolar.

No atendimento psicopedagógico, se desenvolve habilidades envolvidas no processo de aprender, como a atenção, organização, memória, entre outras e utiliza diversos recursos para isso, como jogos, desenhos, histórias e muitos recursos lúdicos para dar motivação para a criança em aprender.

O psicopedagogo fará uma avaliação psicopedagógica para avaliar o que está impactando na aprendizagem dessa criança.

Avaliará as habilidades cognitivas, entre elas a memória, concentração, atenção, classificação e seriação, etc., observará como a criança lê, escreve e interpreta, como resolve problemas de ordem lógica e de cálculo e como a criança aprende.

Através da anamnese feita com algum familiar, geralmente a mãe ou pai da criança, o psicopedagogo conhecerá o histórico de vida dessa criança, desde a gestação até a idade atual, percebendo a dinâmica familiar e escolar, podendo ter uma visão de como essa criança se relaciona nos diferentes ambientes sociais e como enfrenta ou não os conflitos em seu cotidiano.

Após a sessão de anamnese, as sessões de avaliações com a criança, que geralmente são em seis consultas, observando seu desenvolvimento durante esses encontros, com estratégias pedagógicas específicas e levando em consideração as queixas da família, é possível chegar a um diagnóstico.

Assim, o psicopedagogo marcará uma sessão de devolutiva para a família, informando como a criança aprende e o que interfere no processo de aprendizagem da criança.

Nesse encontro de devolutiva, também são feitas as recomendações de tratamento e indicações de outros profissionais, quando necessário, podendo ser fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, entre outros.

Esses profissionais, também podem indicar o acompanhamento de um psicopedagogo para seus pacientes, formando, então, uma equipe multidisciplinar para melhor atender as necessidades desse paciente.

Feita a devolutiva, inicia-se o acompanhamento psicopedagógico. Nessa fase, o psicopedagogo utiliza-se de vários recursos para realização das intervenções necessárias com o paciente, a fim de obter um bom resultado e que as dificuldades sejam sanadas satisfatoriamente.

Os recursos utilizados são conforme as dificuldades e distúrbios de aprendizagem de cada paciente, sempre respeitando seu tempo e modo de aprendizagem.

Geralmente, o psicopedagogo utiliza recursos com atividades lúdicas, jogos e brincadeiras para trabalhar os déficits de aprendizagem de determinado paciente.

Desenvolve, também, atividades para estimular a percepção visual, espacial e auditiva, dinâmicas para desenvolver a sua autonomia em momentos de estudo, para que, com o tempo, o paciente acredite em seu potencial e consiga realizar tarefas sozinho.

O número de sessões do atendimento psicopedagógico não é igual para todos, depende muito do grau de dificuldade do paciente, de quais distúrbios apresenta e da sua resposta aos atendimentos e atividades.

As sessões geralmente duram entre 50 e 60 minutos cada, podendo ser de uma a duas vezes por semana, a depender da dificuldade e necessidade de cada paciente.

Durante as sessões de intervenção, o psicopedagogo precisa da parceria da família e da escola. É importante que o psicopedagogo entre em contato com a escola assim que tiver um diagnóstico do paciente para conversar sobre as dificuldades da criança.

O psicopedagogo realiza visitas à escola nessa fase de atendimentos, mediante autorização da escola e responsáveis. Essas visitas, são para analisar o comportamento da criança em sala de aula, durante os intervalos, em todos os momentos em que ela está na escola.

Essa observação na escola é para ver se a criança é quieta demais ou hiperativa, como interage com professores e colegas da sala de aula e demais turmas.

A parceria do psicopedagogo com a família e a escola é de suma importância para o desenvolvimento da criança, formando uma rede de apoio, orientando em ações que ajudem a criança a se desenvolver, perceber sua capacidade e potencializar sua autonomia, superando suas dificuldades.

Assim, poderá planejar as intervenções da melhor forma possível para o desenvolvimento da criança.

Essas são as diferenças básicas de um atendimento psicopedagógico e um atendimento de reforço escolar com um professor particular.

É importante ficar atento às dificuldades apresentadas pela criança para, então, procurar o profissional correto e não perder tempo quanto ao desenvolvimento da criança.

Pais e escolas precisam ter um olhar atento e observar o comportamento das crianças, para realizar as intervenções corretas e no tempo certo, para que não se tenha ainda mais prejuízos a essas crianças que precisam de ajuda, seja um acompanhamento psicopedagógico ou reforço escolar.

Por Érica Lacerda

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