DESCOBRINDO A DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Deficiência auditiva  descobrindo suas diversidades

Diversidade na deficiência auditiva?

Como assim?

Não é todos deficientes auditivos que usam libras?

Se você, como eu antes de conhecer essa população, acreditava que todos os deficientes auditivos sabiam Libras, esse texto irá te mostrar que não é bem assim.

 Em um dos meus textos aqui no blog, mencionei sobre os 5 sentidos. começamos a entender como eles funcionam e a importância de cada um para nossa percepção de mundo. Clique aqui para ver.

 Assim descobrimos a audição e seu papel. Quando a pessoa tem uma deficiência auditiva existe uma diversidade de pontos a serem considerados.

Essa perda pode ser de vários níveis, como mostro na tabela:

Tipos de Perda AuditivaCaracterística auditiva
Audição normalPode ouvir acima de 20 dB HL
Perda auditiva levePerda entre 25 e 39 dB HL Dificuldade em entender a fala em ambientes barulhentos
Perda auditiva moderadaPerda entre 40 e 69 dB HL Dificuldade em entender a fala sem uso de aparelho
Perda auditiva severaPerda entre 70 e 89 dB HL Necessita de aparelhos e implantes para recuperar parte da audição
Perda auditiva profundaPerda auditiva mais de 90 dBHL

Fonte: Escuta agora

Outro ponto a ser considerado é se essa deficiência é progressiva ou está estabilizada. Lembrando que muitas patologias auditivas podem ser progressivas ao longo da vida.

Se ela foi adquirida antes ou depois da aquisição da língua, existem crianças que nascem ou adquirem a perda auditiva antes de aprender a falar, outros perdem ao longo da vida.

Além da identidade do indivíduo, ou seja, do gosto, jeito e interesses daquela pessoa com deficiência.

 A depender de todos esses pontos a pessoa usará alguma estratégia para lidar com essa deficiência.

 Ela pode usar aparelhos auditivos ou fazer um implante coclear e recuperar parte da audição perdida, a depender do grau e tipo de grau perda auditiva

  Ela pode aprender a fazer leitura labial e se comunicar apenas dessa forma., sem necessariamente aprender a língua de sinais.

 Sobre isso é importante abordar uma outra questão, muitas pessoas chamam de surdo-mudo. Esse termo é errado, por que muitas vezes a pessoa não tem nenhum problema na fala.

 Mas por que muitas vezes essas pessoas não falam?

Para responder essa pergunta precisamos pensar em como nós aprendemos a falar.

Quando bebê, ouvimos nossos responsáveis pronunciando palavras, a partir dessa escuta é que tentamos imitar e assim desenvolvemos a nossa fala.

Como as pessoas com surdez não escutam, elas acabam não aprendendo a falar.

Mas a partir de uma terapia fonológica, ela é sim capaz de aprender a falar.

Devido a essa grande diversidade costumamos usar a terminologia Surdo, para aqueles que possui uma inabilidade total ou parcial de ouvir.

​Dentro desse grupo encontramos:

SURDO SINALIZADO:

Este surdo usa a língua de sinais, no Brasil é a LIBRAS. Mesmo utilizando as sinalizações e independentemente do grau de perda auditiva, ele pode ou não fazer uso de aparelho auditivo. ​

Estes nem sempre fazem leitura labial.

SURDO ORALIZADO:

Este surdo desenvolveu sua técnica vocal e esse é o diferencial: o surdo oralizado FALA.

O surdo oralizado, total ou parcial, pode usar ou não aparelho auditivo, e também fazer leitura labial para se comunicar. Utiliza a língua oral e/ou escrita.

Eles são muitas vezes confundidos com pessoas ouvintes devido a boa comunicação. Em alguns casos é possível perceber na fala que se trata de surdo oralizado, pois há “sotaque”.

 Entretanto, é importante frisar, nem todo surdo oralizado sabe a língua de sinais.

SURDO BILÍNGUE

São surdos que dominam a língua de sinais; é como uma segunda língua,  sendo a primeira a língua oral oficial de seu país, no caso de Brasil, o português. Os surdos bilíngues seriam então, oralizados e, ao mesmo tempo, usuários da língua de sinais.

Ainda tem uma outra realidade muito difícil, que são aqueles que por uma série de fatores não aprendem Libras ou português, utilizam uma linguagem caseira para se comunicar conhecida apenas por aquele núcleo familiar, o que dificulta o contato com essa pessoa.

A língua, oral ou de sinais, tem um papel central em nossas vidas, em nosso desenvolvimento, é um direito de cada um de nós. Iremos conversar sobre isso em breve.

Ao conhecer uma pessoa com deficiência auditiva, muitas vezes nos precipitamos e acreditamos que ela sabe língua de sinais ou faz leitura labial ou simplesmente nos afastamos. Mas isso não é real.

Ao encontrar uma pessoa com deficiência auditiva precisamos entender e respeitar como aquela pessoa se comunica.

Por exemplo, se ele fizer leitura labial você pode:

  1.  Ficar de frente:

As pessoas que têm perda de audição aprendem a ler os lábios e as expressões faciais de quem está falando. Portanto, seja expressivo! Deficientes auditivos não saberão as nuances de ironia ou seriedade em sua voz, mas entenderão suas expressões faciais, movimentos de seu corpo ou gestos;
           

  1. Fale em tom normal com que está usando aparelhos auditivos, evitando elevar a voz, pois isso só irá piorar a compreensão do que está sendo dito. Se a pessoa não está usando prótese auditiva fale um pouco mais alto, mas sem precisar gritar;
               
  2. Fale devagar

A boa dicção é fundamental. O importante para a pessoa com deficiência auditiva é acompanhar a conversação;
     

  1. Fale claro

 Não coloque as mãos diante dos lábios;
           

  1. Caso você note que a pessoa esteja insegura sobre o que foi dito, fale novamente usando palavras similares, ao invés de repetir palavra por palavra;
               
  2. Em qualquer curso, conferência ou situações semelhantes, trate de que o surdo fique bem situado. Na sala de aula a criança ou jovem surdo, ou com problemas de audição, deve ficar sempre na primeira fileira;
  3. Em alguns casos, um surdo com perdas profundas tem um reduzido conhecimento do vocabulário da Língua Oral, dificuldades na construção das frases e no real significado das palavras. Neste caso, construa frases curtas e simples. Se não for entendido repita. Se necessário utilize outra(s) palavra(s) com o mesmo sentido;
  4. Ou se ele se comunicar através da língua de sinais mesmo que estiver acompanhado de um intérprete, fale olhando para ele, nunca para o intérprete. Além de aprender sua língua.

A partir dessas pequenas dicas você saberá como melhor incluir quando encontrar uma pessoa com deficiência auditiva na rua ou receber em sua sala de aula. O que mais essas pessoas é de se sentir incluídas na sociedade.

A maior barreira é a comunicação. No mês passado falamos sobre o setembro azul ou setembro surdo. Você poderá ver mais aqui e entender a luta que, em especial as pessoas com surdez que sinaliza, passaram.

A sua inclusão na sociedade, pode comunicar-se com outras pessoas não-surdas é muito importante, falaremos mais sobre isso no próximo mês, mas hoje procure integrar o deficiente auditivo na conversação. ​

É muito importante vermos para além da deficiência, entendermos que aquela pessoa é um ser capaz de realizar todas as coisas, apenas precisa de algumas adaptações.

Por Caroline Lopes

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