O que pode abalar a confiança dos filhos nos pais

Uma das maiores preocupações na relação entre pais e filhos é estabelecer uma relação firme e sólida de confiança no decorrer dos anos. Conservar essa relação muitas vezes se torna um desafio e assim deixa pais angustiados e perdidos.

A confiança mútua é um potente ingrediente na qualidade da relação entre pais e filhos, porém construída e reforçada ao longo dos anos, pois diante dos problemas, aflições, decisões a serem tomadas, o vinculo familiar se encontra forte para passar por momentos conturbados.

Esperamos muito dos nossos filhos, criamos expectativas, sonhos, projeções, mas por outro lado eles também esperam e se espelham muito nos pais.

Entendendo que esse assunto CONFIANÇA, surgi muito no consultório, listei algumas atitudes que os pais e filhos trazem como quebra de confiança nessa relação.

CONFIANÇA Pais e filhos

 

http://descobrindocriancas.com.br/2017/02/27/melhorando-a-comunicacao-entre-pais-e-filhos/

  • Contar algumas mentiras: tem aquelas mentiras que usamos para proteger nossos filhos, tudo pelo cuidado e amor, que no fundo sabemos que não prejudicam em nada nossa relação com eles.

Alimentamos a sua imaginação, a fantasia e damos um incentivo, pois muitas vezes falamos: “Seu desenho está maravilhoso, é o melhor que vá vi” ou então, “Na noite de Natal o Papai Noel vai trazer seu presente”, ou até deixar seu filho ganhar no jogo para ele ficar feliz. São comunicações saudáveis e sem danos na relação.

Mas o problema são as mentiras sérias, que levam seu filho a criar expectativas como: “Vou a sua apresentação de teatro”, mesmo sabendo que terá uma reunião no mesmo horário e não poderá ir, ou “Vou chegar no horário para jantarmos juntos”.

São mentiras que tiram os pais de um momento de sufoco, para não lidar com a verdade, pois temos medo de decepcionar e magoar, mas que no final, quando seu filho percebe que o pai ou a mãe não foi assisti-lo ou que jantou sozinho, vem a frustração, o engano, a perca de confiança e isso enfraquece o elo tão bonito e forte que existe entre pais e filhos.

O melhor caminho é sempre a verdade, é dizer para o filho o que não pode ir dessa vez, mas que da próxima vai tentar vê-lo ou que chegará no horário e tente cumprir com suas promessas.

  • Desautorizar o outro responsável na frente do filho: Outro ponto que deixa a cabecinha das crianças confusas é presenciar o pai tirando a autoridade da mãe ou vice-versa.

Pensando que as maiores referências são os pais (ou quem cuida e educa a criança), se ele vê essas referências, onde ele enxerga como o ideal, o que ele quer ser.

Os pais não concordam com tudo que o outro pensa, têm personalidades diferentes, um é mais tranquilo, o outro mais rígido, porém quando se trata da educação dos filhos, precisa existir uma conversa, um acordo, um combinado do que a criança pode ou não pode, de como farão se ela desrespeitar uma regra ou até mesmo de como farão se não concordarem na frente da criança. E é muito importante que neste momento a decisão não vire uma disputa entre os pais, para ver quem ganha e sim um momento de tomar uma decisão sensata. Se caso um dos pais não concordam, o ideal é conversarem a sós, quando a criança não estiver por perto, pois o que pode acontecer com essa disputa de razões é o filho não entender o limite de cada pai e não obedece-lo numa próxima vez.

  • Faça o que eu quero e não o que eu faço: Escuto de muitos pais que há muito anos essa regra funcionava muito bem. Os pais tinham um nível de respeito e autoridade diferente do que vemos hoje.

Os filhos obedeciam apenas com um olhar dos pais e muitas vezes já era o bastante. Os filhos não ousavam fazer o que os pais faziam.

Hoje a forma de educar os pequenos passou por transformações junto com nossa cultura. As crianças precisam de pais mais comunicativos, parceiros, porém ainda firmes, pois as crianças testam os limites e se espelham nos pais.

É muito comum eu ouvir as crianças dizendo que querem usar salto alto por que a mãe usa, ou querem assistir a mesma programação que os pais assistem na Tv e muitas vezes elas tem dificuldades de entender o por que que não podem.

As crianças querem e vão imitar o comportamento, atitudes, jeito de falar, forma de se vestir. Por isso é muito importante o exemplo, que muitas vezes pesa mais do que as palavras. Hábitos como não comer verduras e legumes e exigir que o filho coma, muitas vezes não rola e faz com que ele não confie nos pais quando eles dizem que verduras e legumes são ótimos para a saúde, se vocês não comem.

   Por tanto para construir um bom nível de confiança com seu filho o ideal é haver muita comunicação, carinho, verdade e amor. Com esses ingredientes essa família terá uma relação saudável e forte.

“Confiança é o mais primitivo e básico dos sentimentos que precisa existir entre duas ou mais pessoas”

Içami Tiba


Colunista Brunna da Silva Pereira

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