Setembro Amarelo nas escolas: como a gestão escolar pode contribuir?
O mês de setembro destaca a atenção que precisamos ter com a saúde mental através da Campanha Setembro Amarelo que tem como foco a prevenção do suicídio.
Na fase escolar, o aluno com uma saúde mental saudável se desenvolve bem nos estudos, na aprendizagem e socialmente.
Esse bem-estar mental também reflete em outras áreas da vida do aluno, proporcionando equilíbrio, disposição, satisfação, entre outros benefícios que contribuem com a saúde emocional e física.
Miriam Porto é mestre em História, pedagoga especializada em Gestão Escolar e Psicologia Educacional, fundadora da OE (Orienta e Educa).
Com mais de 30 anos de experiência na área da educação, ela explica a importância da Campanha Setembro Amarelo nas escolas.
“Estamos iniciando a campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio.
Trabalhando em escolas há mais de 30 anos, avalio que nós educadores podemos abraçar essa campanha e contribuir com a conscientização para a importância da saúde mental entre os adolescentes”, explica.
Porto enfatiza a importância do olhar atento da gestão escolar para prevenir e ajudar os alunos adolescentes que apresentam mudanças comportamentais significativas.
“O nosso olhar atento nos permite perceber as mudanças (às vezes) sutis nos nossos alunos.
Cada professor atento, o coordenador, o orientador educacional, os monitores têm a responsabilidade de conhecer os seus alunos, para além do rendimento acadêmico que eles apresentam.
Quem trabalha na escola sabe dizer se um estudante mudou o seu comportamento. A minha sugestão é que estejamos sempre com o ‘olhar sensível’ para cada um”, disse.
Esses cuidados se tornam importantes, pois em casos em que o aluno apresenta sintomas de algum tipo de doença que envolve o emocional, ele pode ter ajuda de um profissional especialista, como relata Porto.
“Nós não somos especialistas em saúde mental e a avaliação deles é imprescindível para que, em caso de necessidade, o adolescente possa receber a ajuda adequada. Mas a escola e seus educadores podem contribuir na prevenção e enfrentamento de casos de ansiedade e depressão.
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A pandemia intensificou os transtornos de saúde mental.
Muitas vezes, na ânsia em cumprir calendários e ‘aprovar o maior número possível de alunos’ nos vestibulares, as escolas negligenciam a pessoa do aluno e não enxergam (ou não tem tempo para enxergar) que eles têm anseios, sonhos, medos e angústias”, relata.
Uma gestão escolar acolhedora e atenciosa, disposta a escutar o aluno, ajuda a passar pelas fases emocionais que são tão comuns na vida de todos de uma forma melhor por receber esse apoio, como explica Porto.
“Insisto que não somos especialistas em saúde mental e não podemos abrir mão do conhecimento que eles têm sobre o tema. Mas, enquanto educadores, desenvolvemos a sensibilidade necessária para observar, escutar e acolher um aluno.
E precisamos urgentemente colocar essas habilidades em prática e ajudar a prevenir e enfrentar as dores emocionais que se manifestam dentro das escolas”, finaliza.
É importante salientar que o desenvolvimento do trabalho de consultoria, sempre com foco em atender profissionais da educação com orientação e aconselhamentos, nas demandas que cada um apresenta para realizarem o melhor trabalho no colégio e na sala de aula com os alunos.
Reportagem da Eliane Honorato