Atenção! Atenção! Notícias de última hora sobre o brincar!
Não, não é um furo de reportagem, mas bem que poderia ser para assim chamar mais ainda a sua atenção sobre o brincar!
No artigo anterior foi citado sobre os benefícios do brincar e em um levantamento de dados da Secretaria Municipal da Educação da maior cidade do país, foi relatado o preocupante aumento de casos de crianças com depressão e ansiedade.
Ao abordar esse importante tema, buscou-se levantar os aspectos positivos do brincar e seus benefícios, tanto para a saúde mental da criança, como para o desenvolvimento de habilidades relacionais, sociais, emocionais e cognitivas.
Foi descrito as contribuições do brincar nos aspectos físico, emocional, cognitivo e como é possível construir várias atividades lúdicas, nutrindo as ideias da criança e participando do seu mundo imaginário!
Muitas vezes o que pode impactar quando as famílias buscam o “brincar juntos” é que acreditam que não têm paciência, estão cansados do dia de trabalho ou não servem para brincar e isso não deve ser um empecilho.
Outro aspecto que pode dificultar os pais brincarem com os filhos pode ser o fato de o adulto impor desejos e expectativas suas, esquecendo da individualidade e autonomia que está se querendo construir na criança.
Acredito que posso contribuir para transformar essas situações se, por um acaso você se identificou com algumas delas!
O cansaço, por exemplo, pode desaparecer em uma brincadeira de sombra dentro de uma “cabaninha improvisada” feita com lençóis no próprio quarto da criança, alguns objetos, brinquedos e uma lanterna (ou mesmo a luz do celular).
Você pode deitar com seu filho (aproveitando para descansar o corpo) dentro da cabana, apagar a luz do local e colocar alguns objetos para reproduzir, no escuro, somente com a luz do celular/lanterna e deixar fluir a imaginação sua e da criança!
O que poderá aparecer nessa sombra? Dependendo da junção de um ou de mais objetos, a criança poderá criar contos incríveis para você e serão momentos inesquecíveis!
Como podemos lidar com a falta de paciência?
Pode ser substituída por um brincar com show de música. Escolham as músicas da preferência de vocês, monte a sua playlist e a da criança em conjunto, busquem os diferentes estilos musicais.
Depois disso, encenem coreografias, brinquem com os tons e subtons das músicas, imitem o baterista ou guitarrista da banda que você gosta vai fazer você espairecer ao lado do(a) seu(sua) filho(a) de uma forma muito gratificante!
E você verá que não é falta de paciência… Outro “fantasma” que assombram os pais é o de não saber brincar.
Pode se transformar esse estima ilusório em uma deliciosa criação de caixas personalizadas confeccionadas com fotos antigas da família.
Uma forma de a criança conhecer seus parentes e vocês terem uma viagem linda por suas raízes. Quem sabe aparece uma foto sua, brincando! E que tal contar sobre o que você mais gostava de fazer na infância?
Passei o mês analisando alguns artigos que citavam sobre o tema “brincar” em diversos aspectos. Desde a relação com a saúde mental e física até as questões emocionais, relacionais e ainda me deparei com projetos de incentivo para o “brincar”.
Na questão da saúde, o site segs trouxe o tema sobre o aumento da miopia em crianças, nos últimos dois anos.
De acordo com a oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, a explicação para esse quadro é decorrente das crianças não saírem para brincar ao ar livre e a principal causa é o uso prolongado de dispositivos eletrônicos.
Ela aconselha a retirada do tempo excessivo das crianças nas telas, “cujo malefícios já são bem documentados”, ressalta e concluiu que os lugares abertos contribuem para a visão de longe e nos casos de miopia brincar ao ar livre previne o aumento do grau.
Este site também traz dados sobre a incidência de casos de miopia, que passaram de 1,6% para 29,6%, devido a Pandemia desde 2020. Essa foi a descoberta de um estudo com 1800 crianças publicado no British Journal of Ophtalmology,
Outro artigo interessante sobre o brincar é que foi criado pela plataforma ChangeX e o Movimento Unidos Pelo Brincar um projeto que irá financiar ações com foco no brincar.
No site observatório explica que objetivo deste projeto visa estimular o desenvolvimento das crianças a partir do brincar e de formas lúdicas de aprendizado.
Cada organização poderá se inscrever escolhendo a partir de um portfólio de 8 ideias temas do Movimento Unidos pelo Brincar. Estas ideias são:
1. brincar com confiança;
2. KABOOM – transformação dos espaços da comunidade em oportunidade de brincadeiras;
3. Comunidades Brincantes;
4. Educação para Compartilhar;
5. Playworks em sua escola;
6. Nudel Kart – desenvolvimento de conhecimentos de diversas áreas usando um carrinho de jogos com peças soltas;
7. Parques Infantis – construção;
8. Ponto do Saber – transformação de um espaço público em uma alegre oportunidade de aprendizado.
Por que trazer essa informação?
Porque o terceiro setor também está engajado em contribuir com espaços lúdicos, chegando a financiar até 30 mil projetos visando o brincar!
E por que estão dispostos a incentivar e investir esse valor neste projeto?
Por saberem da importância do brincar na infância!!!
Ao estimular a construção do conhecimento, imaginação, criatividade e a inteligência emocional estarão se preparando para serem adultos mais empáticos, solidários, responsáveis e participativos.
No brincar podemos trazer o imaginário infantil à tona e com ele os dilemas e verdades conflituosas que a criança possam estar vivenciando em cada fase da vida delas e desenvolvendo a alfabetização emocional.
Se eu lhe dissesse que no brincar é possível analisar as emoções, conhecer como eu reajo em relação a determinadas situações, que posso me automotivar, ser empático e melhorar meu relacionamento interpessoal, o que você me diria?
Se você respondeu que acharia saudável e gostaria de brincar com seu filho, parabéns! Ao brincar com a criança você pode trabalhar os cinco pilares da inteligência emocional!
Daniel Goleman autor do livro Inteligênia Emocional – a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, elencou cinco (5) pilares da Inteligência Emocional (IE) que são:
– conhecer as próprias emoções,
– analisar e controlar as emoções,
– automotivação,
– empatia e
– saber relacionar-se com intuito de reduzir as atitudes impulsivas e impensadas.
Ao conduzir o pensamento da criança de forma adequada, busca-se resolver as demandas trazidas, oferecendo um processo de tomada de decisão, maior autonomia e momentos mais saudáveis para a criança.
No brincar principalmente em família, a criança conseguirá socializar-se mais fácil, tornar-se empática e aceitar as regras da boa convivência, de forma mais natural e tranquila.
Você já viu uma criança esbravejar frente ao joguinho de vídeo-game?
Chegar a jogar o controle longe ou até chorar por não conseguir passar de “level”? Há também “amigos” no mesmo jogo ou time e não conseguem lidar com a situação.
Pois é, no joguinho tudo é mecânico e programado, Não tem como optar por outro caminho a não ser o que está programado para seguir a fase adiante e não há como explicar ou atribuir outras possibilidades.
Já no brincar real, tem como desenvolver o espírito de colaboração, é na presença do Outro, daquele que se “olha nos olhos” e que enxerga a emoção e se conectar com a criança, auxiliando-a a conhecer e controlar a emoção.
Ao trocar ideias sobre a emoção analisar, desenvolver e lapidar as emoções de forma mais leve. Nessa troca de olhares, toque e afeto é que se constrói um comportamento mais adequado, frente as dificuldades.
E do que podemos brincar para desenvolver a inteligência emocional?
De tudo! O importante é a interação, a relação, o contato e não o brinquedo ou a brincadeira em si.
Vou dar-lhes algumas ideias contudo, deixe a imaginação sua e de seu (sua) filho(a) fluir! Você gostaria de brincar com Máscaras?
Desde o processo da aquisição do material, confecção e criação?
Com Bolhas de Sabão, para desenvolver os estímulos sensoriais ou fazer um uma receita de bolachas caseiras que ambos apreciam para modelar formatos de espaçonaves, alienígenas ou animais pré-históricos? Ou, quem sabe do assunto que você gostaria de curtir com a criança?
O brincar instrui, aproxima e conecta!
Ao brincar em família, de uma maneira divertida, a criança conecta-se a si mesma e aos outros membros da família além de guardar ótimas lembranças da sua infância!
E você? Quais lembranças você tem da sua infância?
São agradáveis?
Havia vínculo?
Família estava junto realizando uma atividade em conjunto?
Como são suas memórias em relação ao brincar?
Qual era sua brincadeira preferida?
Agora reflita: Como você quer ou gostaria que seu (sua) filho(a) lembrasse da infância que ele(a) passou ao seu lado?
Por Adriana Lucchin