VAMOS FALAR SOBRE O AUTISMO

A organização mundial de Saúde (OMS), estima que existam 70 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista – TEA  no mundo.

No Brasil, apesar de não termos números precisos, a estimativa é de 2 milhões de pessoas com algum grau do transtorno. Sendo uma estimativa de uma criança com TEA para cada 68 nascimentos.

Uma evolução rápida se considerarmos que hoje 1 a cada 100 crianças nascidas estão dentro do espectro, e que há alguns anos atrás falávamos de 1 para cada 500 nascimentos.

Algumas pessoas questionam o aumento significativo de diagnósticos, então será que o autismo está na “moda”?

Não!

O autismo não é uma  moda, como muitas pessoas pensam, hoje apenas temos mais recursos para diagnosticar esse transtorno, tão complexo e diverso de forma cada vez mais precoce.

A evolução das pesquisas desde Eugen Bleuler, Leo Kanner e Hans Asperger, percussores na identificação e diagnóstico do autismo, passando pela evolução das pesquisas clínicas e científicas, chegando ao conceito atual de espectro dimensional e as pesquisas genéticas e neurocientíficas. Demonstra o quanto evoluímos tanto no diagnóstico quanto no entendimento sobre o funcionamento mental desses indivíduos.

Essas conquistas nos auxiliam na construção de protocolos terapêuticos e farmacológicos cada vez mais eficientes.

Quando falamos sobre o autismo, falamos sobre uma evolução sociocultural de como passamos a olhar pessoas com transtorno de neurodesenvolvimento como indivíduos com potencialidades, dessa maneira quebramos um pouco o paradigma de que crianças portadoras de transtornos mentais não tinham capacidades cognitivas e que poderiam evoluir pouco na aquisição de habilidades.

E outro ponto importante diz respeito a como as informações cientificas e a divulgação ajudou pessoas a realizar um diagnóstico tardio, pessoas que muitas vezes sofreram boa parte de sua vida por serem “estranhas” e entender o mundo de forma peculiar.

Dessa quando falamos sobre o aumento significativo desse transtorno, falamos também do aumentos da população, os avanços da medicina reprodutiva e neonatal, aspectos genéticos e hereditários (pesquisas já começam a identificar GENS relacionados a esse transtorno), e da influência do ambiente (pesticidas, alimentação, poluição e etc) na modificação do genoma que geram alterações herdadas pelas próximas gerações que chamamos de epigénetica.

Falamos acima de tudo sobre uma diferença humana, sobre como somos peculiares e singulares e como essas crianças tem apenas um jeito diferente e complexo de perceber o mundo.

Por Katyússia Ludwig

Imagem: Pixabay

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