Agosto é o mês que comoramos do Dia dos Pais, segundo domingo o pai fica em destaque. Figura muito importante na educação das crianças.
Mas damos o mesmo “peso” quando pensamos em Nutrição e Saúde?
Como a mãe é a responsável por alimentar o bebê enquanto gera e nos primeiros meses de vida enquanto amamenta, é muito mais comum falar sobre os reflexos dos seus hábitos na formação e no desenvolvimento do filho.
Aliás, temos muitos textos sobre essa questão aqui no Blog.
Foi-se a época em que o papel do pai limitava-se ao de trabalhar para prover o lar e se responsabilizar pelas decisões importantes a serem tomadas em casa, delegando à mulher a função de cuidar do lar e da educação dos filhos.
A verdade é que o papel do pai em questões ligadas à saúde é tão importante quanto o da mãe. Ou seja, seus hábitos também refletem na saúde do bebê. E seu estímulo também.
Apesar do homem não gestar, é dele que vem 50% do material genético. Assim, a contagem do esperma e a qualidade do mesmo são influenciados pelo seu estilo de vida.
Ou seja, cabe à mãe e ao pai, mesmo antes da concepção, uma forte influência sob a saúde da criança que será gestada.
Geralmente pensamos em responsabilidades só após a concepção. No quesito ligado à saúde e nutrição, ela acontece muito antes.
Por exemplo, se esse homem ingere bebidas alcoólicas com frequência, é fumante, acumulou metais pesados no organismo, faz uso de drogas ilícitas ou se sua alimentação foi ou não de qualidade, isso tudo é repassado ao bebê.
Essa responsabilidade não é só materna! Em especial durante os 3 meses antes do casal engravidar, esses quesitos são muito importantes.
Isso porquê o esperma para a fecundação é formado nesse período. Assim, é importante ter todo o cuidado para transmitir toda saúde possível para o futuro feto.
E esse cuidado deve estar presente, portanto, nos cuidados da vida do pai e da mãe, mesmo antes da concepção.
Hoje não acreditamos que simplesmente a genética seja fator único para a formação de um novo ser humano.
Ou seja, se a família da mãe ou do pai tem uma certa característica para doenças, a criança está “condenada” para tal fato.
Atualmente, com os conhecimentos nutricionais em epigenética, podemos acompanhar as mudanças no DNA das células ocasionados pelos fatores ambientais.
E mudar seu curso. Estou falando da genética da mãe e do pai.
Ou seja, para que o bebê possa alcançar seu potencial máximo de saúde e desenvolvimento, o pai também tem um fator primordial, desde antes da concepção.
Não só a mãe! Não entrarei nas necessidades nutricionais de ambos os sexos pra um pré-natal adequado.
Para isso, vale um acompanhamento nutricional especializado.
Pai e mãe merecem e devem ter um acompanhamento nutricional mesmo antes da gestação.
Mas um ponto quero destacar! A importância do apoio psicológico paterno antes, durante e após a gestação sob a ótica nutricional.
Quando o bebê nasce, a presença do pai é fundamental para que o bebê sinta-se amado e protegido.
Desde a gestação, assim como o som materno, ele já pode reconhecer a voz e a presença paterna.
A mulher vive uma relação mãe-bebê muito intensa, para isso dedica, muitas vezes, todo o seu tempo, toda a sua atenção e sua energia, dormindo pouco, deixando a si mesma e a outros afazeres num segundo plano, para ser neste momento inteiramente à “disposição” do seu bebê.
É um momento em que podemos dizer que a mãe está alimentando o bebê de si mesma, e, para que este processo ocorra de maneira bem sucedida, ela precisa ser alimentada por alguém: o pai!
É a ele que cabe o papel de ajudar a mãe a manter-se disposta a cuidar bem de seu filho neste momento tão especial para a vida de toda família.
Quando o pai está junto em todos os momentos, a mãe também sente-se mais segura, proporcionando um ambiente melhor para esse bebê.
Além disso, aumentam as chances de sucesso com a amamentação quando o pai é consciente, presente e apoia essa iniciativa.
Lembro-me com muito carinho dos primeiros meses pós-parto das minhas gestações.
Sempre que minhas crianças acordavam durante a madrugada, seja para mamar, seja para voltar a dormir, eu acordava. E meu marido também.
Embora a “fonte de alimentação” fosse exclusivamente eu, lembro que ele se levantava junto.
Muitas vezes se sentava ao chão, me trazia um copo de água, me fazia um carinho… simplesmente estava “ensonado” e cansado como eu, mas comigo.
Eu e ele éramos, e somos responsáveis, pela vida e bem-estar de nossas crianças.
E assim seremos sempre!
Essa presença sempre foi muito importante para mim. Para me dar apoio e incentivo.
Sem contar as ajudas para trocar a fralda, dar banho… E o incentivo para a voltar ao trabalho.
A presença paterna colaborativa auxilia muito a mãe nos primeiros 1000 dias de vida dos bebês.
Não se deve pensar, entretanto, que uma criança impossibilitada de conviver com o pai, por qualquer motivo que seja, esteja fadada a ser infeliz, menos saudável ou problemática.
Não sou especialista em psicologia, mas acredito que o apoio e a presença paterna faça falta para a saúde da mãe do bebê.
Por isso penso que na falta do pai, a mãe procure representar a figura paterna por um tio, um avô ou algum adulto do sexo masculino que tenha uma participação ativa e importante em sua vida e na vida da criança, especialmente quando pensamos em vínculo de saúde.
Ou seja, uma figura masculina que alimente-se bem, pratique esportes e incentive seus filhos nesse universo.
Como se pode perceber, o papel do pai, assim como o da mãe, é muito importante para o estilo de vida da criança e tem influência direta para toda a vida, para uma boa ou uma má formação pessoal.
Quanto mais estímulos positivos desde antes da concepção, maiores as chances de sua criança alcançar seu potencial máximo de crescimento e desenvolvimento.
O futuro de sua criança, e das futuras gerações, pode depender de você e de seu parceiro.
Não deixe nunca de consultar um profissional da área de saúde.
Por Fabiana Jarussi
Capa: Fotografa Keylla Gomes