O Flúor é um elemento químico rotineiramente indicado e usado pelos cirurgiões dentistas. Ele está presente nas pastas de dentes e nos enxaguantes bucais, mas também existem produtos cuja fórmula contém flúor e que são destinados para uso profissional pelos dentistas.
Além disso, na maior parte das cidades brasileiras o flúor está presente na água de abastecimento público. E com isso, todos os alimentos cultivados e/ou produzidos com essa água terão flúor também.
Isso tudo porque o flúor tem um papel muito importante no manejo da doença cárie.
A cárie é uma doença que gera dor, traz problemas estéticos e funcionais, e muitas vezes é a causa de perdas dentárias. Ou seja, a cárie está relacionada com piores índices de qualidade de vida, além de ser muito prevalente na população.
Mas como age o flúor?
Pra responder essa pergunta, primeiro, precisamos entender o que é a doença cárie. Em linhas gerais, a cárie é uma desmineralização, progressiva, dos tecidos dentais, causada pela interação desses tecidos com ácidos, que são resultantes do metabolismo de açucares pelas bactérias.
O flúor age de várias maneiras, sendo que as formas mais relevantes são as seguintes:
- Torna os tecidos dentais mais resistentes à desmineralização – atuando na prevenção de novas lesões de cárie
- Ajuda na remineralização desses mesmos tecidos – atuando de forma a diminuir a velocidade de evolução das lesões já existentes ou mesmo paralisando lesões iniciais de cárie.
Hoje sabemos que para ter esses efeitos, o flúor precisa estar presente na boca de maneira constante, porém em pequenas quantidades.
Para atingir a quantidade certa lá na boca é necessário usar a dosagem certa dos produtos que têm flúor.
Na água de abastecimento essa dose é regulada pelos órgãos municipais de saúde. Nas pastas a dosagem certa é alcançada quando usamos pastas fluoretadas que contenham pelo menos 1000 ppm de flúor. Esse dado está escrito no rótulo juntamente com a composição.
Agora, apesar dos benefícios, precisamos entender que o flúor é um remédio que requer controle para não ser consumido de maneira excessiva.
Esse controle passa principalmente na quantidade de pasta que colocamos nas escovas das crianças. Para crianças pequenas que ainda não sabem cuspir a quantidade de pasta é o equivalente a um grão de arroz cru. E para as maiores, cuja habilidade de cuspir já está bem estabelecida, a quantidade é igual a um grão de ervilha.
Além disso, recomenda-se que um adulto coloque a pasta na escova, pois as crianças tendem a exagerar e não deixar as pastas (principalmente aquelas com sabor mais doce e/ ou coloridas) em lugares de fácil acesso.
Por Carla Minozzo
A Erupção dos Dentes e Sua Cronologia
Capa: Fotografa Keylla