Como deve ser feita a introdução alimentar do bebê? Como escolher os utensílios na introdução alimentar do bebê?
Estamos trazendo muitas orientações nessa série sobre introdução alimentar.
Hoje vamos conversar sobre os utensílios mais adequados para o bebê durante essa fase tão importante e como escolher os melhores.
Para começar, trago informações sobre um dos materiais mais utilizados nos produtos infantis: o plástico. Mas você sabia que dependendo da estrutura do plástico ele pode oferecer riscos à saúde das crianças?
Como assim Nutri?
Os utensílios de plásticos são tão seguros para crianças, não machucam… Não seriam os melhores?
A resposta é não!
No texto anterior, discorri um pouco sobre um componente muito nocivo chamado Bisfenol-A (BPA). Para ler o artigo, clique aqui. Hoje vamos nos aprofundar um pouco mais.
Embora esteja proibido em mamadeiras no Brasil desde 2012, o BPA continua presente em muitos utensílios que o bebê utiliza, incluindo pratos, copos e talheres, além de brinquedos.
O BPA é uma substância muito instável e pode ser transportada das embalagens ou utensílios aos alimentos muito rapidamente. Basta uma mudança de temperatura ou mesmo algum dano à embalagem e o conteúdo já está contaminado.
O principal perigo do BPA é a sua capacidade de desregular os hormônios do organismo, independente da idade. As crianças, de forma específica, podem ser muito prejudicadas, uma vez que estão vivenciando a fase de crescimento e desenvolvimento.
Uma dica que dou aos pais para saber se o utensílio tem BPA, é verificar o rótulo. Isso mesmo! Assim como os alimentos, devemos ler atentamente o rótulo dos utensílios.
Caso o material seja policarbonato ou tenha os números 3 ou 7 junto ao símbolo da reciclagem, é melhor evitar.
Plásticos transparentes e mais duros, quando não contam com nenhuma identificação no símbolo da reciclagem, também costumam levar o BPA na estrutura do plástico. Sinal vermelho também!
Muitos itens já vêm com a inscrição BPA Free ou livre de BPA, que devem ter, portanto, a escolha priorizada.
Como alternativa ao plástico, temos muitos materiais atualmente que compõe os pratinhos, os copos e os talheres infantis e que trazem segurança na introdução alimentar. Exemplos são o bambu e o inox.
Pensando especificamente nos pratinhos, hoje encontramos facilmente diversas opções no mercado: pratos térmicos, com ventosa, com divisórias, com os mais diferentes personagens e desenhos… A escolha depende muito do gosto e das possibilidades financeiras de cada família.
Sempre sugiro às famílias que busquem pratos fundos tipo cumbuca, que facilitam a alimentação e evitam sujeiras, ou seja, dificulta que a criança derrame muito o conteúdo.
As opções com divisórias também são interessantes para dividir os alimentos e facilitar o reconhecimento pela criança e também sua escolha, especialmente para aquelas que praticam BLW.
Em relação aos talheres, na fase da introdução alimentar, recomendo usar apenas uma colher de silicone transparente.
O silicone é um material macio e flexível, não oferecendo risco de machucar a criança, e é confortável para segurar. O ideal é que os talheres não sejam nem muito rasos nem muito fundos.
Recomendo que o bebê tenha pelo menos duas ou três colheres, mesmo no início da introdução alimentar.
Como elas caem no chão com certa frequência, ter uma boa quantidade disponível torna o momento da refeição mais prático e dinâmico.
Quando a criança aprender a se alimentar sozinha e iniciar o movimento de pinça, que é a capacidade de segurar objetos entre o indicador e o polegar, ela pode receber pequenos garfos e facas sem pontas dos materiais de preferência da família, como inox, bambu ou até mesmo o próprio silicone.
Os copos também são indispensáveis na fase da introdução alimentar, e existem infinitas opções para serem escolhidas conforme a preferência dos pais e da criança.
Os modelos de copos de treinamento e de copos 360 tornam o manuseio mais fácil e reduzem as chances de sujeira. Podem ser com ou sem alças.
Os copos de transição também são interessantes. Esse modelo possui um bico com formato ideal para facilitar a transição gradual do seio ou da mamadeira para o copo comum.
O sistema anti-vazamento também pode ser encontrado em diversos modelos disponíveis no mercado. Na etapa inicial do processo de introdução alimentar, dois copos são suficientes.
Indico sempre que as famílias procurarem opções fáceis de limpar e sem muitos detalhes e relevos.
O grande problema dos copos infantis, é que a maioria das opções que encontramos no mercado ainda são de plástico.
Assim, atenção redobrada ao rótulo buscando sempre as opções livres de BPA. Como alternativa, sugiro procurar pequenos copos de inox ou de vidro.
O vidro ainda traz receio à maioria das famílias e pode ser deixado como opção quando a criança estiver mais desenvolvida, segura com a alimentação e com mais autonomia.
Atenção especial também deve ser dada às panelas. O preparo da comida do bebê é tão importante quanto o momento de servir.
As melhores opções são as panelas de vidro, de cerâmica ou de inox. Esses materiais não liberam substâncias prejudiciais à saúde nem soltam partes do seu revestimento.
Assim, são consideradas mais seguras para o preparo do alimento que o bebê e a família vão consumir.
A hora do armazenamento dos alimentos também é importante.
Muitas famílias optam por cozinhar os alimentos do bebê uma única vez na semana, planejando cada refeição e para que a dieta contenha todos os nutrientes necessários e a variedade recomendada.
Para isso, vale montar pequenas porções, separá-las em potes e congelar.
Mas qual seria o pote ideal? Sempre recomendo potes de vidro e de tamanho pequeno para facilitar o porcionamento e também o descongelamento dos alimentos.
Hoje já encontramos potes de vidro específicos para a introdução alimentar. Normalmente esses recipientes vêm com tampas plásticas. Assim, é bom se certificar que essa tampa não é descartável, ou seja, que pode ser reutilizada, e se é livre de BPA.
Os potes de vidros de conservas podem ser reutilizados para garantir um armazenamento mais seguro. Nesse caso, é importante se certificar que o alimento não tenha contato com a tampa metálica.
Além dos utensílios é importante que a criança esteja bem acomodada para se alimentar. Além dos cadeirões, hoje encontramos as mesinhas portáteis que podem ser acopladas facilmente na cadeira da mesa da família.
Essa foi a opção que escolhi para a introdução alimentar aqui em casa. Além de práticas, podem facilmente ser transportadas, facilitando as viagens e os passeios.
As famílias precisam optar pela ergonomia e pela praticidade. Sugiro sempre a escolha de modelos lisos e fáceis de limpar. Você vai ver que muita sujeira acontece na hora da alimentação infantil.
Se limpeza for importante para a família, assentos com capas, almofadas ou acolchoados devem ser evitados, pois ficarão sujos com mais facilidade.
Os móveis com uma bandeja removível também podem ser muito úteis, pois a limpeza é muito rápida.
E por último mais ainda importante, não devemos esquecer do babador. Na imensidade de opções que temos, sempre importante escolher aqueles que mais se adaptam à família.
Por exemplo, se a família optar pelo babador de silicone, que é mais fácil de limpar, a criança não precisará de muitas unidades, no máximo 2.
Se a família preferir os tradicionais de tecido, éinteressante ter uma quantidade maior disponível, já que eles ficam sujos rapidamente e precisam ser lavados. Nesse caso, sugiro ao menos um babador por refeição.
Outra opção interessante são os babadores tipo avental, muito usados por famílias que adotam o método BLW.
Normalmente são de plástico e podem ser limpos com muita facilidade e rapidez.
Viu quantos detalhes merecem a atenção na introdução alimentar! Aproveite as informações e curta esse momento tão delicioso!
Por Fabiana Jarussi
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