Para iniciar este assunto devemos deixar bem claro o que significa o termo dieta:
É o conjunto de alimentos e bebidas ingeridos diariamente por uma pessoa. Então, se formos pensar bem, todos nós, de certa forma, seguimos uma dieta, pois comemos e bebemos todos os dias, certo?
Só que a dieta de uma pessoa pode ser manipulada e controlada a fim de se alcançar alguns objetivos. E é esta manipulação que eu quero abordar neste texto, mais especificamente o controle alimentar restritivo com o intuito de perda de peso.
Mas como saber se o peso da criança está fora do que é considerado normal?
É com o Índice de Massa Corporal (IMC) que conseguimos avaliar, de maneira mais simples e rápida, se o peso está adequado ou não. O cálculo é realizado a partir dos valores de altura e peso.
Para os adultos há um intervalo que determina a normalidade, mas para as crianças e adolescentes este índice deve ser utilizado de acordo com a idade em que eles se encontram. Por esse motivo, utilizamos uma curva de IMC por idade e assim identificamos se a criança está acima do peso ou não.
Uma questão que também deve ser levada em conta na avaliação do peso e prescrição de dieta restritiva para as crianças é que elas estão em fase de crescimento, assim, aquele peso que hoje pode ser considerado excessivo tem a possibilidade de ser normalizado no futuro, após o ganho de altura, se por acaso a criança não ganhar mais peso, apenas mantê-lo.
Não vamos brincar com a obesidade
Mas vamos considerar aqui a criança obesa, que não tem chance de normalizar o peso e que já apresenta alguma alteração bioquímica como aumento do colesterol total ou glicemia.
Neste caso, a alimentação dessa criança deve ser calculada e orientada por um nutricionista sim. Mas é necessário que a dieta seja restritiva?
Bom, em relação ao consumo calórico provavelmente sim. Porque sempre que consumimos mais calorias do que o corpo precisa a gente ganha peso. Então não tem como deixar que a criança continue com uma dieta livre porque a possibilidade dela continuar consumindo mais do que precisa é grande.
Mas, aliada à restrição calórica, deve ser realizada, e acompanhada de perto, a educação alimentar. Ou seja, a criança, assim como seu responsável, devem aprender sobre os alimentos para assim conseguir ter autonomia para fazer escolhas alimentares saudáveis e adequadas para a fase de vida em que ela se encontra. Pode ser um momento de perda de peso, de aumento de atividade física ou até de doença.
Mas atenção!
A melhoria de hábitos alimentares na infância depende muito do ambiente familiar, não adianta que apenas a criança tenha consciência do que é saudável pois ela é totalmente dependente dos pais e responsáveis. Por isso, o exemplo conta muito nesse caso. Não adianta querer que uma criança coma frutas se os pais não chegam nem perto delas. É muito mais fácil para uma criança consumir alimentos conhecidos e presentes na rotina da família.
Portanto, em alguns casos é necessário manipular a dieta da criança e restringir o consumo calórico, mas isso nunca deve acontecer sem uma educação alimentar associada e o apoio da família.
Por Angélica Ribeiro
Foto: Freepink
Leia também: Só uma balinha faz mal?