A segurança nas escolas é uma questão indispensável, afinal, o ambiente escolar é um dos lugares onde os alunos passam a maior parte do tempo, portanto, para mantê-los seguros é necessário investir em segurança.
Porquanto, a falta de segurança gera insegurança aos familiares, a comunidade, aos educadores, e também gera diversos problemas como: bullying, violência, e até mesmo tragédias como as que estão ocorrendo em várias cidades do Brasil.
É um tema que precisa ser debatido pela escola juntamente com os familiares, além disso, é primordial que no momento das aulas os professores falam sobre os temas, como: violência física e psicológica, bullying, acesso a redes sociais, dentre outros assuntos que podem levar os jovens a cometerem atos de violência.
Em razão dessa violência nas escolas, as autoridades estão tomando medidas preventivas para lidar com os problemas.
No Distrito Federal, por exemplo, o Governo do Distrito Federal anunciou medidas como reuniões com diretores, protocolos de segurança e reforço no policiamento do batalhão escolar.
Além dessas medidas protetivas, um tema que está sendo utilizando bastante em pronunciamento oficias é a CULTURA DA PAZ NAS ESCOLAS, mas do que se trata?
Segundo o professor e Mestre José Ivaldo Araújo de Lucena explica que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
“A cultura de paz é um conjunto de valores, atitudes, modos de comportamento e de vida que rejeitam a violência, e que apostam no diálogo e na negociação para prevenir e solucionar conflitos, agindo sobre suas causas”.
De acordo com o especialista, são experiências exitosas de cultura de paz na escola:
Capacitação de estudantes para que possam atuar como protagonistas na mediação de conflitos entre seus pares
Implantação de uma sala de mediação de conflitos nas escolas para que os estudantes possam atuar como mediadores no atendimento dos colegas
Realização de assembleias escolares em sala de aula na qual os conflitos são apresentados e a turma pode contribuir com a busca de soluções
Formação de professores, auxiliares, estudantes e famílias sobre cultura de paz, comunicação não violenta e mediação de conflitos, criando assim um ecossistema de cultura de paz na comunidade
De acordo com as orientações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para se semear a cultura de paz nas escolas, é preciso que o ambiente pacífico e conciliador seja construído no dia a dia da sala de aula, nos pequenos atos.
Ou seja, a paz precisa ser um verbo de ação. E educar para a paz envolve ainda, de acordo com as diretrizes da Unesco, a geração de oportunidades para a comunhão de afetos, autoconhecimento e tolerância.
Sobre esse assunto, podemos perceber a importância de uma equipe multidisciplinar que pode ser composta por educadores, psicólogos, profissionais do mundo jurídico, etc., esses profissionais ajudaram os alunos a lidar com suas emoções bem como entender sobre os seus direitos e deveres, enquanto sujeitos de direito.
Segundo a especialista em Educação Sonia Dias, a escola tem um espaço privilegiado para promover o diálogo, o pensamento crítico e a convivência com a diversidade.
E, embora a violência e a intolerância sejam fenômenos sociais, ou seja, que fazem parte da sociedade, a escola não pode se omitir da sua responsabilidade na promoção de uma cultura de paz.
“É preciso criar um ambiente de confiança e respeito entre os alunos, professores e gestores. O aluno precisa ter a compreensão de que ele pode conviver com o diferente e que isso não fere o direito dele de ser quem ele é.
Muitas vezes, os conflitos e a violência surgem pelo preconceito, pela falta de convívio com o que é diferente”, explica a especialista em educação.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, assinou no dia 11/04/2023, o edital ao chamamento público para ampliar o programa segurança nas escolas.
A medida já havia sido anunciada na semana passada, após o massacre ocorrido em uma creche de Blumenau (SC).
Ao todo, serão investidos R$ 150 milhões com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
As secretarias de segurança de estados e municípios, ou equivalentes, poderão apresentar projetos em seis diferentes áreas temáticas.
Os recursos poderão ser aplicados, por exemplo:
Projetos de expansão das rondas escolares, realizadas pela Polícia Militar ou Guardas Municipais, cursos de capacitação para profissionais da área de segurança e cursos que contemplem o acolhimento, a escuta ativa e o encaminhamento para a rede de proteção às crianças e adolescentes.
O edital também permite ações de pesquisa e diagnóstico na prevenção em segurança no ambiente escolar, aprimoramento da investigação cibernética e criação de observatórios sobre violência nas escolas.
Os entes federativos que aderirem ao programa deverão compartilhar e integrar seus bancos de dados sobre a violência escolar com o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
O Ministro também informou que prepara a publicação de uma portaria que trata sobre responsabilidades e obrigações das plataformas, dos meios de comunicação eletrônica, dos provedores de conteúdo e de terceiros sobre moderação ativa para conteúdos violentos na internet e outros meios.
O Ministro da Justiça, se reuniu com representantes de plataformas digitais e exigiu a criação de canais abertos e ágeis para atender solicitações das autoridades policiais sobre conteúdos com apologia à violência e ameaças a escolas nas redes sociais, como a retirada desses perfis.
Na ocasião, participaram da reunião representantes das empresas Meta (Facebook, Instagram e whatsApp), Kwai, Tik Tok, Twitter, YouTube e Google.
Flavio Dino cobrou ainda o monitoramento ativo das plataformas em relação a ameaças.
As plataformas serão notificadas formalmente nesta semana sobre os perfis e conteúdos suspeitos identificados pela pasta da Justiça em conjunto com as polícias dos estados.
Podemos perceber que é primordial políticas públicas para promover a paz nas escolas, porém, essa criação deve envolver a todos, como a sociedade, família, igrejas, empresas, os órgãos de segurança pública, dentre outros.
Um relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho da Educação aponta que normalmente os alunos que cometem esses ataques são motivados por misoginia, homofobia, racismo e xenofobia. E que a prática desses crimes é estimulada em grupos organizados na internet.[9]
De 2011 a 2023, o País sofreu com, pelo menos, 12 ataques em creches e escolas. Entre os anos de 2019 e 2023, chamam a atenção o alto número de números de ataques
Veja, os ataques e números do levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz:
-Rio (RJ) – 2011 (12 pessoas mortas, e 13 feridas)
-São Caetano do Sul (SP) – 2011 (uma pessoa morta, e uma ferida)
-Santa Rita (PB) – 2012 (três pessoas feridas)
-Goiânia (GO) – 2017 (duas pessoas mortas, e quatro feridas)
-Medianeira (PR) – 2018 (duas pessoas feridas)
-Suzano (SP) – 2019 (dez pessoas mortas, e 11 feridas)
-Caraí (MG) – 2019 (duas pessoas feridas)
-Barreiras (BA) – 2022 (uma pessoa morta)
-Sobral (CE) – 2022 (uma pessoa morta, e três feridas)
-Aracruz (ES) – 2022 (três pessoas mortas, e 13 feridas)
É um assunto muito sério, a sociedade precisa fazer parte dessa prevenção para que não venha ocorre outras tragédias no ambiente escolar.
As denúncias sobre ameaças de ataque nas escolas podem ser realizadas através do canal Escola Segura, esse canal foi gerado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esse é o site: https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura. Você também pode denunciar através do190.
A segurança nas escolas é um DEVER de todos.
Por Priscila Mendes