A Depressão infantil é uma doença que até pouco tempo era pouca falada, no entanto, já era muito estudada.
De um tempo pra cá a depressão infantil vem sendo popularizada, visto que é uma doença silenciosa e ao contrário do que o senso comum traz, existe sim crianças com depressão.
Em se tratando do transtorno de depressão que acontece mais nos adultos. Alguns sintomas da depressão infantil têm suas peculiaridades.
É apesar da pouca frequência, nem os pequenos estão livres da depressão, a diferença é que nas crianças os sinais da doença são diferentes dos adultos.
A Depressão infantil normalmente é diagnosticada a partir dos 5 anos de idade e as causas são multifatoriais, um desarranjo cerebral funcional com base na bioquímica, fatores genéticos e ambientais.
Portanto não existe uma causa única, nas crianças os sintomas aprecem de forma mascarada tornando o diagnóstico mais difícil, outra diferença entre os adultos.
Em casa, com os pais, é possível identificar e reconhecer os primeiros sinais de alerta. Importante saber o que é um comportamento normal da criança, para um comportamento onde é preciso intervir com mais cautela.
Para ajudar os pais no diagnostico de Depressão Infantil, trago alguns sintomas de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-V
- Apresenta tristeza constante;
- Irritabilidade com facilidade;
- Perda de interesse por coisas que antes gostava de fazer;
- Dificuldade para dormir;
- Passa a comer menos ou mais do que de costume;
- Dificuldade de concentração;
- Prefere se isolar a brincar com outras crianças;
- Relata dores no corpo ou dor de cabeça;
- Pensamentos negativos.
- Sentimento de inutilidade.
De acordo com o manual, para diagnóstico de depressão infantil, é necessário que a criança apresente pelo menos cinco dos sintomas citados, sendo um dos sintomas principais é o humor deprimido em grande parte do dia e falta de interesse nas suas atividades, observar também á durabilidade de pelo menos duas semanas.
Os sintomas, por exemplo: Isolamento, por si só não indica um quadro depressivo. Mas o isolamento associado a outros fatores, a suspeita pode se justificar.
Uma das causas, destacam-se os problemas familiares, crianças que são expostas com freqüências as brigas dos pais, discussões que de uma forma a fazem se sentir culpada, relacionamentos a base de cobranças e julgamentos. São fatores que influenciam, aumentando a possibilidade de a criança desenvolver o transtorno, afetando o seu desenvolvimento cognitivo e psicossocial além do seu rendimento escolar.
Não quer dizer que toda criança que passa por situações de transformações, como separação dos pais, mudança de escola entre outros fatores, irá desenvolver o transtorno, mas. é importante lembrar, que a doença depende do contexto em que os sintomas aparecem, e quais os prejuízos causados por eles.
É neste momento, que entra os pais, para entender e compreender o momento pelo qual seu filho ou filha está passando.
O ideal é procurar ajuda assim que identificar um dos sintomas, para assim solucionar os conflitos e a intervenção sem dúvida será mais eficaz. Muitas vezes os pais não estão preparados para diagnosticar.
Vamos considerar que uma criança jamais irá dizer: “Estou deprimida.” Ainda mais por que é comum usarmos o termo deprimido para descrever uma tristeza. No entanto, ela pode apresentar os sintomas em forma de comportamento. Por isso, é importante a observação dos pais.
Como diferenciar a depressão infantil e o sentimento de tristeza?
A tristeza é um sentimento presente na vida de todos nós. Por exemplo, a criança pode ficar triste por não ter ido à escola.
Portanto, é necessário compreender que a depressão infantil vai além da tristeza normal e quando isso acontecer uma forma de nomear é ficar atento, para notar se é algo momentâneo ou não, qual a sua freqüência também e o quando isso está prejudicando a sua rotina de sono e alimentação.
Diante de qualquer dúvida, procurar ajuda de pediatra, de um psicólogo infantil ou de um psiquiatra infantil.
São os profissionais capacitados que irão diagnosticar se a criança tem ou não depressão infantil. Cabe aos pais muito cuidado com diagnóstico errado.
E o tratamento?
Nessa hora o que a criança mais precisa é amor e a presença dos pais. Mas vamos falar sobre o tratamento médico.
O tratamento da depressão infantil é individualizado para cada criança, sendo assim, a opção por medicamentos é baseada nos sintomas apresentados e no seu quadro clinico. E considerado a idade, condições de saúde geral da criança e da família.
Sim! O pediatra das crianças pode encaminhar ao psiquiatra infantil, ele é o profissional ideal para avaliar tais necessidades do medicamento.
Tratamento com Psicoterapia:
É fundamental para o tratamento da criança, auxilia para um melhor enfrentamento dos problemas e mudanças de hábitos familiares que fazem toda a diferença para a sua melhora.
Na psicoterapia estimulamos todo o contexto social, envolvendo os pais, a escola, orientando sobre o seu dia a dia. Aqui no blog tem texto explicando mais sobre a psicoterapia infantil. Veja
Para refletir:
O ambiente que vivemos exerce uma influência sobre nós, e com a criança não é diferente. Um lar seguro, onde proporciona momentos de tranqüilidade, onde estimula a comunicação, é fundamental para um bom desenvolvimento físico e emocional da criança, fornece acolhimento, amor, construir uma relação positiva e de confiança faz toda a diferença.
Quando falamos de um lar seguro, conseguir manter uma rotina é fundamental para que a criança se sinta segura. É importante frisar, a realidade frente a pandemia, onde as famílias tiveram que se adaptar ao novo e o isolamento social tanto familiar como estar fora do ambiente escolar, contribuiu para o aumento da depressão infantil.
Apesar da rotina dos pais, com os afazeres do lar e trabalho, é importante criar junto com os filhos uma rotina prazerosa, conseguir encaixar ao longo do dia atividades para toda a família dessa forma estimula além do contato físico, a comunicação entre pais e filhos.
As crianças precisam estar em movimento:
Veja algumas ideias produtivas que podem ajudar nesse período em que ainda estamos vivenciando.
- Realizar atividades como “dia da culinária” fazer um bolo ou a comida favorita, fazer uma sessão pipoca e assistir filmes ou serie juntos,
- cuidar dos animais de estimação,
- Brinque mais, as brincadeiras ajudar gastar energia
- Tire um tempo para jogar com as crianças jogos de tabuleiros, Stop, Pega a pega, esconde-esconde entre outras que a própria criança pode propor a família ou virce e versa.
Abraços,
Fabiana Arello
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Capa: FreePik