O BULLYING É SÓ UMA BRINCADEIRINHA

Será que o Bullying é só uma “brincadeirinha”?

Será que todos nós já fomos vítimas de bullying em algum momento de nossas vidas?

Bulliyng não é brincadeira e deve ser combatido. O bullying é um fenômeno antigo, mas que está muito presente na nossa realidade atual. Ele sempre existiu nas escolas e na sociedade como um todo.

Somente nos últimos anos esse comportamento começou a ser mais estudado e conhecido em todo mundo, gerando debates importantes.

A falta de conhecimento sobre a existência do bullying faz com que esse fenômeno continue nos mais diversos ambientes. Mudar essa visão é fundamental para combater o bullying.

Sabemos que o bullying é muito comum e característico nos ambientes escolares. Praticado por crianças e adolescentes, porém, não podemos falar de bullying só no contexto escolar, visto que esse comportamento ocorre em outros espaços.

No entanto, ele pode ser encontrado em qualquer ambiente, como no contexto familiar, no âmbito profissional e social, podendo ser praticados por adultos, jovens. No contexto familiar, esse comportamento pode vir da figura dos pais, irmãos, tios, tias, avós, primos, padrastos e madrastas.

AFINAL, O QUE É “BULLYING”?

É um conjunto de atitudes de violência física e psicológica, sendo esses comportamentos violentos, praticado por meninos e meninas.

Caracterizados por agressões, assédios, ações de desrespeito, realizados de forma recorrente, intencional e sem motivação especifica ou justificável por parte dos agressores.

Esse comportamento pode ser praticado por um ou mais agressores contra um alvo ou grupo, em um contexto configura poder. Os agressores usam de uma força ou poder para intimidar os que julgam mais fracos, para serem objetos de diversão, com o objetivo de maltratar, intimidar, amedrontar e humilhar. Podendo acontecer em todas as escolas, públicas e particulares, em todas as famílias, independente do poder aquisitivo. 

 A palavra bullying tornou-se mais conhecida nos últimos anos, até pouco tempo era pouco falado desse fenômeno.

Quando falamos de bullying estamos referindo a um tipo de violência. É comum os adultos falarem que já sofreram com essa situação na infância ou adolescência. 

Diante disso, temos também os adultos que relatam que isso é besteira, frescura ou algo criado no mundo moderno, relatando que na sua época passou por essas situações e que nem por isso sofreram ou tiveram consequências negativas ao longo da vida.

Você conhece o fenômeno bullyng

Mas será mesmo que os adultos de hoje não tiveram ou tem lembranças ruins dessa época? Ou marcas que impactam sua vida pessoal e profissional até hoje?

Vale ressaltar, que não é porque uma criança ou adolescente não sentiu os efeitos do bullying, que outros que passaram por situações parecidas não foram afetados negativamente por tais comportamentos.

Dentro desse olhar de negligenciar o bullying, ou ver apenas como “brincadeirinhas”, o comportamento pode vir a passar despercebido ou mesmo incentivado.

Muitas vezes passam despercebidos pelos pais, professores e sociedade no geral. Sendo comum ouvir que são apenas “brincadeira” de criança, que todas se comportam dessa forma, que passar por isso fortalece e prepara a criança para a vida. 

É preciso diferenciar o que é uma brincadeira saudável de uma brincadeira de mal gosto.

Os pais precisam estar envolvidos com seus filhos, para que seus filhos confiem neles, dessa forma quando estiverem passando por algo ou incomodados, eles terão confiança e segurança para compartilhar com seus pais.

 O papel dos pais também se dá em perceberem como é o comportamento dos filhos perante os outros. Visto que muitas vezes os filhos praticam bullying, más estes só veem os filhos como vítimas e nunca como agressores.

Outro fator que tende acontecer, é os pais e responsáveis, diante de uma situação de violência como o bullying, incentivarem e encorajar a criança ou adolescente a revidar o comportamento do agressor.

Em alguns casos, os próprios adultos tomam frente da situação e vão intimidar e ameaçar o agressor do filho.   Esse não é o caminho, pois isso faz com que potencialize a violência entre as partes.

Vem descobrir os tipos de bullying

Psicológico e moral

  • Isolar e Excluir;
  • Irritar;
  • Dominar;
  • Humilhar e ridicularizar;
  • Desprezar e ignorar;
  • Discriminar;
  • Ameaçar, aterrorizar, chantagear, perseguir e intimidar;

Verbal

  • Fazer piadas ofensivas;
  • Colocar apelidos pejorativos;
  • Xingar;
  • Insultar;
  • Ofender;

Bullying virtual/Ciberbullying

  • Enviar mensagens com conteúdo difamatório;
  • Constrangimento em redes sociais;
  • Inventar mentiras;
  • Espalhar rumores, boatos depreciativos e insultos;
  • Comentários racistas, preconceituosos, sexistas e desrespeitosas;

Físico e material

  • Ferir;
  • Beliscar;
  • Roubar e furtar;
  • Empurrar;
  • Chutar;
  • Bater e espancar;

Sexual

  • Violentar;
  • Abusar;
  • Assediar;
  • Insinuar;

Aspectos Juridicos da Lei do Antibullyng

CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING

Uma parcela de crianças e adolescentes podem desenvolver transtornos psiquiátricos ainda na adolescência e podem carregar esses traumas para a vida adulta, sendo adultos ansiosos, com baixa autoestima, inseguros, com quadro depressivo e agressividade.

  • Abandono da escola;
  • Fobia escolar;
  • Fobia social;
  • Ansiedade generalizada;
  • Agressividade;
  • Depressão;
  • Pânico;
  • Suicídio;
  • Transtorno de ansiedade;
  • Bulimia, anorexia, compulsão;
  • Baixa autoestima;

A criança ou adolescente que está passando por situações de bullying tendem a apresentar mudanças de comportamento. É importante todos estarem alerta a essas mudanças, pais, professores e responsáveis.

Caso de bullying (nome fictício)

’’Ana, 11 anos de idade 6° série, alegre, dedicada aos estudos, ama matemática e sempre gostou de ir para a escola. Ana mudou de escola e desde então seu comportamento mudou muito.

Começou a apresentar baixo rendimento escolar, principalmente em matemática o qual tinha como disciplina preferida, apresentando mudança de humor como, irritabilidade e agressividade, resistência em ir para escola, sempre se queixando de dores de barriga pela manhã quando sua mãe a acordava para ir para escola.  A mãe relatou que a filha tinha sono tranquilo e começou a ter sono agitado, pesadelos frequentes, demostrando medos.

Diante desse quadro a mãe buscou entender o que poderia estar acontecendo. Ao questionar a filha sobre o que poderia estar ocorrendo, ela ficou sabendo do bullying que a criança vinha sofrendo desde o início do ano letivo. A mesma confidenciou está sendo chamada por apelidos e sendo excluída das brincadeiras por alguns colegas.

Imediatamente a mãe entrou em contato com a escola para informar o que estava acontecendo e cobrar uma posição das escolas e professores diante dessa situação de bullying dentro da escola.

A direção da escola e professores disseram não estarem ciente dos comportamentos envolvendo a criança. Visto, que aconteciam no intervalo e não tinham sido percebidos por professores e funcionários, e a criança não havia se queixado dos episódios praticados pelos colegas para os professores ou direção.

Após a notificação do acorrido a direção da escola tomou as providências necessárias para que a criança se sentisse acolhida dentro da nova escola.’’

Infelizmente esse relato acima é muito comum quando se trata de bullying no ambiente escolar, a criança ou adolescente geralmente tem medo de contar para os pais, professores ou direção da escola o que está acontecendo.

Aqui no blog tem um texto da Advogada Talita explicando sobre o direito e deveres da criança que sofre bullying

Isso acontece porque se sentem intimidades pelos agressores, sendo muitas vezes ameaçados e as agressões e perseguições aumentadas. Por isso é importante a vítima romper o silêncio em torno do bullying e denunciar os agressores.

É fundamental que professores e todos envolvidos coma escola estejam atentos na identificação dos problemas de bullying, pois negligenciar só vai fazer com que piore essas agressões.

É importante estar atento as mudanças de comportamento das Crianças e adolescentes.

As vítimas de bullying tendem a apresentar, isolamento na sala de aula, no recreio, demostrar tristeza, humor deprimido, ansiedade, angustia, irritabilidade, agressividade, queda no rendimento escolar, desinteresse pelos estudos, faltas recorrentes às aulas sem motivo aparente, aprestar desculpas com o intuito de faltar às aulas, aparecer com hematomas pós aula, resistência em ir para escola, passeios ou aniversários.

O QUE FAZER QUANDO UMA CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOFREM BULLYING.

Cada indivíduo que sofre bullying, pode apresentar comportamentos diferentes, assim como a forma de enfrentar essa violência.

Frente ao bullying é importante a criança e adolescente ter o apoio da família, amigos e escola, como forma de ajudar a se fortalecer e enfrentar as dificuldades.

Em alguns casos, em que o bulllying tenha gerado graves consequências físicas e psicológicas é fundamental que as vítimas busquem ajuda profissional, com o objetivo de obter ferramentas e habilidades no enfrentamento dessas situações.

Buscando melhorar autoestima, resolução de conflitos, enfrentamento dos desafios e comportamentos assertivos perante as provocações. Buscando superar os traumas e problemas provocados pelo bullying.

A escola deve desenvolver estratégias de combate e prevenção, por meio de palestras, livros, filmes e projetos. Atuando em parceria com as famílias dos alunos e com todos que podem contribuir nesse trabalho.

É preciso olhar coma tenção para os agressores, pois estes também precisam ser ouvidos e compreendidos na sua totalidade, para assim entender suas motivações para tais comportamentos. Para assim conscientizar das consequências dos seus atos e promover melhora.

É importante os pais combaterem o preconceito, visto que muitas vezes esses comportamentos estão vindo dos pais, é preciso ensinar amor, respeito e empatia para as crianças.

O bullying acontece todos os dias, nos mais diversos contextos. Casa, escola, no parque de diversão, na rua, entre outros. É preciso identificar e combater.

O exercício de ensinar a não julgar as pessoas pela aparência, pela classe social, religião, pela cor da pele, pelo tipo de cabelo, entre outros, é ensinar respeito e tolerância. Mostrar para as crianças que provocar o sofrimento no outro não é legal.

Bullying não é brincadeira! O que é brincadeira para você, pode não ser para o outro. Essas “brincadeirinhas” podem provocar serias consequências.

Vamos desenvolver uma observação atenta e compreensiva, para assim buscarmos combater esse comportamento que está presente em tantos espaços.

A conscientização sobre esse problema é necessário, para assim combater.

Por Ilma Paula

Capa: FreePik

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