A ANSIEDADE INFANTIL E A PANDEMIA

Será que as crianças nesta pandemia estão sendo ameaçada pela ansiedade infantil?

Estamos em época de pandemia, ela nos trouxe para um recolhimento forçado, consequentemente, a saúde mental das crianças foram afetadas.

Antes de explicar sobre os fatores que levam a ansiedade infantil, vamos definir o que é saúde mental.

Saúde mental é um estado mental no qual o indivíduo realiza suas habilidades, lida com estresse da vida e consegue produzir.

No caso da criança, está saudável mentalmente, é conseguir realizar a sua rotina, brincar sozinha ou em grupo, realizar as tarefas e aprender de acordo com o seu desenvolvimento.

A ansiedade infantil é uma emoção que acontece como forma defensiva frente ao perigo ou situações consideradas ameaçadoras.

Caracteriza por um mal estar físico e psíquico, aflição e agonia. Todo nós de alguma maneira ou em algum momento da sua vida experencia a ansiedade.

A ansiedade faz parte dos mecanismos fisiológicos de resposta do ser humano ao estresse. Ela passa a se transformar em um transtorno quando chega a atrapalhar o funcionamento da criança em sua vida cotidiana, familiar e escolar,

Dados revelam que a ansiedade infantil começa aparecer entre os 7 a 10 anos de idade, mais precisamente quando a criança está iniciando o período escolar.

No entanto, uma pesquisa realizada por dois psicólogos americanos, Jean Twenge, da Universidade Estadual de San Diego (EUA), e Keith Campbell, da Universidade da Geórgia (EUA), associou o uso de telas por pequenos a partir dos 2 anos, à ampliação dos níveis de ansiedade infantil tem crescido a procura de diagnóstico.

O estudo também observou que, entre as crianças de até 4 anos, aquelas que eram mais expostas às telas apresentaram o dobro de chances de perder a paciência e, pouco menos da metade delas, 46%, apresentaram menor probabilidade de se acalmar em situações de excitação ou estresse.

Aqui no blog tem um texto que fala mais sobre a relação tecnologia e desenvolvimento infantil. Leia!

Pensando em todo o contexto em que estamos vivendo, no qual as crianças estão exageradamente expostas aos aparelhos tecnológico, é importante observar o desenvolvimento dos bebês.

As crianças não conseguem esperar, já querem que o momento aconteça rápido, esse comportamento pode acontecer devido a ansiedade dos pais.

Enquanto pai e mãe, busque prestar atenção em você, na sua saúde mental, no seu comportamento e na relação com seu filho ou filha.

Os transtornos de ansiedade podem afetar as pessoas em todas as fases da vida, no entanto, em um determinado momento ela pode ser útil, ou seja, uma forma de defensa.

Torna-se um problema psiquiátrico quando impede o funcionamento do indivíduo e a realização de tarefas cotidianas.

E no caso da ansiedade infantil, como manifesta?

Vem refletir comigo!

A criança quando demonstra está aflito, nervoso ou temeroso, pode ser ansiedade?

Sim! Quando se sente ameaçado ou em perigo real, a ansiedade age como um sistema de alarme para mantê-lo longe do dano.

Por exemplo, ficar ansioso antes de fazer uma prova ou de conhecer uma pessoa diferente do seu convívio pode servir como estímulo para preparamos melhor para essas ocasiões.

As crianças têm medo e ansiedade com frequência. Contudo, a maioria dos medos e ansiedades infantis são normais, muitas vezes decorrentes do processo de aprendizagem em cada fase, é comum que desaparecer naturalmente.

Você se lembra de quando aprendeu a andar de bicicleta?

Você se lembra de quando vestiu a blusa sozinha?

Lembra-se das primeiras palavras lidas, das primeiras frases?

Certamente esses desafios geraram muita ansiedade; mas, vencido o obstáculo, a inquietude deu lugar ao prazer.

A ansiedade infantil passa a ser vista como uma dificuldade quando impede a criança de realizar tarefas simples, como dormir, brincar com outra criança ou ir à escola.

Nesses casos, pode-se falar em transtornos de ansiedade, o problema de saúde mental que cerca  de 20% das crianças apresentam ou apresentarão algum traço de ansiedade infantil.

Eanes, como posso saber se meu filho é ansioso?

Vamos pensar juntas.

 Antes de avaliar se a ansiedade infantil está se tornando um problema é importante observar aos sinais e considerar a idade e a fase pela qual a criança está passando. 

A quarentena é um período que precisa ser levado em consideração.

As Crianças tímidas, que sentem muito medo, fazem muita birra, roem as unhas regridem a fases anteriores e começam a fazer xixi na roupa, possivelmente são crianças ansiosas.

Embora seja natural as crianças apresentarem essas atitudes em determinadas circunstâncias, se você notar que, em quase todas as situações, seu filho reage de um modo “diferente” do esperado para a idade dele, é provável que esteja desencadeando a ansiedade infantil.

É considerar que menino e menina podem expressar seu comportamento de forma diferente.

Outro fator importante é, não compare seu filho com outra criança. Cada criança é única.

ATENÇÃO

Não rotule seu filho ou filha.

Não rotule o aluno ou qualquer criança sob seus cuidados de portador de algum transtorno. 

Caso a recorrência seja observada e identifique-se a criança possui um traço ansioso, convém procurar um profissional, pois talvez seja necessário intervir com medicação e psicoterapia infantil.

O diagnóstico só pode ser emitido depois avaliação realizada por uma psicóloga ou psiquiatra infantil.

Ao procurar esses profissionais, busque informações sobre eles. Existem muitos pessoas que não conhece a ciência humana e acaba prejudicando a saúde mental da criança.

Como forma de avaliação e observação, trago 6 tipos de transtornos da ansiedade que poderão serem manifestado durante a infância.

Transtorno de Ansiedade de Separação: 

Ansiedade de separação pode ser caracterizada pelo afastamento real ou ameaçada em relação as pessoas que estabeleceram vínculo ou são significativas para a criança como pais, mães, ou alguém da família.

A ansiedade de separação pode ocorrer quando as crianças presenciam algum tipo de violência ou quando precisa se separar dos pais para irem à escola.

Nesses casos as crianças tendem a ficar muito assustadas e temidas quando têm de se separar dos pais.

Os bebês quando se separarem dos pais de forma segura, tendem a conseguir se adaptar, no entanto, os pais precisa explicar o motivo da separação temporária e a hora do retorno.

A criança com ansiedade de separação, contudo, tem dificuldade para se adaptar. Para ela, algo aparentemente simples como passar do quarto dos pais para seu o quarto pode ser um desafio.

A ansiedade de separação se configura como um transtorno, a partir do momento que a criança apresenta algum comportamento inadequado para o grau de desenvolvimento ou quando interfere na rotina da criança.

As crianças com ansiedade de separação costumam expressar o medo de que possam acontece doenças, acidentes, acontecimentos com elas próprias ou com seus pais.

Algumas queixas de dores físicas que as crianças relatam: dor de cabeça e dor abdominal, tontura, sensação de desmaio, náuseas e vômitos

Deve se persistir por no mínimo 4 semanas para poder ser diagnosticada como transtorno de ansiedade de separação.

É importante salientar que nem sempre elas apresentam as dores físicas.

Segue alguns fatores a serem observados no comportamento da criança com possível transtorno de ansiedade de separação:

  • Recusar-se a ir à escola
  • Medo excessivo de separar dos pais
  • Chamar muitas vezes os pais para irem para casa
  • urinar ou evacuar na roupa
  • Chorar e se apegar a um professor
  • Fazer birras constantemente
  • Negar-se a ir para a cama à noite
  • Não comer
  • Imaginar que algo ruim poderá acontecer com os pais
  • Queixar-se de sintomas físicos antes, durante e após a separação

Lembrando mais uma vez, cada criança é única, portanto, só compare com ela mesma.

Transtorno de Ansiedade Social (ou Fobia Social): 

A Ansiedade social é caracterizada por um medo ou esquiva acentuado acerca de uma ou mais situações sociais em que a criança é exposta a possível avaliação realizada por outras pessoas.

Revela ser uma criança tímida, no entanto, nem sempre a característica de timidez pode ser um transtorno. No entanto, a timidez só pode ser avaliada quando perceber um impacto adverso e significativo no funcionamento social da criança.

Apresenta um forte medo de se sentir constrangida e de que outras pessoas pensem mal dela. Aqui exemplifico o bullying, no qual envolve os seus colegas e amigos.

Descubra mais sobre o bullying.

Aflige-se com coisas simples, como vestir a “roupa errada” ou falar algo inapropriado.

De acordo com o DSM V, a idade em que inicia a ansiedade social pode variar de 8 aos 15 anos. Outro fator importante é duração da emoção medo, que é considerado após seis meses da persistência do sintoma.

Como critério de observação, as crianças com transtorno de ansiedade social tendem a evitar as seguintes situações:

  • Conversar com colegas ou adultos
  • Ir a eventos sociais como festas de aniversário
  • Falar ao telefone
  • Fazer apresentações em público
  • Frequentar a escola
  • Comer em público
  • Usar banheiros públicos

A criança com transtorno de ansiedade social experimenta muita preocupação e temor ao interagir com outras pessoas e fica ansiosa quando é (ou pensa que é) o centro das atenções.

Fobias específicas

 A fobia especifica ou agorafobia se diferencia da social no sentido de apresentar o medo  de forma excessiva de 01 a  02 objetos concretos ou situações que é possível identificar claramente,

Por exemplo:

  •  Pontes, transportes (andar de carro, voar em aviões), espaços fechados (elevadores, túneis)
  • Ambientes: lugares escuros, tempestades, alturas, água
  • Animais: cães, aranhas, cobras, insetos (besouros, abelhas)
  • Fobias ligadas à saúde: injeções, agulhas, hospitais, consultórios odontológicos, vômito, asfixia
  • Sair de casa sozinho

A criança revela um medo mais forte do que o perigo real representado por eles. O esforço de evitar o contato com os objetos é muito grande.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ´

A ansiedade generalizada é caracterizada por preocupações frequentes, excessivas e difíceis de controlar com relação a diferentes aspectos da vida.

As crianças estão a todo momento imaginando, necessitando de reafirmação constante e se perguntando sobre possíveis perigos. Exemplo:

E se não der certo?

E se eu não for capaz?

E se acontecer isto?

E se acontecer aquilo?

Você tem certeza de que minha lição de casa está certa?”

São comumente descritas como inseguras e perfeccionistas e  revelam preocupações com muitas coisas, tais como:

  • Com os pais
  • Com Desempenho escolar
  • Em fazer as coisas com perfeição
  • Com Doenças
  • Com a segurança e bem-estar dos entes queridos (família, amigos, animais de estimação)
  • Segurança ou dano (roubo, acidente, morte)
  • Finanças da família
  • Situações do dia-a-dia (o que vestir, para onde ir)

Observação: No caso das preocupações com doenças, é conciso observar o antes e o pós pandemia referente ao nível de apreensão da criança.

A Criança pode apresentar dificuldade de concentrar ou sensações de branco na mente e perturbação do sono, como por exemplo, dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto.

Transtorno de estresse pôs traumático em crianças

Com todo o contexto que estamos vivenciando, a pandemia, consequentes casos de violência intrafamiliar e abuso infantil, é possível que a criança possa ser acometida de um transtorno pôs traumático.

O Transtorno de estresse pôs traumático em criança agride a saúde mental da criança de forma severa.

Para especificar o estresse pôs traumático na criança é necessário entender as diferenças e similaridade, especialmente poque ela processa diferentemente os estímulos do meio, isto acontece devido ao seu estágio de desenvolvimento cerebral e cognitivo.

É importante observa os fatores familiares, genético e ambientais de cada fase do desenvolvimento da criança.

No entanto, para ser considerado Transtorno de Estresse pôs traumático é necessário que:

A criança tenha vivenciado, testemunhado, ou confrontada com situações que envolve morte ou grave ferimentos reais ou ameaçadores, ou uma ameaça a integridade física própria ou de outra pessoa.

Quando a criança apresenta recordações angustiantes, sonhos aflitivos, recorrentes, visões de imagens, pensamentos e percepções diferentes ou agir como se o evento estivesse acontecendo novamente, ela pode estar sofrendo de estresse pôs traumático.

Transtorno do pânico

O Transtorno de pânico vem acompanhado de ansiedade,a criança quando apresenta é bem especifico, ou seja, acontece um medo abrupto ou surto intenso causando um desconforto intenso.

 A criança manifesta ataques de pânico inesperados com picos em minutos e durante o qual pode ocorrer de 4 ou mais dos seguintes sintomas:

  • Tontura
  • Coração disparado
  • Tremores
  • Náusea ou dor de estômago
  • Sudorese
  • Falta de ar

Elas receiam de desmaiar, de ficar loucas ou até mesmo morrer. Um traço distintivo do transtorno é o pavor de que ocorram novos ataques de pânico inesperados.

O transtorno de pânico pode ser associado com a fobia especifica. Nesse caso, a criança começa a sentir medo extremo de determinados lugares ou em situações que associam aos ataques de pânico, como lugares lotados ou espaços fechados, como elevadores.

O que fazer quando a criança demonstrar está ansiosa:

Pai ou mãe, você precisa observar se o seu comportamento está gerando a ansiedade em seu filho.

Sim, aqui vai uma observação, os pais tendem a transferir sua ansiedade para os filhos e às vezes não enxergam ou não querem ver o que está acontecendo.

Lembre-se: Pais ansiosos, filhos ansiosos.

Portanto, ao ataque de pânico do seu filho por conta de uma situação ou evento é importante manter a calma.

Preste atenção aos sentimentos de seu filho.

 As crianças, mesmo os bebês, tendem a ficar ansiosas, entediadas.

Auxilie seu filho a nomear seus sentimentos e não os menospreze.

Por exemplo, muitas crianças têm medo de ir ao dentista. Esse medo gera ansiedade. Ao invés de repreender, fale:

“Eu sei que você está com medo, e isso é bom. Eu estou aqui e vou ajudá-lo a passar por isso.”

Uma sugestão: há diversos livros e jogos educativos que auxiliam as crianças a nomear os sentimentos.

Compre ou crie algo que possa auxiliar seu filho nisso. Em breve teremos livros aqui no blog.

Reconheça e elogie pequenas realizações

Esse gesto vale mais que muitos presentes, acredite.

As crianças, ao realizar uma tarefa, fazem-no porque os pais querem e esperam delas algum resultado. Ou seja, elas vivem para fazer os pais felizes. Quando conseguem e são reconhecidas, sentem-se ainda mais amadas e seguras.

Mantenha uma rotina em casa, mas seja flexível

A rotina é essencial na vida de qualquer pessoa, especialmente na infância.

Ter hora para tomar banho, para dormir, para comer e para brincar gera um sentimento de previsibilidade nas crianças.

No entanto, há dias em que as coisas não acontecem da forma como planejamos, como por exemplo, neste período de pandemia. Além de outros fatores que fazem parte do desenvolvimento da criança.

A criança adoeceu ou não dormiu bem à noite, apareceu uma visita repentina em casa, etc.

Quando isso ocorre, tendemos à frustração e à ansiedade. Ao ficarmos assim, deixamos o “ambiente pesado” e as crianças têm a sensibilidade suficientemente aguçada para percebê-lo. 

Se você ficar ansioso ou irritado, seu filho perceberá, além de notar a forma como você lida com os próprios sentimentos e é bem provável que ele o imite.

Observe o temperamento de seu filho e a forma como ele reage em cada situação

Os temperamentos são quatro: fleumático, sanguíneo, colérico e melancólico. Observando os temperamentos, você ajudará a criança a compreender maneira assertiva.

Auxilia seu filho a enfrentar as situações que geram ansiedade. Afinal, tais circunstâncias o acompanharão por toda a vida.

Muitas vezes, numa tentativa de proteger os pequenos, os pais se esforçam por evitar as situações e lugares que geram ansiedade nos filhos.

Na verdade, deveriam ajudá-los a enfrentar os medos e, assim, reduzir a ansiedade.

Aqui no blog tem o texto de Mindfulness, ele irá te auxiliar com a criança que apresenta algum tipo de ansiedade infantil.

Se você tem um filho muito ansioso, conte-nos o que tem feito para ajudá-lo!

Enfim, pais observa as ações e comportamentos diferentes no seu filho e busque procurar um psicólogo.

Por Eanes Moreira

Capa: @descobrindocriancasdc

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