Janeiro Branco é o mês da saúde mental.
Todo ano, milhares de cidades e profissionais entram no clima para divulgar seus programas de apoio e levantar a bandeira da importância do cuidado com a saúde mental.
Falar de saúde mental pode até ser um pouco complexo, devido aos pré-conceitos que ainda existem em torno do tema, todavia, é de extrema importância que se divulgue e que se tente sempre falar de forma aberta sobre o tema.
Pensar a saúde mental não quer dizer apenas pensar os transtornos e doenças que envolvem a nossa mente, mas também pensar na saúde dela! Olhar com mais cuidado para as nossas emoções e para a forma como pensamentos, estar ciente do que fazemos para digerir a realidade que vivemos.
A saúde mental é para todos, sejam adultos, jovens, crianças, e, principalmente, as crianças pequenas e os bebês.
Neste texto, quero enfatizar a saúde mental que envolve as crianças pequenas e os bebês, pois há muito tempo o clichê da ‘infância feliz’ reinou, passando de geração para geração afirmando a infância como a melhor época da vida, livre de preocupações e frustrações.
Entretanto, diante das atuais pesquisas, que colocam essa mesma infância como o lugar das maiores transformações da vida, é imprescindível mudarmos o lugar desse cuidado com a saúde mental.
De acordo com uma matéria do site ClickRBS, na primeira infância existe uma espécie de “estresse tóxico” que pode ocasionar uma série de traumas contínuos, que, a longo prazo, acabam por afetar a saúde mental dos pequenos.
As crianças pequenas e os bebês não possuem capacidade cognitiva para lidar com as fortes emoções e as vivências negativas – aqui incluem a violência física/afetiva, a negligência, as cobranças exageradas e também o excesso de tecnologia – sendo assim, não conseguem digerir o que lhes acontece.
Em outras palavras, elas não conseguem, sozinhas, olhar para as próprias emoções e nem sequer ter consciência na forma como pensam.
Sendo assim, tornam-se vulneráveis a tudo que lhes acontecem, então, seja uma situação positiva ou negativa, haverá sempre uma influência, sendo esta direta ou indireta.
Esta influência pode acarretar experiências bastante positivas para o seu crescimento, mas também pode acarretar experiências negativas, que podem, a longo prazo, acarretar em dificuldades emocionais e/ou transtornos de conduta.
É aqui que entra o cuidado com a saúde mental. É na primeira infância que o cérebro se constrói e tudo é aprendido. É aqui que o cérebro começa a estruturar-se.
É algo tão automático e inconsciente que não há como prever o que, de fato, está sendo internalizado ou capturado pela criança/pelo bebê.
Sabe-se que toda situação que vivencia traz uma sensação ao seu corpo, que pode ser medo, alegria, raiva ou tristeza.
Desta sensação é que se traduz o que se compreende através das expressões faciais e do próprio corpo. Por exemplo, um bebê feliz mexe muito os seus membros, já um bebê que sente medo, seus olhos ficam fixos em um determinado ponto e seus membros tendem a se encolher.
Já uma criança pequena que está triste tende a se isolar ou simplesmente não ter vontade de brincar.
Os bebês e as crianças pequenas possuem uma sensibilidade incrível! Por esse fato é que a saúde mental precisa ser cuidada e mais valorizada na primeira infância.
Precisamos, como adultos, ter mais consciência de como falamos com as crianças pequenas e com os bebês, de que forma os estimulamos e também como nos fazemos presentes no seu dia a dia. É assim que cuidamos da saúde mental dos pequenos.
Para finalizar, quero dizer que é importante sim sabermos que saúde mental não é apenas cuidar daquele que já sofre, mas também cuidar daquele que está suscetível a sofrer.
Cuidar daquele é vulnerável, pensar naquele que “pode desenvolver” um transtorno ou uma depressão.
Em tempos de imprevisibilidade, estarmos atentos ao menor sinal é nos tornarmos heróis.
A campanha Janeiro Branco traz muitas reflexões frente a saúde emocional de todo o desenvolvimento humano.
Procura descobrir mais sobre o Janeiro Branco!
Stephanie Machado Barbosa
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