Descobrindo a Juventude: Um Novo Olhar Para o Jovem

Faz-se necessário entender um pouco mais sobre a juventude, sobre o que é ser jovem, seus anseios, descobertas, todo o universo juvenil.

Muitas vezes os pais, professores e escola, não conseguem compreender esse período, pensam que o jovem já sabe e entende tudo, que pode pensar como um “adulto”, mas que na verdade eles estão se descobrindo enquanto pessoa, deixando de ser criança, se transformando e se construindo como um ser ativo.

Por isso a importância de conhecer um pouco mais sobre o que é ser jovem e que por muito tempo via-se a juventude de forma negativa, de distanciamento da família, de erros, um período marcado pela irresponsabilidade, um período que representa “unidade social” em que todos os jovens querem e fazem a mesma coisa.

Suzano: Uma tragédia ou um pedido de socorro.

Mas é preciso desconstituir essa visão de juventude equivocada dada pela sociedade e entender de fato a juventude e sua diversidade.

A juventude é constituída por critérios históricos, sociais e culturais, com uma dimensão de diversidade presente nela. Dayrell (2003) entende que “a juventude é, ao mesmo tempo, uma condição social e um tipo de representação”.

É um processo amplo, que tem suas especificidades e particularidades e que devemos respeitá-las. Por isso a “importância de reconhecer que os jovens vivem juventudes desiguais, visto que são sujeitos localizados em espaços sociais diversos que interferem subjetivamente em seus modos de pensar, agir e sentir” (CAVALCANTE, 2014).

Os jovens se modificam a cada década, a cada ano, pois os tempos se modificam, as culturas produzidas se modificam, enfim, toda a sociedade e suas instituições familiar, escolar e a igreja, com isso a juventude se modifica, produzindo novas culturas, modos de pensar, novos modos de ser jovens.

É necessário que se enfatize a noção de juventudes e não de juventude, pois destaca “a diversidade de modos de ser jovem existentes” (DAYRELL, 2003).

Os jovens são “produtores de cultura e não meramente consumidores, ou puros apreciadores dos prazeres da cultura, os jovens constroem novas redes de sociabilidade e identidades juvenis” (CAVALCANTE, 2014).

Ser jovem é se descobrir, produzir culturas, é um período em que se “vivenciam de forma especial os laços sociais e afetivos e se desenvolvem elementos da própria personalidade e da auto expressão” (CAVALCANTE, 2014).

Um período em que não pode ser considerado apenas como preparação ou de transição da infância para a vida adulta, é um tempo de construção de identidade, e essas identidades e personalidades construídas pelas juventudes, se dão de forma diferentes, pois as condições que cada jovem vive são diferentes de outros jovens, formando-se juventudes diversas na sociedade em que vivem.

Deve-se considerar a juventude, suas particularidades e especificidades, deixando o jovem ser jovem de fato e qualquer instituição, seja a escola, a família, a cultura, a igreja pouco podem fazer se não estiverem acompanhadas pelo aparato das políticas públicas que garantam “espaços e tempos para que os jovens possam se colocar de fato como sujeitos e cidadãos, com direito a viver plenamente a juventude” (DAYRELL, 2003).

Assim, as famílias, as escolas e professores precisam estar preparados para receber, acolher e entender os jovens alunos e ter um olhar diferente para cada um, pois vivem juventudes e modos de pensar diferentes.

Estão em constante modificação, descobertas e precisam ser entendidos, respeitados e acolhidos em suas particularidades fazendo com que se sintam bem no ambiente familiar e escolar, incentivando a estudar cada vez mais, a aprender e a serem sujeitos críticos e participativos na sociedade em que vivem.

Por Erica Lacerda

Capa: FreePik

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DAYRELL, J. O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de Educação, n. 24, p. 40-52, set./out./nov./dez. 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n24/n24a04>. Acesso em: 09 de set. de 2019.

CAVALCANTE, C. V. Juventudes: reflexões sociológicas sobre o conceito juventude. In: _____. Caderno de artigos: infâncias, adolescências, juventudes e famílias: desafios contemporâneos. 1ª ed. Goiânia: Gráfica e Editora América, 2014.

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