A psicologia escolar é um campo da psicologia que compreende os conhecimentos psicológicos em conjunto com os fundamentos educacionais.
Na forma atuante, a psicologia educacional é relativamente nova, entretanto, os seus estudos foram iniciados em meados do século XIX, com o surgimento de preocupações, por exemplo, o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem no âmbito comportamental.
Na ocasião o aluno seria classificado e diagnosticado, assim, quem era avaliado recebia a nomenclatura de bagunceiro, tímido, estudioso, preguiçoso etc.
A ideia era utilizar as ferramentas psicológicas, como os testes, para ‘enquadrar’ os alunos em uma determinada terminologia a fim de problematizar o comportamento e oferecer uma explicação simplista para o que não estava funcionando.
Durante muito tempo, o psicólogo atuou como um avaliador de aptidões, mostrando quem estava ou não apto para o aprendizado, assim sendo, chegava a excluir os alunos que não eram considerados hábeis.
No entanto, observava-se que a família também precisava de um amparo, especificamente para o filho que não aprendia, sendo assim, cabia ao psicólogo a explicação de seu comportamento desviante.
Neste período, havia uma forte ideia de tratar os problemas educacionais de forma remediativa e isso perdurou por bastante tempo, até meados da década de 80.
Após um tempo de estudos e pesquisas, o psicólogo escolar começou a ter mais visibilidade nas instituições de ensino, iniciando assim o acompanhamento dos alunos de forma integral.
Por outro lado, a pedagogia por si só não conseguia suprir todas as necessidades do aluno e da sua família, sendo assim, o psicólogo, com o seu conhecimento clínico. passou a ser requisitado para a adequação dos alunos que não conseguiam aprender.
É importante ressaltar que o psicólogo escolar, não era visto como um profissional que atuava de forma institucional, apenas clinicamente.
No entanto, muitas transformações ocorreram na psicologia, na pedagogia, enquanto áreas de estudo, e o papel do psicólogo vem se modificando. Sua prática começa a se voltar ao contexto escolar e as relações que nele ocorrem.
Hoje é possível proferir que o trabalho do psicólogo está voltado para a prevenção e promoção da saúde, não mais apenas para a sua classificação com o olhar voltado para instituição e não apenas para o indivíduo.
Recentemente, as práticas dos psicólogos que atuam em instituições escolares possuem objetivos voltados ao auxílio do sucesso no processo de ensino aprendizagem.
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Além disso, o psicólogo não somente considera o aluno em si nesse método, mas também amplia o seu olhar para a família e para o professor, em outras palavras, olha-se também para todas as relações que o aluno estabelece no seu meio educativo.
A escola é considerada como parte integrante e fundamental para o sucesso escolar, não mais como algo a parte na vida do aluno. Todo o seu contexto é considerado e avaliado. |
Existe perguntas que a psicologia escolar consegue responder e outras não, mas deixo você refletir sobre elas.
A educação atinge o aluno?
De que forma as interações sociais influenciam no progresso dos alunos?
Como acontece a relação aluno e professor ou vice-versa?
O psicólogo escolar tem um vasto caminho a percorrer, no entanto, ele precisa conhecer a fundo as demandas que a escola oferece aos seus alunos e como estes recebem e reagem a elas.
O psicólogo escolar que atuam nas instituições de ensino é visto como uma fonte de apoio, um suporte para todos os profissionais que fazem a educação acontecer, pois até o momento ele demonstrou que é capaz de atuar em instituições e que tem o conhecimento apropriado e ferramentas necessárias para resolver as situações ditam como inadequadas ou ‘não-normais’.
A principal atuação do psicólogo escolar encontra-se em avaliar, orientar e acompanhar a comunidade escolar como um todo, revendo estratégias, repensando paradigmas e desenvolvendo projetos.
Portanto, com o objetivo da psicologia escolar reconhecida cada vez mais, temos muito trabalho pela frente. A psicologia escolar precisa ser reconhecida nas escolas públicas e faz parte das políticas públicas brasileiras.
Por Eanes Moreira