Falar sobre sexualidade não é tarefa fácil, imagina quando o assunto envolve os filhos.
O contexto é rodeado de muitos tabus e dúvidas entre os pais.
Inclusive, a sugestão deste tema veio de uma colega de trabalho, mãe de dois filhos, em uma conversa sobre a dificuldade em responder as perguntas que as crianças fazem sobre sexo.
A sexualidade acompanha o ser humano durante toda sua vida, da infância à velhice.
Por isso, é preciso entender que sexualidade não se relaciona apenas ao ato erótico e sexual, mas também a experimentação do prazer pelo corpo, a partir das relações que estabelecemos com os outros.
Provamos experiências sexuais ao comer uma comida boa, ao ouvir uma música que gostamos, ao sentir um cheiro agradável.
Alguns pais acreditam que falar sobre sexo com os filhos irá, de certa forma, influencia-los a ter uma vida sexual mais cedo. Pelo contrário, quanto mais informações os filhos conseguirem com os pais, melhor será sua experiência sexual no futuro.
O diálogo entre pais e filhos diminui as chances das crianças e adolescentes caírem em informações equivocadas sobre o assunto quando buscam na internet.
Sim! Em algum momento seu filho vai buscar informações sobre o tema seja com amigos, parentes próximos, internet, livros. Então, o melhor é que as pessoas que mais amam eles possam esclarecer as dúvidas, ou seja, os pais.
O primeiro passo para desmistificar a sexualidade infantil é agir naturalmente em relação ao assunto. Muitos pais evitam falar sobre isso ou falam de formas muito abstratas, das quais a criança mal consegue entender.
Falar com clareza, respeitar o tempo da criança e responder apenas aquilo que ela perguntou são estratégias para responder.
Quando você não souber como responder ao seu filho, vale a honestidade. Diga que não sabe a resposta para àquela pergunta, mas que irá pesquisar para contar lhe depois. É importante conversar de acordo com a idade da criança, pois cada fase tem sua individualidade.
Cabe aos pais ajudar os filhos na construção de uma identidade sexual. Ensinar a criança sobre tocar o próprio corpo e identificar as sensações de prazer e desprazer que ela irá experimentar durante este ato são formas de abordar o assunto.
É preciso sempre alertar as crianças sobre o abuso. Adulto tocando sexualmente criança é abuso!
18 de maio: Diga não à violência infantil
Algumas crianças apresentam comportamentos que são facilmente rotulados por adultos como masturbação. Na realidade, quando a criança está tocando o próprio corpo ela está buscando uma forma de responder sensorialmente ao ambiente.
Não é um ato de busca de prazer, apesar de esse sentimento vir atrelado ao comportamento. É pura e simplesmente uma forma de organizar-se.
Nesse momento, é formidável explicar para criança ou adolescente que existem ambientes e momentos adequados para isso, como quando ele está em seu quarto ou no banheiro.
A atividade sexual é uma atividade de vida diária (AVD) e, na nomenclatura da Terapia Ocupacional, refere-se ao envolvimento em atividades que proporcionam satisfação sexual e/ou satisfazer as necessidades relacionais ou reprodutivas.
Portanto, nada de vergonha ao falar sobre sexo com os filhos.
Como eu disse anteriormente, a identidade sexual que as crianças e os adolescentes construíram ao longo da vida depende das informações e vivências que eles terão. O melhor caminho é sempre o diálogo e os melhores professores são sempre os pais.
Assunto muito relevante, ele será mais citado pelas colegas de outras áreas.
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Por Suellen Merencio