Descobrindo Crianças Através dos Jogos em Equipe

Os jogos e as brincadeiras em grupo começam a fazer parte da vida das crianças aos cinco anos de idade. Isto significa que ela passa a ter interesse pela interação e trocas com outras crianças, de sua faixa etária, na hora de brincar. Por esse motivo, as brincadeiras e os jogos favorecem diretamente no desenvolvimento afetivo e social, ensinando sobre a empatia e respeito ao próximo.

Os jogos e brincadeiras também estimulam e aprimoram as habilidades motoras (pular, correr, saltar, coordenação motora, pegar, lançar, fluidez, ritmo) e cognitivas (atenção, foco, raciocínio, memória, planejamento, iniciativa, sequenciamento, iniciação e finalização, organização, ajustamento). Cada habilidade dessas é importante para o desempenho independente de atividades cotidianas, como comer, tomar banho, fazer lição de casa, entre outras.

A diferença entre o jogo e a brincadeira é bem simples. Enquanto na brincadeira a criança cria livremente seu universo, interagindo com objetos e brinquedos, no jogo ela precisa seguir regras.

A brincadeira pode não ter um fim definido previamente, o que significa que a criança pode parar quando ela quiser, ou cansar, ou quando é motivada por um fator externo (como para responder ao chamado dos pais). O jogo sempre terá um início e um fim já estabelecido, por exemplo, quando um participante atinge uma determinada pontuação e torna-se vencedor.

Os jogos são uma excelente forma de estimular e desafiar as crianças. Pois, elas sentem-se motivadas a cumprir aquilo que é solicitado. Ao mesmo tempo que seu filho está jogando, ele está aprendendo, criando, descobrindo, experimentando, inventando, interagindo, pensando sobre si mesmo e sobre os outros. Os jogos também impõem limites que favorece as relações com outras crianças e com adultos.

Existem dois tipos de jogos que podem ser realizados em equipe: os cooperativos e os competitivos.

Nos jogos competitivos o objetivo central é vencer. Sempre haverá aquele que perde e aquele que ganha. Os jogos de tabuleiro (xadrez, dama, ludo, banco imobiliário), de cartas (uno, baralho), esportivos (futebol, basquete, vôlei, peteca) são exemplos de jogos competitivos. Esses jogos proporcionam a criança o aprendizado sobre as frustrações, a importância de dar o seu máximo para alcançar um objetivo, além de melhorar o raciocínio estratégico.

Os jogos cooperativos, por outro lado, são um diferencial quando o assunto é ensinar o trabalho em equipe e a ajuda mútua. Nesse tipo de jogo não é o vencer o mais importante, mas finalizar as tarefas propostas. Cada criança é estimulada a mostrar suas potencialidades e talentos, pois o que conta é fazer o melhor pela equipe. São exemplos de jogo cooperativos: cabo de guerra, escravos de Jó, passando o bambolê, peteca.

O aprendizado de novas habilidades, a importância de seguir as regras e a criatividade são outros aspectos que os jogos podem propiciar. Enquanto joga, a criança fica relaxada, entendendo que há sempre momento para tudo, inclusive para pensar com calma e aguardar a vez.

O jogo pode ajudar na hora de ensinar ao seu filho valores humanos, como caráter e honestidade. Observar como seu filho interage durante os jogos é importante para perceber como ele tem lidado com os sentimentos de injustiça, frustração, derrota e vitória, medo, pessimismo. Durante um jogo pode surgir a oportunidade para uma boa conversa sobre assuntos diversos, como por exemplo, sobre os sentimentos dos seus filhos diante de situações adversas.

Portanto, os jogos representam uma ótima oportunidade para descobrir mais sobre a criança, suas potencialidades e habilidades. Além disso, é uma ótima maneira de relaxar! Então, vamos jogar?

 

Por Suellen Merencio

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