“Como fazer para ajudar minha filha a expressar seus sentimentos?”

Um dos grandes desafios na educação de um filho é que, para ensinar precisamos aprender!

E nesse campo de “como ajudar minha filha a expressar seus sentimentos?”, essa é uma premissa básica.

Para ajudar nossos filhos a lidarem melhor com suas emoções e seus sentimentos é importante voltarmos essa reflexão para nós, os pais.

Nossos filhos aprendem muito mais com o que fazemos e com a maneira como nos comportamos do que com todo aquele “latim” gasto para ensiná-los a maneira correta de proceder.

Então, para ajudar uma criança a ter uma boa relação com seus sentimentos e emoções, é imprescindível observar como nós, pais, lidamos com a questão.

– Consigo dar nome e reconhecer as emoções presentes em mim, nas diversas situações?

– Ao reconhecer que em determinadas situações, sinto medo, raiva ou tristeza, qual é minha reação?

– Consigo perceber o que estou sentindo e decidir conscientemente minha ação, ou minhas reações são automáticas e impulsivas?

– Muitas vezes me arrependo da forma como conduzi as diversas situações em minha vida pessoal ou profissional?

Avalie suas respostas e vem comigo em um passo-a-passo para aprender e depois ensinar sobre o controle das emoções:

1. IDENTIFICAR E NOMEAR

– Aprender a identificar, dar nome à emoção presente. Primeiro, aprenda a identificar o que é medo, tristeza, raiva, alegria, contentamento, gratidão, desgosto, nojo, vergonha, ciúmes, inveja…Vá conhecendo cada uma delas e reconhecendo quais reações elas provocam no seu corpo, nas suas expressões. Quando você aprende a identificar as suas próprias emoções, fica muito mais fácil ajudar seu filho a dar nome ao que ele está sentindo e a ir também fazendo o reconhecimento dessas diferenças.

2. PERMITA-SE SENTIR

– Permitir-se sentir o que está sentindo, mesmo quando a emoção mobilizada cause algum desconforto, como no caso da raiva e da tristeza, por exemplo. Ao se permitir fazer contato com a emoção presente, você dá vários passos na direção de encontrar uma solução para o seu problema. É entrando no que estamos sentindo, que conseguimos sair! Acolha suas emoções. Ao aprender a acolher seu medo, sua tristeza, seu cansaço, suas próprias necessidades, você pai e mãe, também se torna mais hábil em reconhecer e acolher as emoções e as necessidades do seu filho.

3. RESPONSABILIZAR-SE

– Responsabilize-se por suas emoções. Sabe esse tipo de expressão: “Viu só o que você fez comigo?”, “Você deixou o papai com raiva!”, ”Agora a mamãe está chorando por sua causa…”. Pois é, se você quer ajudar seu filho a lidar bem com as emoções dele, pare com esse tipo de colocação e responsabilize-se por suas emoções! Você fica com raiva e furioso porque alguma crença sua foi desafiada ou desrespeitada, é isso que te deixa com raiva ou te deixa triste, por exemplo. Sua raiva, seu medo, sua tristeza são suas, ninguém tem o poder de plantar uma emoção em você, a não ser que, em algum nível, você permita. Reconhecer sua responsabilidade por suas próprias emoções é um passo difícil, mas fundamental rumo ao controle das emoções. E quando você conquista esse desafio, você também pode ensiná-los aos seus filhos, ajudando-os a lidar de forma mais positiva, acolhedora e assertiva com suas próprias emoções!

4. SEJA ASSERTIVO

– Ao identificar, dar nome, se permitir sentir e como agora você se responsabiliza pelo que você está sentindo, você tem condições de tomar decisões mais claras, conscientes, diretas e objetivas. E de decidir que ações tomar de forma assertiva. Ao passar por esses passos, que às vezes podem durar segundos, mas devem durar o tempo que você precisar, você ganha um tempo precioso, segura a reação impulsiva e toma decisões mais maduras e responsáveis. Seja honesto com você mesmo. Assuma o que está sentindo. Observe seus pensamentos. Esse “tempo extra” que você ganhou, ajuda muito a desacelerar os pensamentos, a acalmar as emoções e a fazer escolhas mais alinhadas e autênticas. E seus filhos percebem isso e aprendem muito com você! A esta altura, você está dando um bom exemplo!

Achou fácil? Aposto que não! Então agora fica mais fácil compreender porque é tão difícil para as crianças e para os adolescentes controlarem suas emoções também! Mas fica mais fácil para eles aprenderem quando têm bons exemplos e modelos saudáveis de como lidar com as emoções.

Que vocês possam caminhar juntos nesse passo-a-passo, aprendendo e ensinando, ensinando e aprendendo. Pais, mães e filhos, sucesso nessa jornada e que esse caminho seja regado diariamente com muito amor, sintonia e conexão!

Um brinde à saúde emocional!

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