A OBESIDADE INFANTIL E SEUS FATORES EMOCIONAIS

Obesidade Infantil: causas, consequências, formas de tratamento e prevenção.

A obesidade infantil não é um problema de saúde recente, mas com o passar dos anos e com o cenário de pandemia esse problema de saúde pública tem se mostrado ainda maior e preocupante em todo o mundo.

A obesidade Infantil é caracterizada como uma disfunção, uma doença causada pelo acumulo excessivo de gordura corporal na criança.

Hoje em dia, o problema da obesidade se estende a adultos, adolescentes e crianças de todas as idades e classes sociais.

Com o passar dos anos o estilo de vida do indivíduo mudou muito e com ele a alimentação também sofreu grandes modificações. Com o desenvolvimento da sociedade criou inúmeras tecnologias para todos os fins possíveis e uma delas é a industrialização dos alimentos. 

Mudanças sociais têm levado a uma alimentação rápida e inadequada, colaborando para o aumento do sobrepeso e obesidade, afetando, assim a qualidade de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos.

A obesidade vem crescendo de maneira significante nos últimos anos em contexto mundial, o que chama a atenção como um todo, por se tratar de um problema de saúde pública.     

A obesidade segundo a Organização Mundial da Saúde é o acumulo de anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde do indivíduo, uma doença crônica caracterizada por excesso de peso corporal.

A obesidade é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), baseando-se no índice de massa corporal (IMC), onde é definido pelo cálculo do peso corporal em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura em metros quadrados.

Essa classificação também se dá devido ao risco de mortalidade a ela associada. Assim sendo a obesidade é classificada de acordo com seu IMC, quando o IMC encontra-se acima de 30 kg/m.

A gravidade da obesidade é definida pela OMS em: Grau I- moderado excesso de peso, com IMC entre 30 e 34,9 kl/m, obesidade grau II- obesidade leve ou moderada com IMC entre 35e 39,9kl/m, e obesidade grau III- obesidade mórbida com IMC que ultrapassa 40 kl/m. 

 A obesidade é considerada uma epidemia do século XXI, tendo como desencadeantes múltiplos fatores, se tratando de uma doença multifatorial, envolvendo aspectos que vão desde a genética, culturais, emocionais e comportamentais.

Diante do panorama mundial de obesidade, devem-se ter medidas eficazes para prevenir o aumento e prevalência desta, principalmente na população infantil, na qual a obesidade vem crescendo cada vez mais nos últimos anos.

A obesidade não é só uma questão estética, ela vai além, aumenta o risco de problemas de saúde como: Diabetes tipo 2, distúrbio do sono, Síndrome metabólica, Problemas cardíacos, Gordura no fígado, Pressão alta, Depressão, Asma, e entre outros.

Obesidade infantil e o papel da família

O convívio social familiar é o principal responsável pela formação do comportamento alimentar da criança, isso porque são os pais os seus primeiros educadores/ modelos no que diz respeito à alimentação.

O ganho de peso acima do normal é geralmente estimulado já nos primeiros anos de vida, pois a família, principalmente mães e avós, tem a ideia de que um bebê gordinho é sinal de saúde.

Por isso que cabe aos pais adotarem padrão alimentar saudável, além de estar contribuindo para a saúde, este estará servindo de modelo para uma boa alimentação do filho.

A obesidade deve ser prevenida assim que a criança nasce, pois o ganho de peso acima do esperado aumenta o número de células adiposas e favorece o aparecimento de obesidade no futuro.

Assim sendo, famílias com hábitos alimentares saudáveis, dificilmente terão problemas com o excesso de peso. 

A alimentação tem papel muito importante na relação entre pais e filhos, pois é neste momento que os indivíduos têm a possibilidade de troca de afeto, comunicação, interação e também exposição para os membros da família.  

O vínculo com a família é extremamente importante dado que a criança desenvolve uma ligação forte o que acarreta uma base segura para ir à busca de novas descobertas, caso a criança esteja enfrentando dificuldade ou ameaça ela saberá e poderá ver que seu lugar de refúgio emocional é seguro.

A dinâmica familiar é um dos fatores que também contribui para o desencadeamento da obesidade em crianças, os desajustes deste ambiente que vão desde ao encontro para as refeições no qual o diálogo é substituído pela TV, tornando o comer uma atitude automática, na qual até mesmo a noção de saciedade pode passar despercebida.    

Assim cabe aos pais adotarem padrão alimentar saudável, além de estar contribuindo para a saúde, este estará servindo de modelo para uma boa alimentação do filho.

Este contexto de trocas afetivas e cuidado faz com que a criança estabeleça um vínculo saudável e seguro com quem cuida dela.

Cabe ressaltar que além da ingestão inadequada de alimentos calóricos, tem se a influência dos avanços da modernidade contribuindo para o aumento desta patologia,

As crianças e os adolescentes estão passando longos períodos em frente à televisão, vídeo game, computador e pouca prática de atividades físicas, além da influência das propagandas de TV no consumo de produtos com grande valor calórico.

Nos dias de hoje já tem se tornado comum às crianças passarem muito tempo em frente à televisão, o que muitas vezes gera ansiedade e consequentemente a vontade de comer de forma excessiva.

Pelo fato de a obesidade estar em grande escala na população infantil, torna-se necessário o conhecimento de suas consequências para a suade mental de crianças e adolescentes.

Cabe ressaltar que estas crianças muitas vezes são vistas pelos próprios familiares como preguiçosas, sem iniciativa para tomar banho, trocar de roupa, fazer atividades escolares, desanimadas para as atividades físicas e de lazer, entre outras.

É comum crianças e obesas sofrerem descriminação e estigmatização, o que prejudica seu desenvolvimento físico e mental. Podendo provocar mudança de humor, timidez, baixa autoestima, entre outras questões emocionais.

As dificuldades enfrentadas pelos obesos levam ao sofrimento e restrições diante de atividades de rotinas, como ir à escola, fazer determinados exercícios físicos, divertir-se, entre outros.

Além dos fatores externos ao ambiente familiar a criança pode sofrer preconceito dentro da própria casa, isso quando em momentos de estresse os pais ou irmãos acabam agindo de forma hostil com a criança, direcionando-se de forma grosseira, provocando uma exigência exagerada sobre a criança.

Outra característica presente nas crianças obesas é a ansiedade e algumas vezes a depressão pode vir a se desenvolver, este é um fator agravante, visto que com as características da obesidade, as crianças passam muitas vezes por sentimento de tristeza, ansiedade, irritabilidade, agressividade e fadiga crônica.

O sobrepeso na adolescência traz consequências psicossociais. O isolamento social e baixa taxa de aceitação dos colegas são problemas comuns para jovens obesos nos ambientes sociais.

É na adolescência que o indivíduo está desenvolvendo sua autoimagem, desta forma a obesidade tende a ser extremamente prejudicial ao seu desenvolvimento psicológico, social e comportamental.

O fato de a obesidade estar em grande escala na população infantil, torna-se necessário o conhecimento de suas causas e consequências, bem como a importância de tratar dessa problemática, pois estudos apontam que a obesidade na infância aumenta o risco de obesidade na vida adulta.

O tratamento da obesidade é fundamental para a manutenção da boa saúde ao longo da vida, pois ela se trata de uma patologia multifatorial, em que necessita de um tratamento multidisciplinar, com o objetivo de orientar os indivíduos obesos para a mudança de hábitos alimentares, atividades físicas, acompanhamento psicológico e medicamentoso quando necessário.

O tratamento da obesidade infantil dever incluir alteração de forma geral na postura familiar e da criança, em relação aos hábitos alimentares, tipo de vida, atividade física e reeducação alimentar.

Ao adotar estas posturas deve-se levar em conta as potencialidades da criança, como sua idade, a participação da família e da equipe multidisciplinar integrada, para que modifique os comportamentos que são responsáveis por contribuir no ganho de peso.  

Diante do panorama mundial de obesidade, com as mudanças e hábitos adquiridos nestes dois últimos anos de pandemia, devem-se ter medidas eficazes para prevenir o aumento e prevalência desta, principalmente na população infantil.    

Quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de se manter o peso saudável na vida adulta.

Por Ilma Paula

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