Educação emocional, a importância de as crianças compreenderem e regular as emoções
Nunca foi tão necessário refletir sobre o desenvolvimento emocional das crianças, ou seja, sobre a importância da educação emocional.
Hoje em dia tem se observado muitas crianças e adolescentes com dificuldades de nomear, regular e expressar as emoções, que desde a infância deveriam ser vistas com atenção e ser melhor compreendidas pelos adultos que as cercam.
A regulação emocional é a capacidade que vai ajudar a entender e reconhecer cada emoção, proporcionando bem estar. Nos primeiros anos de vida é muito importante e marcante para o desenvolvimento emocional das crianças, que elas comecem a entender o universo emocional.
As emoções são estados mentais/processos biológicos administrados pelo cérebro, que geram mudanças no organismo, elas surgem a partir do que pensamos sobre determinada coisa, elas são a essência do funcionamento humano.
Nós já nascemos com algumas emoções básicas, e outras vem ao longo do processo de desenvolvimento, conforme vamos vivenciando outras situações do cotidiano.
As emoções infantil, presente nos primeiros dias de vida, são recursos que a criança tem para começar a experiência de conhecer o mundo ao seu redor.
As nossas emoções são fundamentais para nossa sobrevivência, elas podem ser divididas em primárias e secundarias. As primárias ou básicas são aquelas que já nascemos com elas, as secundarias derivam das primarias.
Estas emoções normalmente são divididas em dois grupos, as agradáveis e as desagradáveis. Mas vale ressaltar que estas definições não podem ser resumidas pelo nome e reação que cada uma apresenta, sendo as desagradáveis vistas como ruins/negativas e as agradáveis consideras boas/positivas, visto que todas elas são normais e se faz necessárias para nosso funcionamento.
Podemos dizer que todos sentem raiva, medo, tristeza, nojo, etc. todos podem sentir emoções positivas, negativas, boas ou ruins, agradáveis e desagradáveis.
De acordo com estudos estas emoções são de fácil reconhecimento pela criança a partir dos 6 anos de idade, em alguns casos é possível esse reconhecimento já aos 5 anos de idade ou mesmo antes dessa idade.
Antes dos dois anos de idade, as crianças ainda não alcançou o um amadurecimento emocional que possibilite regular as emoções, após os dois anos e meio já é possível auxiliar os pequenos na identificação, compreensão e regulação das mesma.
Quando falamos de emoções em criança, podemos trazer muitas vivencias do nosso cotidiano, no qual já presenciamos episódios de raiva, fúria, medo, tristeza, entre outras emoções. No qual é comum o adulto julgar que a criança/filho tem ou terá a capacidade de identificar e regular suas emoções naquele momento. Sendo uma tarefa desafiadora e muitas vezes difícil até para adultos.
Com isso, muitas vezes as crianças apresenta reações intensas, por se sentirem incompreendidas e nem levadas a sério, o que faz com que os comportamentos e emoções se repitam.
Uma criança de 6 anos pode ficar extremante irritada, com raiva da mãe que não o deixou ficar no celular mais tempo, ou ficar triste com o coleguinha que o empurrou na hora da brincadeira ou mesmo apresentar um comportamento de birra no mercado. Muitas vezes, por não ter maturidade para tal compreensão ou por não ter sido ensinado que emoção seria aquela, como ela funciona e como melhor agir diante de tal emoção, a criança não vai ter condições de regular tal emoção.
Devemos ficar atentos para não dizer para as crianças que é feio sentir raiva, que não precisa ficar triste, que ele é medroso ou fraco por sentir medo, entre outras falas que geralmente as crianças ouvem em momentos de emoções desagradáveis. Elas são apenas crianças, que vão acreditar no que seus pais e responsáveis sabem e o que estão dizendo.
Os pequenos ainda não tem muita capacidade e clareza, em como funciona as emoções, elas precisam da ajuda de adultos para melhor compreender o que sentem e assim aprender a lidar da melhor forma, diante de situações do cotidiano e situações adversas, que geram emoções e sentimentos intensos, e de difícil manejo.
Seis emoções básicas:
- Amor:
- Alegria
- Medo
- Nojo
- Raiva
- Tristeza⠀
Todas elas são normais e estarão presente no nosso funcionamento, variando entre mais intensas e menos intensas.
Ensinar a reconhecer, expressar e nomear as emoções, é fazer com que as crianças saiba na medida do possível como lidar com os próprios sentimentos e emoções.
Emoções: Por que se fala tanto
Toda e qualquer criança pode ter uma interação positiva ou negativa com o meio em que vive. E essa interação vai direcionar o desenvolvimento emocional de forma saudável ou não.
Esse desenvolvimento emocional não vai influenciar só a infância, mas toda adolescência e vida adulta.
O papel da família é oferece suporte emocional, é ajudar as crianças entenderem e identificar suas emoções, pois quando a criança é estimulada a não expressar as suas emoções, ou mesmo punida por apresentar tais emoções, a longo prazo, isso contribui para que ela venha guardar as próprias emoções e sentimentos, podendo ocasionar problemas comportamentais e emocionais.
Nos dias de hoje, ainda é comum presenciarmos crianças sendo punidas e repreendidas ao demostrar alguma emoção, pois muitas vezes, quem está a sua volta julga como errada ao mesmo desnecessária tal emoção. Esse comportamento fazem com que a criança tenha medo de demostrar emoções ou tenha um efeito negativo sobre o comportamento e o emocional.
Vale lembrar que todos nós podemos ter uma reação positiva ou negativa com o meio em que vivemos, assim, apresentando reatividade e autorregulação.
Saber identificar as nossas emoções e das pessoas a nossa volta é um exercício extremamente difícil, não é raro fazermos interpretações erradas das próprias emoções e da dos demais, gerando muitas vezes conflitos.
Como ajudar e ensinar as crianças a controlar essas emoções e como expressá-las? Podemos dizer que a melhor fase de intervenção é na infância. Os primeiros anos de vida é um marco muito importante na formação da personalidade, do desenvolvimento emocional como todo.
Os pais devem estar em incessante diálogo com os filhos, assim como outros adultos que façam parte da vida dessas crianças. Observando se as crianças estão tendo mudanças de comportamento ou dificuldade de expressar e nomear suas emoções.
O ambiente escolar é um excelente lugar para trabalhar a educação emocional das crianças, os alunos serão capazes de interagir melhor com os colegas e o mundo a sua volta. .
Ao regular as emoções, todos nós conseguiremos enfrentar situações e problemas do dia a dia da melhor maneira possível.
Os pais e responsáveis devem desenvolver um olhar atento para a criança e adolescente, utilizando de conversas e atividades, para que ela sinta-se à vontade para falar o que está sentindo. Esse momento em que oferecemos para a criança se expressar é essencial. Através de um desenho, filmes, musicas, fala ou brincadeira, podemos proporcionar muitas descobertas e aprendizados sobre as emoções.
Podemos pedir para que a criança dê um nome para o que está sentindo, assim ela começa a identificar, fazendo com que ela entenda de fato como é cada emoção.
Não devemos impedir as crianças de expressar emoções, sejam elas, raiva, tristeza, medo, nojo, ou amor e alegria. Todas as emoções são importantes para desenvolvimento da criança, mesmo as desagradáveis, todas fazem parte no nosso funcionamento e tem sua importância na formação do ser humano.
A educação emocional das crianças é muito importante para elas conseguirem lidar com os problemas do dia a dia da melhor maneira possível.
Com uma base emocional, seremos adultos e crianças capazes de reconhecer e expressar nossas emoções. Apresentando clareza sobre nós mesmos, e consequentemente melhor capacidade de controle emocional.
Dica de Filmes infantis
Para trabalhar o desenvolvimento emocional nas crianças.
- Divertida Mente
- Up – Altas aventuras
- Monstros S.A.
- Viva a vida:
ü Caroline e o mundo secreto
ü Brave Filmes infantis
ü Shrek
Portanto, para desenvolver uma boa educação emocional é necessário paciência, insistência, dedicação constante e persistência, assim como um ambiente saudável e vinculo familiar saudável.
Por Ilma Paula
Capa: Keylla Gomes