Depois ou durante o tratamento odontológico da criança, surge o questionamento quanto à frequência e a necessidade do retorno ao consultório.
A maioria das pessoas acreditam que a resposta será sempre 6 meses. Mas não é bem assim!
Pra começo de conversa esse intervalo de 6 meses entre as consultas odontológicas é baseado na experiência. Isto é, não têm estudos na literatura que mostrem claramente que 6 meses é um intervalo adequado.
O que se sabe é que consultas periódicas ao dentista são bem-vindas, pois permitem que processos danosos à saúde bucal sejam observados ainda em estágio inicial, minimizando assim os possíveis danos.
Nas crianças os retornos também são importantes para acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da boca com um todo, e a troca dos dentes de leite pelos permanentes.
Então, qual deve ser o intervalo ideal?
Não existe uma resposta única. Isso porque cada criança vai apresentar uma necessidade de acompanhamento, principalmente relacionada com a presença da doença cárie.
A cárie é a doença bucal mais prevalente na população infantil, e suas manifestações clínicas (seja a dor de dente, a necessidade de recuperação estética e funcional) são as principais razões que levam às crianças ao consultório odontológico.
Assim a frequência dos retornos é determinada individualmente e está baseada no risco de desenvolvimento de novas lesões da cárie. As crianças são, então, classificadas em: alto, médio e baixo risco à cárie.
Essa classificação é baseada na combinação entre a presença ou ausência de alguns fatores, por exemplo: ingestão exagerada de alimentos açucarados, tema mencionado no meu texto “Causas e Efeitos do Açúcar nos Dentes das Crianças” escovação com pasta de dente que não contenha 1000 ppm (partes por milhão) de flúor, dentre outros.
As crianças classificadas como sendo de alto risco requerem um acompanhamento mais frequente, por isso o intervalo entre as consultas será mensal.
Já para as crianças com médio risco esse intervalo pode ser um pouco maior, com consultas a cada 3 meses.
E para aquelas com baixo risco, aí sim podemos lançar mão de um espaçamento maior entre as consultas, variando de 6 meses a um ano.
Convém lembrar, que outras condições bucais (como casos de traumas dentários) podem levar a outros intervalos entre as consultas. O mais importante é seguir as recomendações do cirurgião-dentista que acompanha a saúde bucal daquela criança.
Por Carla Minozzo
Foto Capa: Freepik
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