Mentiras na infância: Eis um tema que deixa muitos pais de cabelo em pé!
Com o passar do tempo, o vocabulário desenvolvido, filhos mais sociáveis e independentes, surge uma nova pulga atrás da orelha:
Meu filho está mentindo? Será normal? Onde ele aprendeu isso?!
Afinal, por qual motivo as crianças mentem para nós, adultos?
Em primeiro lugar, é importante fazermos uma separação por idade. Isso significa que até certa idade, por volta dos 5 anos, podemos considerar normal esse comportamento. A partir daí, é necessário que o adulto consiga entender qual o motivo que leva a criança e até mesmo o adolescente a praticar a mentira.
Vamos entender melhor o que estou dizendo: na primeira infância, até os 6 anos, o cérebro e as funções mentais estão em pleno desenvolvimento, conforme a criança participa de diálogos com pais e outros adultos, ela vai aprendendo o poder do seu vocabulário e o impacto que as palavras têm. Nós adultos, somos um espelho para elas e nossas reações estimulam e também reprimem o que elas dizem.
No caso da mentira, a criança pequena percebe a possibilidade de mudar uma história ou conseguir aquilo que quer, por exemplo: fala para a mãe que o pai já deu banho ou que não quer ir a escola por que está com dor de cabeça.
Ao notar que não é verdade, o adulto não deve achar graça e nem repreender severamente, mas deve explicar o motivo pelo qual não devemos nunca mentir.
As crianças pequenas misturam com frequência fantasia e realidade, acreditam em seus pensamentos mágicos e embarcam nas histórias que criam. O adulto, por sua vez, deve intervir de forma que a criança perceba que é compreendida e assim, o comportamento deve desaparecer aos poucos.
Após os 6 anos, as crianças já vão adquirindo o senso moral e a capacidade de saber o que é certo e o que não se deve fazer. Neste caso, os adultos devem ser menos permissivos com esse comportamento de mentir, sempre deixando claro que não concordam com essa atitude.
Winnicott, conhecido psicanalista inglês, dizia que as crianças que mentem e roubam estão em busca de um cuidado que foi perdido. Por exemplo, mudanças na rotina, retorno da mãe ao trabalho, pouca disponibilidade de tempo dos pais ou mesmo uma separação, podem estimular esses comportamentos.
Independente da idade do seu filho, a compreensão e a conversa são mais importantes que o castigo. Faça uma reflexão sobre a possibilidade de alguma mudança na rotina ou família estar provocando este comportamento.
Em alguns casos, mais atenção e mostrar que estão preocupados já resolvem a questão!
Se o comportamento continuar ou aumentar, peça auxílio a um profissional.
Como conversar com meus filhos sobre mentiras:
- Contar histórias sempre ajudam. As crianças se identificam com os personagens e entendem o recado!
- Valorize quando dizem a verdade;
- É bacana construir um quadro dos ‘bons valores’’;
- Adulto, observe o seu comportamento! O tempo todo ensinamos a eles como devem se comportar!
Por Carolina Silva
Leia o texto da nossa Psicóloga: Mudanças e o impacto na vida e no comportamento dos filhos