Educação infantil é a etapa da educação básica para crianças de 0 a 6 anos, mas ela somente é obrigatória a partir de 4 anos.
Muitas famílias entendem que a criança não precisa estar muito cedo na escola, até porque vai passar boa parte da vida estudando. Então, aqueles que podem contratam babás para cuidarem de suas crias em casa mesmo ou recorrem a ajuda de avós, tias, vizinhas…
Mas, será que não é importante para a criança estar na escola?
A educação infantil é, para muitos estudiosos em desenvolvimento infantil, a etapa da educação mais importante na vida dos pequenos. Muitas famílias fazem planos para a faculdade e vida profissional de seus filhos, mas não pensam muito na educação infantil.
E até mesmo as políticas públicas não valorizam essa que é a base de toda a construção do indivíduo, muito menos os profissionais que atuam nela.
Grande parte das escolas infantis limitam-se apenas aos cuidados das crianças (comer, higiene, sono) e, na verdade, deveria ser muito mais que isso!
A Educação psicomotora, que é o desenvolvimento do corpo da criança, deveria fazer parte da rotina diária das crianças, desde o berçário.
Aqui no blog tem um texto falando sobre a Psicomotricidade, que é uma ciência que estuda o homem e suas relações.
A Educação Psicomotora é um dos ramos dessa ciência.
Ela tem um caráter especialmente preventivo, ou seja, desenvolver as habilidades psicomotoras da criança através de atividades lúdicas e motoras. E com isso, o aluno chega no ensino fundamental mais preparado, mais amadurecido, mais desenvolvido.
É cada vez maior o número de alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem logo nos primeiros anos do ensino fundamental.
São crianças com dificuldade em segurar um lápis e realizar os movimentos corretos da escrita, crianças que com 6 ou até 7 anos ainda não sabem diferenciar esquerda e direita.
Então, podemos dizer que muitos desses problemas podem ser prevenidos com a educação psicomotora realizada na educação infantil.
Vitor da Fonseca, Psicopedagogo e Psicomotricista português afirma que:
Antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados. Uma criança que não consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se adequadamente numa cadeira, concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em pensamento (2005).
Um ambiente pobre em estímulos corporais na fase pré-escolar impede o pleno desenvolvimento do corpo e das habilidades que servem de pré-requisito para a alfabetização.
Um aluno que ainda não tem noção de direita-esquerda adequada não saberá se orientar durante a leitura, pulando linhas, se desorganizando em relação ao texto, por exemplo.
Não está totalmente errado realizar atividades pedagógicas na educação infantil, mas o foco principal não deveria ser esse e a abordagem poderia ser outra, como exploração do corpo e experiências sensoriais, muitas brincadeiras (muitas mesmo!), jogos, atividades lúdicas e não mecanicistas como cópias de traçados, sem nenhum contexto.
A criança nem sabe o porquê está fazendo aquilo e a aprendizagem fica sem significado.
Mas, além do desenvolvimento das habilidades corporais, na educação infantil também se trabalha muito os valores, que devem vir de casa e são reforçados na escola.
Existe até um livro, bastante interessante, do autor americano Robert Fulghum que já diz tudo no próprio título “Tudo o que eu devia saber na vida aprendi no jardim de infância”.
Ele conta que a “sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano do curso superior, mas no tanque de areia do pátio da escolinha maternal”.
É na escolinha, na creche, no jardim de infância que as crianças aprendem, como diz Fulghum, a dividir objetos, não bater nos outros, arrumar a própria bagunça, pedir desculpas, lavar as mãos antes das refeições, a esperar… e tantas outras coisas que são tão importantes na vida adulta.
E agora, me diz, é ou não importante a Educação Infantil?
Então, vamos valorizar mais os profissionais que cuidam das nossas crianças, não só a professora regente, como também as auxiliares e toda a equipe pedagógica.
Vamos procurar escolas que priorizem as atividades motoras e o brincar como recurso pedagógico nessa fase e não as pedagógicas. Escolas com espaços abertos e não apenas salas e um parquinho com escorregador e balança.
Criança precisa de movimento! Não precisamos ter pressa com elas. Essa fase passa tão rápido! Lá na frente vai fazer toda a diferença!
Por Fernanda Alves
Quando a Criança Dorme no Bebê Conforto
Capa Free PiK
Adorei o texto…..
Excelentes colocações da Fisioterapeuta, Fernanda Alves.
👏👏👏👏
Obrigada!!! Que bom que vc gostou!!