O ato de ranger ou apertar os dentes é chamado de bruxismo. O bruxismo pode acontecer durante o sono, ou em momentos em que a criança está acordada. Não é fisiológico e, portanto requer atenção tanto dos pais como do odontopediatra.
O bruxismo pode ou não tem um fator associado.
Dentre esses fatores associados destacam-se:
- A genética: existe um padrão hereditário familiar. Ou seja, outros membros da família também apresentam histórico de bruxismo, como mãe, pai e avós.
- Refluxo gastroesofágico
- Estresse
- Alterações respiratórias como alergias, obstruções das vias aéreas superiores (amígdalas e adenóides hipertrofiadas), asma, ou ainda crianças fumantes passivos, ou seja, aquelas que convivem com fumantes.
- Apnéia e hipoapnéia obstrutiva do sono
- Alterações comportamentais como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade principalmente nas crianças tratadas com metilfenidato (Ritalina®)
- Alterações neurológicas dentre elas a síndrome de Down, a síndrome de Rett e a paralisia cerebral.
- Sono não reparador resultado de poucas horas de sono, e/ou em ambientes com muita luz e barulhos.
Em contrapartida, existem outros fatores comumente associados ao bruxismo que na verdade não tem associação alguma. Ao contrário do que diz a crença popular, o bruxismo não tem relação com verminoses em crianças. Sendo assim tomar vermífugos não diminuíra os episódios de bruxismo. Também não tem relação com a posição dos dentes, se estão mais ou menos alinhados ou com o padrão de mordida da criança. O bruxismo não tem origem nos dentes. O contato dentário é o resultado final de uma cascata de eventos que começa lá no cérebro. Por isso tratar o bruxismo com a colocação de aparelhos ortodônticos ou ortopédicos, ou qualquer outra alteração na posição dos dentes não resolverá o problema. Da mesma forma, também não tem relação com o período de troca dos dentes de leite pelos permanentes.
Ressalta-se que mais do que um vilão o bruxismo pode ser considerado como sinalizador de que algo pode estar acontecendo com essa criança, afetando seu bem-estar. Nesse sentido, identificar que uma criança com bruxismo deve nos alertar para possíveis fatores associados, muitas vezes ainda não diagnosticados.
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Imagem: Pinterest