Gengivoestomatite herpética aguda é uma infecção primária que acomete a boca e é causada por um vírus: Herpes vírus simples (HVS). A infecção é chamada de infecção primária quando ocorre em crianças que ainda não apresentam anticorpos, que são mecanismos de defesa, contra o vírus. Em 99% dos casos a infecção primária leva a formação de anticorpos e a doença não se expressa clinicamente. Nos casos restantes, se manifesta, apresentando quadro clinico importante. A contaminação se dá através de gotículas de saliva contaminada.
É mais frequente em crianças com idade entre seis meses e cinco anos. Antes dos seis meses é rara por causa dos anticorpos maternos, e depois dos cinco anos, pois a sistema imunológico já está mais maduro.
O quadro clínico se inicia por alteração do quadro geral, com febre alta (acima de 39ºC), irritabilidade, mal estar geral, dor articular e pra engolir.
O quadro local começa por inflamação gengival, inchaço, vermelhidão, e dor. Seguido pela formação de bolhas que surgem na gengiva e se estendem para língua, céu da boca, bochecha, garganta, lábios e região ao redor da boca. As bolhas se rompem rapidamente e deixam ulceras rasas, com borda avermelhada e fundo amarelo-acinzentado.
Essas lesões são bastante dolorosas e dificultam bastante à alimentação. Sendo comum a criança se recusar a comer, e assim perder peso. A regressão ocorre sem deixar sequelas, dentro de cinco a sete dias em casos leves e em até duas semanas nos casos mais graves.
O tratamento é apenas de suporte e sintomático, ou seja, visa apenas abrandar os sintomas, e inclui o uso de analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Recomenda-se atenção quanto à hidratação da criança, e sugere-se dieta líquida, pastosa e rica em proteínas. Bochechos ou aplicação de antissépticos suaves, como clorexidina, com gaze ou cotonete ajudam a evitar a ocorrência de infecções por bactérias ou fungos nas lesões.