O impacto psicológico da retirada de telas nas escolas

Caro leitor, você já percebeu como a tecnologia se tornou central na educação e a retirada de telas parece algo apavorante para as crianças? Tablets, computadores e lousas digitais ganharam espaço nas escolas, prometendo modernizar o ensino, ampliar o acesso à informação e tornar as aulas mais dinâmicas, capturando intensamente a atenção dos alunos.

Entretanto, algumas instituições têm questionado essa dependência das telas, optando por sua retirada parcial ou total. Agora, isso é lei! Uma mudança que proíbe o uso de telas nas escolas, gerando debates sobre os impactos psicológicos nos estudantes e suas implicações no desenvolvimento emocional, social e cognitivo.

Antes de explorar esses impactos, vale entender por que algumas escolas estão adotando essa medida. Argumenta-se que o uso excessivo de dispositivos digitais pode prejudicar a concentração, promover um consumo passivo de informações e causar problemas de saúde física, como postura inadequada e cansaço visual. Além disso, há preocupações sobre o aumento da ansiedade e a diminuição das habilidades sociais.

Muitas escolas defendem um retorno às práticas tradicionais, como leitura em livros físicos, escrita manual e interações diretas. Embora esses métodos tenham benefícios, é inegável que vivemos em um mundo onde a tecnologia é essencial. Assim, essa transição traz tanto oportunidades quanto desafios.

Impacto psicológico da retirada de telas

Ansiedade e resistência inicial

A retirada das telas pode gerar resistência e ansiedade, especialmente entre jovens que dependem delas no cotidiano. Muitos se sentem desconfortáveis ou desmotivados ao se afastarem de dispositivos usados para estudar ou se divertir. Alguns sequer conseguem se entreter ou socializar sem o apoio tecnológico, o que pode agravar o impacto inicial.

Além disso, adolescentes podem enxergar a mudança como um retrocesso, reforçando frustrações e dificultando a adaptação. O desafio está em transformar essa resistência inicial em aceitação ao longo do tempo.

Melhoria da concentração e do foco

Por outro lado, a ausência de telas pode, com o tempo, melhorar a concentração. Estudos mostram que dispositivos digitais, quando usados sem supervisão, promovem distrações constantes. Sem as telas, os alunos podem desenvolver maior disciplina e foco, beneficiando tanto o aprendizado quanto o bem-estar emocional.

Além disso, pais e professores relatam que a redução do uso de telas torna as crianças mais acessíveis e harmônicas, reforçando laços familiares e escolares.

Desenvolvimento de habilidades sociais

A retirada das telas fomenta interações presenciais e o trabalho em equipe, habilidades muitas vezes prejudicadas pelo uso excessivo de dispositivos. Em um ambiente livre de telas, os alunos têm mais oportunidades de desenvolver empatia, escuta ativa e resolução de conflitos, competências essenciais para relações saudáveis e para o bem-estar psicológico.

Estímulo à criatividade e ao pensamento crítico

Sem o apoio constante de respostas prontas proporcionadas pela tecnologia, os alunos são estimulados a pensar de forma independente, debater ideias e se envolver em atividades criativas. Esse processo não apenas aprimora habilidades como escrita reflexiva, mas também fortalece a autoestima e o senso de competência.

Telas: desafios da retirada

Embora os benefícios sejam evidentes, a exclusão total da tecnologia apresenta desafios. Alunos com necessidades especiais ou estilos de aprendizado visuais podem ser prejudicados, já que dispositivos digitais oferecem ferramentas adaptativas essenciais, como audiodescrição e recursos para organização.

Além disso, excluir completamente a tecnologia do ambiente escolar pode dificultar a preparação dos alunos para um mercado de trabalho cada vez mais digital, gerando insegurança e desvantagens futuras.

O papel do apoio psicológico

Essa transição exige planejamento cuidadoso e suporte psicológico. As escolas devem dialogar com alunos e famílias, explicando os motivos da mudança e ouvindo sugestões. Implementar a transição gradualmente pode minimizar os impactos negativos e facilitar a adaptação.

Profissionais de psicologia escolar têm um papel essencial nesse processo. Eles podem promover atividades socioemocionais, ajudar a lidar com frustrações e monitorar o bem-estar geral dos alunos.

Portanto, a retirada das telas nas escolas é uma decisão complexa, com múltiplas dimensões. Enquanto promove maior concentração, interação social e criatividade, também apresenta desafios significativos, especialmente para alunos que dependem da tecnologia para aprender ou se comunicar.

Com apoio psicológico, diálogo e planejamento, é possível transformar essa mudança em uma oportunidade de desenvolvimento integral. O equilíbrio entre tecnologia e métodos tradicionais pode ser a chave para atender às necessidades educacionais contemporâneas sem comprometer o bem-estar dos jovens.

11 comentários em “O impacto psicológico da retirada de telas nas escolas”

  1. As telas têm tirado o contato principal entre as pessoas – o pessoal. Isso é devastador.
    Mas tb elas são necessárias para muitos outros aspectos.
    Precisamos mesmo pensar nesse equilíbrio que o texto traz.
    É preciso pensar na melhor forma de se aproveitar a tecnologia para a evolução sem prejudicar o que é essencial para a vida do SER humano.
    Gostei demais da reflexão!

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  2. Assim como tudo em nossa vida tem que haver equilíbrio e esse excesso de tela é um problema em todas as idades e temos dim que nos monitorar e nossos filhos também.
    👏👏👏👏👏👏

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  3. As telas retiram a capacidade da interação entre amigos e familiares o tempo todo! Não há mais conversas saudáveis entre as pessoas. Elas nem olham nos olhos da gente quando estão reunidas, pois estão concentradas na tela do celular e no que este lhe proporciona. Esse mundo moderno da tecnologia digital às vezes me abala …

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  4. Que texto excelente.
    É algo sim a ser considerado onde o uso de telas como mencionado pode causar a falta de socialização, dependências digitais e mais o isolamento pessoal.
    Sugiro que este texto deveria ser divulgado em outras páginas para que conscientizem o impacto das telas não só nas escolas e sim na vida das pessoas em geral.
    Parabéns.

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  5. As tecnologias tomaram uma proporção enorme na vida dos jovens e crianças. Para eles, todos os aplicativos e plataformas são acessados com muita naturalidade, e mais, muitos equipamentos se tornaram mais presentes nos ambientes de aprendizagem.

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  6. Peso e medida. É o equilíbrio para uma vida saudável. As telas otimizam o aprendizado, quando não afetam o mesmo. Portanto, medir o quão são necessárias e dosar o tempo de uso, resultará em equilíbrio. Assim, teremos seres conectados ao virtual, mas, com discernimento para com a realidade.

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  7. A tecnologia está evoluindo muito rápido, mais do que conseguimos acompanhar, e isso assusta.
    Se duvida, experimente perguntar a um jovem que nasceu após os anos 2000 o que é um “disquete”. Ele certamente não saberá.
    Mesmo sendo apavorante ver o quão rápido o mundo está evoluindo, não podemos pedir que um jovem do século XXI viva como os do século passado. Adaptação é a chave.
    Acredito que o equilíbrio e o acompanhamento atento, tanto dos pais quanto da escola, são a resposta.
    E acompanhamento é sinônimo de trabalho e limites. Sem dúvida, não será uma tarefa fácil! Mas, assim como nos adaptamos à chegada dessa tecnologia, acharemos um equilíbrio para viver com ela. Sua reflexão sobre o tema nos mostra a importância do profissional da psicologia nessa etapa do nosso desenvolvimento.

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  8. Queridos, muito grata por todos os feedbacks após a leitura desse texto!
    A posição de cada um revela que a existe a preocupação com a temática abordada.
    E vejo como estão lidando com a situação de forma equilibrada!
    Isso faz a diferença!
    Avante!

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