ALERTA: entenda os riscos do “brain rot” conhecido como “cérebro podre”

Os riscos do “brain rot”, também conhecido como “cérebro podre” estão cada vez mais perceptíveis diante das nossas crianças e adolescentes. A superficialidade do conteúdo disponível na internet torna o conhecimento do estudante que a utiliza para estudo, bastante limitado.

Embora os textos sejam curtos e objetivos, eles não são suficientes para alunos que buscam um domínio mais amplo sobre determinados temas, especialmente os mais complexos, que exigem maior capacidade de raciocínio.

O termo “brain rot”, traduzido para o português como “cérebro podre” ou “podridão cerebral”, aborda justamente essa questão: o impacto negativo de conteúdos superficiais e de baixa qualidade na internet, que prejudicam tanto a saúde mental quanto emocional dos leitores.

Entenda os riscos do “brain rot” conhecido como “cérebro podre”.
Entenda os riscos do “brain rot” conhecido como “cérebro podre”. Foto: Pexels / Canva

Miriam Porto, mestre em História, pedagoga especializada em Gestão Escolar e Psicologia Educacional, além de fundadora da OE (Orienta e Educa), explica o conceito de “brain rot” e suas consequências para a aprendizagem:

Embora pareça surpreendente, o termo ‘cérebro podre’ ou ‘podridão cerebral’ é antigo. Ele foi utilizado pela primeira vez no livro Walden, escrito por Henry David Thoreau em 1854, no qual o autor já criticava a falta de valorização de ideias complexas. Recentemente, especialistas em saúde mental e educação passaram a observar que o excesso de telas e a baixa qualidade dos conteúdos online têm causado impactos negativos não apenas no equilíbrio emocional de crianças, adolescentes e jovens, mas também na aprendizagem, esclarece Porto.

A educadora também destaca outros problemas associados ao uso indiscriminado da internet, como a falta de socialização e a dificuldade de atenção, fatores cada vez mais evidentes entre os estudantes nas escolas.

Como educadora, sinto uma grande preocupação com o uso excessivo de telas e o acesso descontrolado aos conteúdos da internet. As novas gerações têm enfrentado desafios não apenas relacionados a questões emocionais, como a socialização, mas também déficit de atenção e dificuldades cognitivas, pontua.

Porto enfatiza que, além dos profissionais da educação, os pais precisam estar atentos ao hábito de seus filhos na internet, garantindo que ele seja saudável e produtivo. Ela também reforça a importância de acompanhar o processo de aprendizagem oferecido pela escola.

Recentemente, discutimos a aprovação de um projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas (Projeto de Lei 293/2024). No entanto, é essencial que esse debate vá além de uma legislação restritiva.

Precisamos questionar o que crianças, adolescentes e jovens estão consumindo na internet. Com urgência, devemos refletir sobre os papéis dos pais na educação dos filhos. E, por fim, mas não menos importante, precisamos definir o que as escolas pretendem ensinar, como ensinar e quais objetivos desejam alcançar, ressalta.

Embora a internet ofereça conteúdos relevantes e alinhados à educação, sendo uma ferramenta valiosa para estudantes e profissionais da área, Porto alerta para a necessidade de avaliar as abordagens desses materiais.

Os profissionais da educação não podem permanecer apenas cientes desse cenário. Precisamos agir, pois os efeitos na saúde mental e emocional dos estudantes já estão evidentes. Certamente, não podemos assistir passivamente à deterioração mental, emocional e cognitiva causada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais, pouco desafiadores e frequentemente equivocados, como os encontrados nas redes sociais, conclui.

Riscos do “brain rot”: veja 4 maneiras de combater

Recentemente, a Forbes apresentou em uma matéria, quatro maneiras de combater a degeneração cerebral, entre elas:

  • Dieta Mental: Priorize conteúdos que estimulam o pensamento e a educação, organizando o consumo digital em uma pirâmide de prioridades. Utilize a regra 80/20 para balancear o tempo entre aprendizado e entretenimento leve;
  • Prática da Higiene Digital: Estabeleça limites de tempo para o uso de tecnologia, reserve momentos do dia sem telas e minimize distrações para aumentar a produtividade e melhorar o bem-estar;
  • Reconectar-se com o Mundo Analógico: Invista em atividades offline junto aos seus filhos, como hobbies criativos, conexões reais e contato com a natureza, promovendo clareza mental e redução de ansiedade;
  • Cross-Training Cognitivo: Estimule o seu cérebro e de suas crianças com desafios variados, como leitura complexa, jogos estratégicos e reflexão ativa sobre ideias, equilibrando conteúdos leves com tarefas cognitivas mais exigentes.

Portanto, não deixe de adotar métodos que combatam as características que o cérebro podre apresenta, diante do consumo excessivo de conteúdos vazios ou pouco construtivos.

Texto cedido pela Jornalista Eliane Honorato.

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