EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COMEÇA EM CASA

Maio é o mês das mães e as mulheres são, na maioria dos lares, as grandes responsáveis pela educação como um todo e educação nutricional das crianças.

Mas esse papel não cabe somente às mães!

Toda família deve ter o objetivo de se alimentar bem. É um processo de aprendizado que se inicia em casa.

Não é novidade para ninguém que a boa alimentação é um dos pilares para se conseguir uma saúde plena.

Cada dia mais a ciência comprova que a boa alimentação pode prevenir ou tratar muitas doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e até alguns tipos de câncer.

Por outro lado, mudar hábitos alimentares na fase adulta é muito mais difícil, especialmente porque envolve mudança de rotina, de pensamentos e de comportamentos.

Assim, a construção de hábitos saudáveis desde o nascimento torna essa jornada em busca de saúde mais fácil.

Cabe, portanto, aos adultos desde a mais tenra idade apresentar à criança os mais diferentes tipos e sabores de alimentos para que se forme um hábito alimentar amplo.

A preferência por alimentos é algo bastante particular, mas que é diretamente relacionada ao ambiente e aos hábitos da família.

Por exemplo, a criança terá uma preferência por doces em casa onde os pais que consomem muitos alimentos açucarados.

Em famílias onde o consumo de frutas e vegetais é amplo, a criança naturalmente consumirá também esses alimentos.

Como qualquer processo de educação, a formação de hábitos alimentares saudáveis também tem muitos desafios.

Um exemplo é a resistência de muitas crianças para experimentar um alimento novo, diferente.

Nesse momento, é importante que os pais mantenham a calma e sejam compreensivos.

A criança pode estar estranhando não só o sabor, mas a aparência, a textura e até o aroma do alimento novo.

Fundamentalmente a exposição a novos alimentos deve ser repetida em média 10 vezes até que a criança o consuma em quantidades razoáveis. Portanto, desistir na primeira resistência infantil, não faz parte do processo!

O oferecimento repetitivo de certos alimentos requer planejamento, uma vez que pode envolver a criação de formas de preparos diferentes.

Assim, ter sempre uma lista de compras ao fazer o mercado ou hortifrúti pode ser interessante.

Levar as crianças no momento das compras também pode facilitar o processo de experimentação de novos alimentos, uma vez que ela mesma pode escolher qual alimento diferente a família comprará para comer.

Eu sei que levar as crianças junto para fazer a compra de mercado pode ser trabalhoso e até estressante.

Mas essa participação é importante para o processo de educação nutricional e pode fazer com que ela ganhe mais consciência sobre compras saudáveis.

A exposição dos alimentos em casa também é importante. Manter alimentos saudáveis como frutas e vegetais em lugares acessíveis à criança, normalmente aumentam sua ingestão.

Assim, deixar frutas já limpas e picadas, como melancia, abacaxi, melão, uvas, legumes cortados, como pepino, cenoura em tirinhas, etc, estimulam o consumo desses alimentos.

Da mesma forma, restringir a compra de alimentos pouco nutritivos, como salgadinhos, biscoitos recheados, refrigerantes, etc, se faz necessário.

Eles boicotam o processo de educação nutricional e são um convite para a má-alimentação.

Veja que restringir, não significa proibir! Há espaço para todos os alimentos em uma rotina saudável. A questão está ligada à frequência do consumo.

Não dá para pedir para a criança comer uma fruta de sobremesa, enquanto na geladeira muitos doces estão armazenados. Ou pior, os pais quererem que a criança coma a fruta enquanto eles comem o doce.

Como já falei, a família toda deve ter bons hábitos de vida. De vez em quando consumir um doce ou um salgadinho, não trará problemas. Mas deve ser a exceção em momentos especiais. Faça combinados com as crianças.

Limitar a ida à restaurantes tipo fast food também é importante. Deixe esses passeios para um final de semana específico do mês. Nesse dia, capriche nas outras refeições e ofereça muitos alimentos saudáveis.

Restringir certos alimentos podem causar um sentimento negativo em alguns pais, como se estivessem punindo os filhos.

Vivemos em uma era onde os sentimentos estão muito relacionados com a comida e o oferecimento de certos alimentos, especialmente doces, demonstra carinho e um forte afeto.

Lembre-se que você pode demonstrar seu amor pelos seus filhos de muitas formas.

Algumas até que os deixarão mais felizes.

 Brinque com as crianças, esteja mais presente na vida real e menos no on-line, abrace e pegue-os no colo, faça um passeio divertido… tenho certeza que será muito mais efetivo do que um pedaço de chocolate.

Outro ponto importante para o processo de educação nutricional diz respeito a envolver a criança no preparo dos alimentos, claro que respeitando sua capacidade e sempre sob supervisão.

Sou grande defensora dessa atitude! Auxiliar no preparo das refeições promove muitos aprendizados nas crianças.

Descobrir novos sabores e formas de preparo, faz com que elas valorizem o que gostam, saibam identificar suas preferências, além de trazer muita autonomia.

Cozinhar em família, além de aumentar o consumo de alimentos mais saudáveis, fortalece a relação e o vínculo familiar. Além de proporcionar momentos divertidos.

Você pode começar com receitas simples, do dia-a-dia. Hoje temos diversos livros de culinária infantil que podem facilitar esse processo e deixá-lo mais lúdico e divertido.

A alimentação e saúde mental das crianças

Além de muitos programas disponíveis gratuitamente na internet.

Outra dica interessante para melhorar a educação nutricional das crianças, é ter uma horta em casa.

Você consegue ter uma, mesmo se sua casa for pequena ou não tiver quintal. Plante temperos em pequenos vasos. Além de variar os sabores dos pratos, você consegue reduzir a ingestão de sal.

Se a criança tiver acesso a uma horta ou pomar, então será perfeito! Certamente ela será mais estimulada a consumir esses alimentos.

E por fim, para se ter uma boa educação nutricional precisamos realizar as refeições de maneira adequada e com consciência.

De nada adianta todo esforço para comprar bons alimentos e prepará-los se no momento do consumo há discussões, atenção voltada ao celular ou TV, etc.

Já diz o ditado, “a hora da refeição é sagrada”. E é isso mesmo!

Consagre esse momento e faça dele um momento de tranquilidade, possibilidade de trocas e conversas entre a família. Desligue os eletrônicos, sentem em volta da mesa e comam juntos.

Se não for possível em todas as refeições, ao menos uma vez ao dia.

Esse horário do dia formará lembranças positivas por muito tempo e melhorará a relação de todos com a comida!

Por Fabiana Jarussi

Canal do Descobrindo Crianças

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