Uma das grandes queixas que chegam aos psicólogos infantis refere-se à dificuldade de comunicação dos pais com seus filhos e vice-versa, também é comum os filhos se queixarem dos pais.
Pais e mães que não se sentem ouvidos, respeitados, “obedecidos”.
Filhos que não se sentem ouvidos e se dizem incompreendidos.
Para tentar minimizar esse problema, existem algumas possibilidades e gosto muito de considerar o resgate dessa relação como um todo, da qual a comunicação faz parte.
O processo da comunicação, em si, já é complexo e precisamos ainda inseri-lo em um contexto e em todo um histórico da família, das relações presentes.
Vamos lá!
Primeiro, precisamos entender os elementos da comunicação. Temos um emissor (pai ou filho) que deseja passar uma mensagem ao receptor (filho ou pai).
Acontece que a transmissão dessa mensagem recebe várias influências no trajeto entre emissor e receptor.
Influências do canal utilizado, do ambiente ao redor, dos “ruídos” presentes, do estado do emissor e também do receptor, podem comprometer a compreensão da mensagem e comprometer a qualidade da comunicação.
A escolha das palavras, o tom de voz, os movimentos do corpo, tudo isso vai junto e influencia a mensagem que se deseja transmitir.
Para tentarmos construir uma comunicação saudável, autêntica e assertiva entre pais e filhos, é importante observar algumas questões. E tem tarefa pra os dois lados! Para os pais e para os filhos!
CONHEÇA, SINTONIZE E CONECTE-SE.
A qualidade da relação dos pais com seus filhos influencia muito a qualidade da comunicação. Invista na presença cotidiana na vida dos filhos.
Conheça seu filho. Gaste tempo com ele. Aproxime-se.
Conheça sua rotina, seus gostos e preferências.
Conheça sua fase do desenvolvimento, se é uma criança ou um adolescente, conheça as particularidades de cada fase.
Chegue perto, física e emocionalmente de seus filhos. Isso traz segurança para eles, eles podem confiar, eles podem se abrir. Sintonize-se.
Assim como fazemos com o rádio, chegue pertinho e perceba em qual “frequência” ele está. Você deve ir até onde ele está. Visitar o mundo dele.
Permita-se sair do mundo adulto e aventurar-se pelo mundo infantil, pelo universo adolescente! Seus filhos vão gostar e isso irá fazer bem pra você também, pai e mãe.
E aí nesse lugar, cheio de amor, presença, aconchego, escuta… PLIM! A mágica acontece!
Você está conectado com seu filho e ele com você! É uma conexão que não usa 4G ou wi-fi. É a conexão do coração!
Você conectado consigo mesmo, inteiro, presente na situação. E conectado com seu filho. Um fiozinho dourado ligando vocês pelo coração.
E vocês podem conversar do que quiserem! Acontecimentos, conquistas, vitórias e também sobre as dificuldades, as dores, os medos. As repreensões e a disciplina também são necessárias às vezes.
E é importante que também aconteçam nesse lugar de conexão.
Nutrir essa qualidade de conexão é tarefa diária, trabalhosa, mas tem um retorno maravilhoso! Nesse nível de conexão, a comunicação é uma via de mão dupla, o pai fala o filho escuta, compreende e deseja colaborar.
O filho fala, o pai escuta, a mãe escuta, sem julgar, sem dar lição de moral o tempo todo, compreende. Cada um exerce o direito de ser ele mesmo.
Cada um se sente acolhido e compreendido em suas emoções, seus medos, suas necessidades.
É uma relação autêntica, baseada no respeito mútuo. E assim os dias ficam mais leves e os corações mais nutridos. Sim, é possível!
Comece já!
Por Bruna da Silva
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