Por que levar seu filho a um especialista?

Especialista?

Para conseguirmos pensar sobre essa pergunta que intitula esse texto, vamos imaginar uma situação hipotética. Vamos supor que você ou alguém da sua família teve um problema cardíaco, o qual até então você não sabia.

E digamos, ainda, que o atendimento inicial tenha sido feito por um médico clínico geral.

Imaginou tal situação?

Relativamente comum de acontecer, né?

O clínico geral, em certo momento, irá te encaminhar para um cardiologista. Certo?

Mas por que ele fará isso?

Permita-me explicar o por que. Ele fará isso por uma série de motivos.

Em primeiro lugar, vamos lembrar que o médico teve, durante a sua formação na faculdade, disciplinas sobre as diversas especialidades, incluindo a cardiologia.

Porém, como são muitos os conteúdos a serem aprendidos,  é praticamente impossível se aprofundar em todos os assuntos de todas as áreas. Ou seja, quando o médico termina sua graduação, ele se forma como um generalista ou um clínico geral.

Em outras palavras, ele sabe sobre muitas situações clínicas, diagnóstico e  o tratamento dessas condições, mas talvez alguns detalhes e características específicos lhe faltem.

Enquanto que o cardiologista estudou mais  sobre o coração e os problemas que podem acontecer, pois afinal ele se especializou nessa área.

Ser especialista é, portanto, aprofundar os estudos numa determinada área, neste caso da medicina. Segundo motivo, o clínico geral sabe que um cardiologista estará muito mais inteirado do seu problema cardíaco, assim como mais atualizado no que se refere aos tratamentos.

Afinal de contas, a cardiologista lida com problemas similares ao seu, todos os dias e como parte da sua rotina clínica. Ele está mais familiarizado com esses assuntos.

Vamos voltar a nossa pergunta inicial?

Pois bem, essa situação que acontece na medicina (de ser encaminhado ao cardiologista), acontece da mesma forma na odontologia.

Os cirurgiões dentistas também se formam como clínicos gerais. E assim também tiveram uma série de disciplinas sobre as diferentes especialidades odontológicas.

Na formação odontológica estudamos matérias de endodontia, de dentística, de implantodontia, de odontopediatria, entre outras. Do contrário, nem nos formaríamos. Agora, cursar tais disciplinas não, obrigatoriamente, nos torna apta para um excelente desempenho naquela área.

Por exemplo, somente com os conhecimentos da matéria de implantodontia, obtidos durante minha graduação, eu não tenho segurança pra colocar um implante. Não saberia nem qual implante indicar. Por outro lado, sei quando indicar o uso de um implante. Percebe que existem algumas limitações?

A odontopediatria é a especialidade da odontologia responsável por cuidar, prevenir e tratar da cavidade bucal dos bebês, das crianças e dos adolescentes.

Mas apesar de ser uma especialidade, é considerada uma clínica geral, entretanto restrita ao atendimento infanto-juvenil.

Dentro da odontopediatria, são realizados desde medidas preventivas, até procedimentos invasivos como restaurações, tratamentos de canais e cirurgias. E, dentre esses diversos tratamentos, existem peculiaridades próprias quando comparados com os mesmos tratamentos realizados num adulto.

São alguns detalhes técnicos que fazem toda a diferença. Porém, talvez, a maior diferença entre um clínico geral e um especialista em odontopediatria não seja nem esses detalhes.

Mas, sim, a abordagem comportamental. Ah?

Como assim?

A maneira de abordar uma criança é extremamente diferente da forma de falar com um adulto. Sem contar que  as necessidades emocionais da criança também são diferentes.

A capacidade de lidar com o medo e com a ansiedade presentes nos pequenos é um diferencial do odontopediatra, usando pra isso temática lúdica e técnicas de manejo comportamental.

Pra terminar essa coluna, por que levar, então, seu filho ao odontopediatra?

Porque ele é o profissional da odontologia que estudou de maneira mais aprofundada a criança e o seu desenvolvimento;  entendendo que ela não é um adulto em miniatura e que, por isso mesmo, requer atendimento diferenciado, com detalhes técnicos específicos e características próprias.

Seu filho merece um odontopediatra, assim como o seu coração de um cardiologista.


Por Carla Eloisa

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