AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

Você sabe o que autoestima?

A auto estima é a habilidade de admirar a si mesmo, ou seja, um ato de se gostar. Sendo assim, a admiração é vista como um reconhecimento de valor pessoal que pode ser aspectos físicos como a beleza externa, ou características internas como qualidades, personalidade, atitudes, posturas, entre outros.

autoestima influência nos sentimentos de cada pessoa, pois está associada ao fato de se sentir bem com sua aparência. 

A autoestima é integrada à autoconfiança, às questões estéticas, porém autoestima vai muito além disso.

Ter autoestima é praticar o autocuidado, quando tomamos decisões que envolvem o cuidado com nós mesmos.

Na pessoa com deficiência a autoestima se desenvolve da mesma forma que em pessoas sem deficiências.

A construção da autoestima ocorre através do reconhecimento das emoções e como vamos lidar com elas. Desta forma, é observado que a autoestima está relacionada com a forma como nos valorizamos, como nos percebemos e percebemos o mundo.

Essa construção da autoestima deve acontecer desde a infância, através da relação da criança com as pessoas com quem convivem e que as ensinam a lidar com as emoções, principalmente com as consideradas negativas como a raiva, tristeza e a frustração. Veja mais sobre as emoções e frustração.

Mãe, pai e familiares desejam que as crianças sejam adultos corajosos, maduros, que tenham responsabilidades, enfrentem os medos e desafios, saibam lidar com os erros e críticas.

Porém, é preciso refletir:

Você está ensinando seu filho ou filha a desenvolverem habilidades e qualidades que deseja para eles?

É importante lembrar que as crianças não aprendem sozinhas, o adulto é o espelho das crianças.

Todas essas habilidades fazem parte da construção da autoestima da criança. Um fator muito importante é ensinar as crianças a lidarem com a frustração, fator que influenciará na autoestima da mesma.

Quando a criança é estimulada a refletir sobre os erros ou sobre aquilo que não ocorreu da forma esperada ela consegue lidar melhor com as dificuldades que encontrará durante seu desenvolvimento.

É essencial que a pessoa com deficiência seja ensinada sobre autoestima.

Para te auxiliar, trago alguns aspectos que podem interferir na construção da autoestima e  prejudicar o seu desenvolvimento.

Alguns aspectos podem interferir na construção da autoestima das crianças:

  • Comparação com amigos, irmãos ou familiares ou outras crianças. A criança pode acreditar que tudo é perfeito e ninguém passa por dificuldades.
  • Cobrança em excesso. Mesmo sendo muito importante que as crianças com deficiência sejam estimuladas a desenvolver suas habilidades é importante também respeitar os limites das mesmas sem desvalorizar suas conquistas.
  • Ensinar as crianças a valorizarem os pensamentos positivos e serem otimistas vai ajudá-las a enfrentar as dificuldades com mais leveza.
  • Conversar com a criança desde pequena sobre sua deficiência é essencial para que ela aprenda a se aceitar, compreender suas dificuldades e lidar com as críticas ou apontamentos diante de situações desconfortáveis ou constrangedoras. Assim ela não irá se fazer de vítima diante da vida.

Outra questão, para a construção da autoestima é do autoconhecimento é preciso mostrar para a criança a importância de se conhecer.

É possível observar esse autoconhecimento quando aprendemos a valorizar as nossas diferenças e semelhanças em relação ao outro. Quando percebemos que não somos nem seremos perfeitos e quando passamos a acreditar nas nossas capacidades, lutando para atingir os nossos objetivos.

A medida em que nos desenvolvemos, vamos adquirindo experiências, nossa autoestima se modifica, assim, nós desenvolvemos e nos conhecemos melhor.

O autoconhecimento precisa ser uma prática diária, identificar os limites, as frustrações, gostos, sonhos, medos, se conhecer e se aceitar, entender as suas emoções e seus sentimentos que ocorrem a cada momento.

O autoconhecimento é importante para a tomada de decisões e o desenvolvimento pessoal.

Claro que não estamos radiantes todos os dias, em alguns momentos estamos tristes ou desanimados por variados motivos, mas se praticamos o autoconhecimento e temos uma autoestima elevada, essas dificuldades não farão com que deixemos de gostar de nós, de acreditar em nossa capacidade.

A auto aceitação também está relacionada a autoestima. Aceitar-se não significa amar tudo em si. Aceitar-se é se conhecer e ter consciência de como você é, o que te incomoda e o que pode mudar. 

Ter autoestima é desenvolver também o amor próprio.

Claro que é necessária uma maturidade, para se reconhecer os ganhos durante a trajetória de vida e não tornar a autoestima dependente de objetivos alcançados.

Nem todos os momentos da vida são de felicidades e conquistas, mas são essenciais para aprendermos quando for necessário resolver algum problema.

É normal termos mais dificuldades em olhar para nós mesmos com mais cuidado e compaixão em alguns períodos da vida, mas exercer essas habilidades vai auxiliar no seu desenvolvimento e fortalecimento da autoestima.

Gostar de sim mesmo, aceitar suas as falhas e imperfeições e comemorar com as pequenas conquistas do dia a dia é muito importante. Seja nos relacionamentos no trabalho, seja em outras áreas de sua vida, é preciso ter menos expectativas perante as atitudes e julgamentos dos outros.

Essas são algumas das maneiras que podem ajudar a resgatar a autoestima.

Complexos de inferioridade e falta de referências familiares podem afetar a autoconfiança, porém, esses quadros podem ser revertidos por meio da compreensão dos próprios limites e exercícios de afirmação pessoal.

Deixo dicas que

 podem ajudar as famílias no desenvolvimento da autoestima das pessoas com deficiência:

  • Ensinar as crianças a realizar uma auto avaliação e não depender de elogios e opiniões externas para se sentirem felizes.
  • Permitir que a criança experimente o fracasso é uma oportunidade para que ela aprenda como resolver problemas.
  • Erros são ótimas oportunidades para aprender, por isso, as ajude a corrigir os erros de forma carinhosa e afetuosa.
  • Estimule a autonomia.
  • Dê responsabilidades para as crianças.
  • Valorize os sentimentos da criança. Ouça sem julgamentos.

As questões da deficiência vão além da inclusão e dificuldades que a pessoa apresenta. É necessário o cuidado físico, social e principalmente emocional da pessoa com deficiência.

Por Roberta Ferreira

Capa: Leiturinha

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