Existe três estilos parentais. Você sabe qual e o seu?
Na tarefa de ser pais, vamos encontrar diferentes estilos parentais ou perfis, pais passivos, autoritários e assertivos.
Em cada família há um jeito de cuidar de uma criança ou adolescente, e podemos dizer que não há jeito certo ou errado, existem jeitos diferentes e possíveis para cada particularidade, realidade e família.
A individualidade, e as situações vão se refletir de diferentes formas para cada criança. Não existe apenas um caminho para a construção de ser pais.
Em qual estilo de pai ou mãe você se encaixa?
Citarei três estilos parentais: o passivo, o autoritário o assertivo. Lembrando que embora seja relatados estilos parentais, servem para mães.
Pais PASSIVOS: São os que atendem às vontades dos filhos, entendendo que estão fazendo o melhor na criação dos filhos.
Muitos dos pais que se consideram passivos na educação dos filhos, relatam ter tido pais autoritários em sua infância, por isso querem fazer diferente com os filhos. Outros fatores que levam os pais a serem passivos nessa relação, é o fato de trabalharem muito ou serem pais separados, com isso tentam suprir a falta de tempo e atenção com recompensas materiais ou mesmo falta de limites saudáveis.
Eles acreditam que para ser bom pai ou mãe, eles precisam fazer todas as vontades dos filhos. Considerando que se falar “NÃO”, o filho vai ficar triste, com raiva e decepcionado com ele, e que não vai mais gostar dele como pai/mãe.
Pais AUTORITÁRIOS: São pais que tem medo de perder o controle sobre os filhos, estes pais são figuras autoritárias, impõe e controla através do poder.
Castigos/punições, opressão e autoritarismo/ordens, são algumas maneiras que pais, responsáveis, familiares e até educadores, muitas vezes utilizam nas relações com crianças e adolescentes.
O autoritarismo apresenta-se como forma de impor respeito e dominação, onde os pais acreditam que eles mandam e os filhos obedecem.
Eles acreditam que se forem flexíveis vão perder o controle e respeito sobre os filhos. Desta forma, agem com excesso de limites, proibições, ordens ou ameaças, que reprimem e assustam a criança.
É natural que os pais deem ordens aos filhos, mais para que estas ordens se transformem em obediência, sua aplicação deve ser coerente, não adianta simplesmente dar uma ordem, e acreditar que a criança irá seguir.
É comum encontrar famílias que relatam não saber o que fazer diante de alguns comportamentos das crianças e adolescentes. Diante disto usam de punições e ameaças para tentar resolver a situação.
Costumamos ver adultos entrando em disputa de poder com as crianças, por um lado temos pais ou responsáveis querendo fazer o melhor na criação e educação dos filhos e por outro temos crianças que também tem desejos e vontades.
Em uma situação comum do dia a dia, vemos crianças que não querem fazer algo ou obedecer ao adulto, e do outro lado pais e responsáveis que querem obriga-las. Nessa situação acontece um descontrole de ambos os lados, o que acaba levando para uma situação estressante para todos envolvidos.
Pais que sempre foram autoritários e agressivos tendem a ter dificuldades com comportamentos desafiadores dos filhos, com isso, ocorre as chantagens, ameaças ou punições.
As ordens e regras não tem que fazer sentido só para o adulto, a criança também deve entender a situação. A comunicação é o fator principal nesse processo. Ao transmitir de forma clara, objetiva e específica, a criança entende o que se espera dela através da instrução.
O excesso de ordens ou tarefas provocam na criança e adolescente resistência e rebeldia. A melhor maneira de lidar com este cenário, é especificar as ordens por vez, com comandos específicos e tempo de realização.
Muitas vezes as regras não são claras para a criança, pois os comandos foram vagos e assim não funcionam, desta forma é importante especificar e dividir em pequenas tarefas.
Pais ASSERTIVOS: São honestos na relação com os filhos, envolvendo respeito, atenção e apreço, promovendo o desenvolvimento saudável da criança, fazendo com que o filho seja independente e seguro no seu processo.
Na relação assertiva, os pais impõem-se sem autoritarismo e fala o que quer, deixando claro sua mensagem. Ao se comunicar de maneira clara, firme e sem gritar, os pais dão ao filho o direito da escuta e consequentemente a oportunidade do filho expressar sua opinião.
A afetividade é fundamental na construção de uma relação construtiva/positiva, entre pais e filhos, sendo uma base efetiva, o afeto tem como função duradoura, pois ela estreita os laços de confiança e respeito entre os envolvidos.
Demostrar seu afeto/amor em atitudes é fundamental, para as crianças pequenos gestos significam muito e fazem toda diferença no seu comportamento e desenvolvimento.
Ao falar com a criança olhe no olho. Abaixe-se, de forma que seus olhos e os olhos da criança fiquem na mesma altura e demostre interesse ao que a criança tem para falar.
As crianças que desfrutam de uma educação assertiva, tendem a ser filhos com boa autoestima, comportamento de resiliência, boas habilidades sociais, confiantes e bom desempenho escolar.
Como ter uma educação na base do amor e respeito?
- Se acalme antes de conversar com a criança e adolescente;
- Entenda o mau comportamento da criança;
- Se atentar as palavras, para não machucar;
- Regule seu tom de voz;
- Olhe nos olhos da criança;
- Controle o nível de estresse;
- Aja com empatia;
- Demostre carinho e afeto;
- Crie um clima de cooperação;
- Seja sincero com a criança/adolescente;
- Seja gentil e firme;
Uma parentalidade positiva e construtiva não ocorre por meio de agressões, punições e opressão, a disciplina para ser eficaz deve ser amorosa, gentil e firme.
Práticas parentais: Positivas
- Demostrar carinho;
- Cuidado;
- Comunicação respeitosa;
- Proporcionar estimulação;
- Brincar;
Práticas parentais: Negativas
- Punição;
- Pouca estimulação;
- Controle excessivo;
- Ausência de cuidado;
- Ausência de afeto;
Pais eram tentando acertar, eles podem errar tentando usar o modelo de educação dos seus pais e avós, eram por não saberem como agir diante de situações desafiadoras, eram por não saberem usar a comunicação assertiva com os filhos, muitas vezes por falta de informação e conhecimento do ponto de vista das relações com os filhos.
Comunicação entre pais e filhos é a base para ensinar aos filhos, se tem comunicação, tem relação colaborativa, relação assertiva, não violenta e noção de limites claros e saudáveis.
Todos nós podemos errar, mas vamos enxergar o erro como oportunidade de aprender, e assim melhorar as relações com as crianças e adolescentes.
A infância é uma fase de formação da identidade, é fundamental a participação de todos para influenciar de maneira positiva no crescimento de cada criança.
Tudo que as crianças mais precisam é se sentirem respeitadas, amadas, aceitas, orientadas, acolhidas e importantes. Que a educação seja na base do amor.
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Por Ilma Paula
Foto: Keylla Gomes