COMO VENCER A OBESIDADE INFANTIL

Neste mês de outubro é comemorado algumas datas importantes: Dia Mundial da Obesidade, Dia Nacional de Prevenção da Obesidade,  Dia das crianças e Dia Mundial da alimentação.

Mas será que temos muitos motivos para comemorar?

Muitas de nossas crianças estão doentes e a obesidade infantil é uma das principais ameaças que colocam o futuro da população infantil em risco.

Instituído no Brasil por meio de um decreto federal assinado em 1924, o Dia das Crianças, é mais do que uma data para entrega de presentes. Ele foi criado, acima de tudo, para ser uma ocasião de conscientização sobre as garantias dos direitos fundamentais das crianças, dentre os quais o direito à saúde.

Em todo o mundo, a obesidade é causadora de milhares de mortes, todos anos. No Brasil não é diferente, infelizmente. E os números da obesidade infantil são alarmantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões.

Você está pronto para acolher e cuidar de uma criança obesa?

Será que a sua criança estará nessa projeção?

Atualmente no Brasil estima-se que 1 em cada grupo de 3 crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019 revelam ainda que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.

Todos sabemos que a obesidade é fator de risco para o desenvolvimento de muitas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, câncer, dentre outras. Sem contar as situações de bullying e de desagradáveis constrangimentos no dia-a-dia.

Quando a obesidade se inicia na infância, a chance dessas doenças aparecerem a curto prazo é maior. Além disso, uma criança obesa, se não tiver nenhuma intervenção, tem grandes chances de se tornar um adulto obeso e doente.

Pesquisadores do assunto apontam que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e adolescentes obesos têm 89% de chance de serem adultos obesos.

Assim, a obesidade infantil é uma doença que preocupa todos os profissionais da área da saúde por conta da alta incidência e de suas consequências.

Os números são cada dia mais crescentes, infelizmente, pelas mudanças de hábitos de vida. No passado, as refeições eram mais caseiras e feitas com alimentos de verdade, naturais.

Hoje todos nós, inclusive as crianças, consomem alimentos industrializados, empacotados e recheados de açúcar e calorias vazias. Sem falar e no consumo de corantes e muitos outros xenobióticos.

Quando o assunto é sedentarismo então… Antigamente as crianças tinham liberdade de correr, brincar e gastar energia nas ruas. Essa era a rede social.

Hoje estão “presas” em casa e ao sedentarismo, seja por conta da violência urbana, da rotina corrida ou da atração aos eletrônicos. Nesse período de pandemia, fica ainda mais difícil fazer com que as crianças estejam ativas.

Isso tem feito com que o Brasil assuma a lamentável liderança de país mais sedentário do mundo. Você imaginava isso? Nós, com tantos parques, praças, praias… abocanhando esse troféu? É muito triste.

Mas o que fazer para trazer às crianças mais saúde e vencer a obesidade?

É necessário a união de esforços das famílias, profissionais de saúde, educadores e representantes do poder público na criação de estratégias para incentivar e orientar às crianças na adoção de hábitos mais saudáveis.

Dentre esses hábitos encontra-se o de estimular a criança a se movimentar. Vale as brincadeiras ditas de antigamente, como jogar bola, pique, queimada, pular corda e andar de bicicleta.

Vale também a pratica de exercícios físicos em horários programados, em alguns dias da semana, como as escolinhas de futebol, natação, aulas de balé ou de judô. Não importa! O essencial é fazer a criançada cultivar o hábito do exercício físico.

Além disso, obviamente que a mudança de hábitos alimentares tem papel fundamental. E a importância da alimentação adequada para se prevenir a obesidade infantil começa, de fato, lá no início da vida.

Hoje sabemos que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e complementado com alimentação sólida a partir dessa idade até os 2 anos ou mais, é fator protetor contra o excesso de peso.

É dever de todos os profissionais da área da saúde defender e estimular a amamentação sempre e em todos os casos que forem possíveis. À sociedade cabe o papel de apoiar a mãe em suas decisões, incentivando-a na prática de hábitos sempre saudáveis.

Com a introdução alimentar, as famílias devem adotar práticas nutritivas e adequadas. Aliás, sua participação ativa é fundamental para propiciar às crianças hábitos alimentares adequados.

Os hábitos alimentares formados na primeira infância são levados e replicados em todas as outras fases da vida.

Sendo assim, as famílias devem incentivar o consumo de frutas, legumes e verduras, e reduzir a oferta de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, sal e gorduras. Basicamente oferecer uma alimentação mais caseira e natural em detrimento de refeições prontas, industrializadas e fast food.

Também é preciso evitar na rotina alimentar da criança a presença de bebidas com baixo valor nutricional e alto valor calórico, como refrigerantes e sucos artificiais.

A criança precisa de dieta?

Fazer as refeições com as crianças, ser modelo de consumo de alimentos saudáveis, observar sinais de fome e saciedade dos filhos e não realizar trocas afetivas exclusivamente por meio da alimentação (por exemplo: oferecer guloseimas como forma de dar afeto aos filhos) são outras importantes recomendações aos pais.

Por fim, a escola, berço da aprendizagem e das descobertas. Os educadores também têm papel importante no combate à obesidade infantil, uma vez que a permanência das crianças no ambiente escolar é longo e durante esse período elas fazem de uma ou duas refeições ao dia, cinco dias da semana.

As estratégias de intervenção em escolas incluem a introdução no currículo escolar de matérias que forneçam informações sobre saúde, alimentação, nutrição, e exercício físico; atuação junto às cantinas e à merenda, assegurando maior oferta de alimentos saudáveis; e na promoção de práticas esportivas.

Além disso, a preocupação com as ações de marketing da indústria alimentícia voltada às crianças, também devem ser avaliadas por toda a sociedade.

Que tal? Quantas coisas podemos fazer para preservar a saúde e controlar a obesidade infantil, não é mesmo?

Falo tanto em comermos comida de verdade, levar as crianças para a cozinha…que tal testar essa receita de nuggets caseiro e deixar para trás o pacotinho industrializado?

OBS: Todas as informações não substituem o atendimento personalizado. Consulte sempre um Nutricionista para te passar as orientações mais indicadas a você e seus filhos!

Nuggets de Frango:

INGREDIENTES:

Carne

5 filezinhos de frango

1 gema

¼ de cebola picada

1 dente de alho

Suco de 1 limão

1 colher de sopa de farinha de aveia

Sal à gosto

Cobertura

12 biscoitos cream craker integral

1 ramo pequeno de alecrim fresco

1 pitada de orégano

Azeite de oliva para untar

MODO DE PREPARO

Em um processador triture todos os ingredientes da cobertura deixando alguns pedaços maiores e irregulares e reserve.

No copo do mesmo aparelho, coloque os ingredientes da carne até formar uma massa homogênea.

Modele a massa da carne em formatos semelhantes aos nuggets, passe na cobertura de biscoitos e coloque em uma assadeira com azeite.

Leve ao forno pré-aquecido à 200°C e asse por cerca de 20 minutos, virando o lado na metade do período.

Rendimento – cerca de 15 unidades

Um beijo da Nutri        ,

Fabiana Jarussi

Foto Capa: Keyla Gomes