Podemos dizer que a autoestima é a maneira como enxergamos nós mesmos, como percebemos o nosso valor, nossas qualidades, saúde e autocuidado. É o ato de amor próprio, autoconfiança e autovalorização.
A adolescência é uma fase de transição de constantes mudanças no corpo, no cérebro e nas questões emocionais. Os adolescentes geralmente são muito preocupados com sua imagem. Eles querem apresentar uma aparência que atenda os padrões definidos pela sociedade.
Pensando assim, eles podem ficar com seu estado emocional fragilizado, o que causa um sofrimento impactando diretamente na sua autoestima e autoconfiança. Consequentemente, não conseguem desenvolver uma boa relação consigo mesmo e acaba prejudicando seu convívio social.
Na infância e adolescência construímos crenças sobre nós mesmos que podemos levar até a vida adulta.
Um jovem com a autoestima prejudicada geralmente tem pensamentos disfuncionais de como ele “deveria ser”, desconsiderando o seu “eu” real e desenvolvendo crenças de que nunca é bom o suficiente, de que não tem valor, que é incapaz.
Alguns de baixa autoestima na adolescência:
- Se preocupa muito com a opinião dos outros e tem medo de ser julgado;
- Existe muita insegurança e um grande medo do fracasso;
- Sente-se inferior e se compara com os outros;
- Tenta encontrar culpados para seus erros e problemas;
- Não confia em si mesmo e encontra problemas em excesso na sua autoimagem;
- Tem suas relações prejudicadas ou tentam se isolar;
- Desvaloriza suas qualidades, seus sentimentos, suas escolhas e acredita ser incapaz;
- Baixo rendimento escolar e maior probabilidade de desenvolver transtornos mentais, como por exemplo: depressão, ansiedade e transtornos alimentares;
- Pode apresentar um comportamento agressivo consigo mesmo e com os outros e expressar um desequilíbrio emocional;
Mas como podemos ajudá-los?
- Muitos pais e familiares podem perceber que o adolescente está com baixa autoestima, porém não sabem como podem ajudar.
Por que os adolescentes mentem para os pais?
Então vamos lá!
- Nunca compare o adolescente com seu
amigo, irmão ou qualquer outra pessoa. Quando fazemos isso, o jovem se sente
inferior e inseguro. Não é respeitoso.
- Evite criticar o adolescente ou
supervalorizar algo que ele faz ou fez de errado. Foque sempre em soluções e
lembre-se que os erros são ótimas oportunidades de aprendizado.
Ex. “Filho, isso que você fez não foi legal, e gerou consequências ruins, como podemos resolver isso juntos para que não se repita, me preocupo com você…”
- Cuidado com os rótulos, “você é preguiçoso”, “você é desorganizado”… Isso às vezes acaba sendo uma atitude automática, mas é importante nos atentarmos. Quando atribuímos rótulos, o adolescente tende a se comportar ainda mais de tal maneira, sem contar que prejudica a autoestima. Lembre-se, ele não “é” preguiçoso, ele “está” preguiçoso, entende a diferença? É algo que pode mudar, então não rotule.
- Não menospreze os sentimentos do adolescente. Ele(a) têm os motivos dele(a) para estar triste, com raiva, ansioso(a), preocupado(a)…
Acolha isso, valide os sentimentos, ouça com carinho, conforte, esteja ao lado. Nem sempre os motivos do adolescente irão provocar os mesmos sentimentos em você adulto, mas nem por isso precisa menosprezar o que ele(a) sente.
- ️Deixe a mensagem de amor clara! Como assim?
Vou explicar:
Os adolescentes precisam se sentir aceitos, pertencentes e amados. Você mãe e pai, sabe que ama seu filho, mas será que sabe? Deixe claro isso.
- Demonstre o quanto ele(a) é importante em sua vida, o quanto você se preocupa e quer seu bem. Mostre todo seu amor e carinho. Apesar de muitas vezes eles supervalorizarem os amigos, a família ainda continua sendo e sempre será um pilar muito importante em sua vida.
✔️ Se conecte com o adolescente. Ouça-o, se disponibilize para dialogar, demonstre empatia. Mostre que ele(a) poderá contar com você em qualquer momento.
✔️reconheça as conquistas e qualidades do jovem. Encoraje-o para que ele se sinta capaz nas decisões de sua vida e em seus relacionamentos.
Às vezes é tão automático focarmos apenas nos pontos fracos… Isso não vai ser funcional e nem saudável.
Lembre-se que tudo isso é um trabalho diário, não é tão simples e fácil, eu sei. Mas é possível. Afinal, queremos ter adultos saudáveis no futuro né?
Se estiver muito difícil ajudá-lo(a) a passar por essa fase com equilíbrio e qualidade de vida, busque um auxílio profissional.
E aí, que tal praticar essas ideias em casa com seu adolescente?
Por Samatha Monteiro
Capa: Free Pink