Quando chega essa época do ano, é comum os pais terem que decidir sobre qual escola matricular seu filho e várias podem ser as razões para precisarem tomar essa decisão.
Pode ser por estarem insatisfeitos com a escola que o filho frequenta ou mesmo pelos filhos estarem em fases de transição, como saindo da educação infantil ou do ensino fundamental e a escola não ter continuidade após essa fase.
Pode ser também a primeira procura, pela primeira escola em que seu filho irá estudar.
E nesse momento de escolha, muitos pais ficam perdidos sobre o que é melhor para seu filho e sobre qual escola escolher para fazer a matrícula.
Por isso, resolvi fazer um texto com essa temática, para falar um pouquinho com vocês sobre essa escolha e sobre o que levar em consideração ao ter que decidir sobre a melhor opção de escola para seu filho.
Alguns pontos são de extrema importância de serem analisados e vou começar falando sobre aquele que considero o de maior importância na minha visão:
– Adequar a escola que escolhi à visão de educação que tenho e espero para meu filho;
Penso ser da maior importância esse tema pois de nada adianta eu buscar uma escola, por melhor que ela seja, com a melhor metodologia de ensino que ela possa ter, mas não refletir a visão de educação que eu, pai ou mãe, acredito.
Um exemplo é a escolha de uma escola que tenha foco em conteúdo acadêmico e eu enquanto pai ou mãe, ter a opção de que meu filho conviva com a natureza, explore mais, etc.
Quando estiver visitando as escolas e conversando sobre a metodologia de ensino que elas adotam, procure entender se elas englobam valores que você acredita, interesses que também são seus e como elas veem a educação, o que consideram mais importantes para a criança, etc.
– Perceba e esteja atento a todo ambiente e filosofia de ensino da escola e veja se você consegue visualizar seu filho sendo feliz ali dentro;
Tenho percebido que as crianças e adolescentes tem reclamado muito sobre as escolas, sobre o excesso de cobrança, tarefas excessivas e por vezes, perdem até mesmo a alegria e a felicidade de ir para a escola.
Óbvio que a escola também é um ambiente de estudo e responsabilidades, mas precisa ser um ambiente acolhedor, social e que possibilite o acolhimento e a importância necessária para que a criança e o adolescente gostem de ir para as aulas.
Além do caráter formativo da educação e da escola, ela também cumpre um papel social e de criação de memórias muito importantes para as crianças e adolescentes.
Com certeza, a experiência do ensino e aprendizagem será bem melhor aproveitada se a criança ou o adolescente sentirem prazer em estar na escola.
Se gostarem do ambiente da mesma e se a mesma se adaptar ao perfil de temperamento e de personalidade deles.
Costumo sempre dizer aos pais que percebo que existem determinados perfis de crianças e adolescentes para determinados perfis de escolas e que a gente precisa estar atento a isso e respeitar, correndo o risco da escolha não ser bem sucedida, caso não estejamos atentos para tal fato.
Um exemplo é a questão da criança que tem um comportamento de adorar a natureza, de explorar tudo, é mais agitada, adora correr e brincar e os pais escolherem uma escola que tem pouco espaço, pequena em seus ambientes, que não oferece contato com a natureza.
Entenderam o que eu quis dizer?
Se os pais insistirem, a criança perde o contato com aquilo que mais dá prazer ao seu filho, com a essência dele ele não terá, provavelmente, mais vontade de ir para a escola, podendo começar a mostrar resistência e reclamar.
– Confie na escola que está escolhendo para seu filho;
A partir do momento em que você escolhe a escola, precisa confiar nela, não somente na metodologia de ensino, mas em todas as pessoas que fazem a escola.
Desde a secretária e o porteiro até a direção e equipe pedagógica.
Por isso, ao olhar e visitar as escolas, olhe para ela como um todo. Para toda a equipe, além de apenas olhar o material didático ou o sistema e metodologia de ensino que a sustenta.
Pois no fundo, quem irá conduzir todo esse sistema e toda essa metodologia são as pessoas que estão por trás de tudo isso e são elas que fazem a escola acontecer.
Portanto, confiar nessas pessoas e sentir que serão ótimas pessoas para a convivência de seu filho, torna-se até mais importante do que a análise do material e o sistema de ensino da mesma.
– Analise a metodologia de ensino e qual a abordagem de ensino principal que norteia a prática de educação naquela escola e veja se ela encaixa com o perfil de personalidade de seu filho;
Existem muitas práticas educativas, baseadas em várias teorias de ensino e autores, além de vários sistemas de ensino e eles precisam combinar com a personalidade de seu filho.
Por isso, procure se informar antes e conhecer bem a metodologia de ensino da escola e a analise antes de matricular seu filho.
De nada adianta um ensino construtivista para uma família ou mesmo uma criança que tem uma visão mais tradicional de ensino.
Portanto, procure se informar muito e leia sobre a metodologia adotada, para ter a certeza de que ela se encaixa com aquilo que você acredita e com o perfil de seu filho.
– Procure questionar como a escola trabalha com a educação socioemocional;
E por último, mas não menos importante, procure entender qual a importância que a escola dá e como ela trabalha a educação socioemocional.
A partir de 2020, todas as escolas do Brasil, precisarão adotar em seu currículo a educação socioemocional. Trabalhar com as emoções e com habilidades sociais e instrumentalizar as crianças a como lidar com as emoções passará a ser obrigatório.
Na verdade, devemos agradecer por isso e muito mais até do que a metodologia e o sistema de ensino que a escola adota, é mais importante ainda que você perceba como ela trabalha com essa temática.
Sem ser emocionalmente competente, nenhuma criança é capaz de conduzir o processo de aprendizagem. A educação socioemocional cria a base sobre a qual será construído todo o processo de aprendizagem futuro, por isso, é de extrema importância.
Mais do que técnicas e vestibulares, seus filhos serão muito mais bem sucedidos na exata proporção do quanto forem competentes e habilidosos em lidar e gerenciar suas próprias emoções e também em se relacionar com as pessoas.
De nada adianta serem de extremo conhecimento em várias matérias acadêmicas, mas não serem pessoas, que no futuro, conseguirão manejar suas emoções e trabalhar em equipe.
Principalmente se estivermos falando da educação infantil, todo o conteúdo acadêmico pode ficar em segundo plano.
A visão da educação socioemocional, como a escola percebe e trabalha com o ser humano, com o coletivo, com a sociedade e com a natureza, deve vir em primeiro lugar, acolhendo e olhando para essa criança de forma integral.
Desejo boa sorte na procura por aí e faço votos de que a escolha traga uma criança ou um adolescente feliz em sua jornada de descobertas com a escola!
Leia: 10 Dicas para Escolher a Escola
Por Renata Lela
Capa: FreePik