Certamente, você já ouviu falar na “dor de crescimento”. Mas, será que ela existe mesmo? De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as queixas de dor nas pernas das crianças são muito comuns e, na maioria das vezes, não têm nada de preocupante nisso.
Portanto, sim! A dor de crescimento existe. Ela é uma condição dolorosa, sem causa específica e tem esse nome porque acontece no período de desenvolvimento físico da criança, geralmente entre 3 e 10 anos de idade.
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Cerca de 5 a 15% das crianças de ambos os sexos podem apresentar pelo menos um episódio de dor ao longo da infância. Uma das teorias que explicam a tal dor do crescimento é de que os ossos crescem numa velocidade maior que os músculos e tendões, porém não há nada que comprove isso cientificamente.
O diagnóstico é clínico, ou seja, observando a criança e ouvindo o relato da queixa. É feita uma avaliação e na ausência de sinais e sintomas que levam a outras alterações dolorosas, como doenças inflamatórias e até fraturas, chega-se a esse diagnóstico por exclusão.
A dor é mais comum nos membros inferiores, principalmente na panturrilha, atrás dos joelhos, tornozelos e na frente das coxas. É muito raro que ocorra diariamente. O mais comum é um episódio semanal, principalmente depois de um dia com atividade física ou brincadeiras mais intensas, como corridas e saltos.
O desconforto surge geralmente no final do dia ou até mesmo de madrugada. Na manhã seguinte, a criança já não apresenta nenhum sintoma. Por isso, muitos pais acabam não dando muita importância para isso e chegam a achar que é uma forma de apenas chamar a atenção.
Porém, quando isso acontecer é preciso ouvir a criança, pois a chance de ela estar falando a verdade é muito grande. Pergunte o que ela fez ao longo do dia e onde está doendo. Conversar com seu filho(a) já vai tranquilizá-lo. Esse acolhimento é bastante eficaz de acordo com o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Você pode também realizar uma massagem relaxante na região dolorida ou até mesmo aplicar uma bolsa de água morna. Exercícios de alongamento também são úteis, desde que orientados por um profissional de Fisioterapia ou de Educação Física.
A prática de esportes é uma forma de evitar que a dor de crescimento aconteça. A natação, por ser um esporte de baixo impacto (realizado na água) é um dos mais indicados.
O uso de medicamento (analgésico) só é necessário em último caso, com prescrição médica.
A dor de crescimento afeta o cotidiano da criança quando a impede de dormir adequadamente e de fazer o repouso necessário. Por isso, o acolhimento dos pais é tão importante!
Essa dor não é “frescura”. Da mesma forma que começa, ela pode ir embora. É importante que os pais fiquem de olho e não subestimem essa queixa dos pequenos. A dor de crescimento NÃO causa edema, alterações na pele ou até mesmo febre. Portanto, o acompanhamento de um pediatra ou ortopedista é fundamental.
Por Fernanda Alves
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