Aqui no blog já falamos, diversas vezes, sobre a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil. E brincar ao ar livre é uma experiência tão rica, tão importante para as crianças, que a maioria das escolas possuem espaços e momentos como esse para que seus alunos possam brincar livremente.
Seja em cidade pequena ou nas grandes metrópoles, sempre existe uma praça com um parquinho infantil. Umas são mais cuidadas que outras, mas sempre têm! Esses espaços são privilegiados e nós, pais, deveríamos aproveitar mais em benefício das nossas crianças.
Além da socialização, as praças e parques permitem o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades psicomotoras dos pequenos (e grandinhos também), funcionando como uma verdadeira academia. A diferença é que tudo é divertido!
Hoje, com a correria com do dia a dia e, claro, a violência das grandes cidades, são poucas as crianças que se beneficiam diariamente desses espaços. O que temos então? Crianças cada vez mais sedentárias, enfurnadas dentro de casa, diante da TV, jogando vídeo game, usando tablets e celulares…
Quem é professor, principalmente de Educação Física, percebe que as crianças maiores e os adolescentes de hoje são mais “estabanados”, não gostam de atividades motoras, como correr e pular e até apresentam dificuldades para isso.
Esses dias eu me assustei com uma criança, ou melhor um pré adolescente de 11 anos, que não sabia descer de uma mesa! Ele estava de pé ali porque sua avó estava tirando medidas para fazer a barra de uma calça. Então, para que ela não precisasse abaixar, pediu que ele subisse na mesa, já que esta era mais reforçada. Ele não conseguia planejar os movimentos do seu corpo para descer, poderia sentar, agachar ou até mesmo pular, mas precisou de ajuda! Tudo isso porque faltou experiência motora, o que se adquire facilmente nos parques infantis.
E essa inexperiência toda se deve a quê? Porque não era uma pessoa com deficiência, com limitações motoras. Só era alguém que teve privações, porque os pais entendiam que esses locais são perigosos e, às vezes são, se a criança se não tiver a supervisão de um adulto.
É claro que a aprendizagem motora dá para recuperar, não importa a idade, mas aí é um trabalho bem diferente. Quando a criança brinca livremente, ela desenvolve suas habilidades de forma natural, com prazer!
Além das habilidades motoras, como correr, subir e descer, equilíbrio, consciência corporal, coordenação motora, entre outras, existem também os benefícios sociais e emocionais.
Nesses espaços extremamente ricos em trocas, porque há crianças de famílias de diversos contextos, a criatividade é amplamente explorada. Muito se tem falado nas habilidades socioemocionais, que são competências que todos deverão desenvolver para serem bons profissionais quando adultos. E elas começam a ser trabalhadas lá no parquinho, quando a criança precisa respeitar o que é do outro, esperar a sua a vez, saber dividir, lidar com a frustração, gerenciar conflitos, ter autoconfiança e empatia.
Portanto, aproveite os fim de semana, chame os amigos, combine com os amigos da turma da escola. São esses momentos que enriquecem a infância e deixam marcas positivas. Resgate as brincadeiras que fizeram parte da sua infância (pipa, bolinha de gude, cinco marias)… as crianças de hoje não sabem o que é isso, mas se interessam muito quando nós contamos do que a gente brincava. Tem coisa melhor do que ver nossos filhos se divertindo?
Por Fernanda Alves
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