Neste dia 02 e abril se destaca pela Conscientização do Autismo, e trarei uma breve descrição da fundamental importância dos pais no engajamento da intervenção terapêutica de seus filhos.
Definindo engajamento, podemos citar que é o ato de se comprometer com uma causa ou objetivo usualmente próprio ou de um grupo. Uma das definições também aceitas tem a ver com quanto as pessoas são conectadas com a causa para a qual se dedicam.
E neste mês contamos com o engajamento de mais pessoas, para uma causa em comum que é o autismo, neste caso nos referirmos isso como engajamento social. Porém os pais de crianças com autismo tem o compromisso de estarem engajados constantemente com seus filhos, e não apenas nos dias alusivos a datas especificas. E este engajamento não se inicia após o diagnóstico, e sim como primário ao ato de serem pais, de serem responsáveis pela criança e após o diagnóstico de ter maior empenho e comprometimento com quaisquer necessidades que a pessoa com autismo venha a ter.
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Diante disso e da necessidade de engajamento dos pais nas intervenções, ressaltamos que o engajamento não pode estar baseado apenas nos arranjos terapêuticos dentro do consultório. Devemos também modificar as relações do ambiente natural para que possamos, de fato, atingir os objetivos, é neste momento que entra o engajamento parental.
Entretanto, a orientação parental não deve se restringir apenas ao treino específico das habilidades que tem de ser mantidas e generalizadas fora da terapia e ao manejo comportamental no ambiente natural. A função da orientação parental também deve ser a de investigar os comportamentos da família diante das dificuldades e evoluções da terapia, as expectativas, frustrações e necessidades pela qual a mesma possa estar passando e conseguir externalizar aos terapeutas, para que dessa forma atuem juntos em prol de um único objetivo que é a evolução da pessoa com autismo.
A saúde mental da família de crianças com autismo não pode ser encarada apenas como um pano de fundo. A família representa o ambiente natural no qual a criança passa a maior parte de seu tempo e deve ser vista como um dos focos do tratamento.
Há, ainda, uma outra situação bastante comum que pode ser observada no padrão de algumas famílias de crianças e adolescentes com autismo: a imersão completa em atividades, temas, programas e mídias sociais relacionadas ao tema. Evidentemente que o amparo e apoio de outras famílias, profissionais e de uma boa literatura provê uma ajuda fundamental especialmente nos primeiros meses após o diagnóstico. Entretanto, a imersão significa ocupar a maior parte do tempo falando sobre o assunto. Muitas vezes, há a tendência em esquecer que no mundo há outros filhos, programas, assuntos, pessoas, problemas, atividades em geral.
O engajamento não é uma tarefa fácil e é também algo frágil. Não vai se sustentar ao longo do tempo se não houver atenção cuidadosa e equilíbrio.
Por Roberta Ceron
Imagem: Pixabay
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