Fevereiro é mês de volta às aulas e quem não gosta de começar o ano letivo com um material bacana? Mas existe um item da lista de material escolar que merece atenção especial: é a mochila.
Você sabia que o peso máximo da mochila que o estudante pode carregar não pode ultrapassar 10% do peso do seu corpo? Sendo assim, se ele pesa 40 kg, sua mochila só pode pesar até 4 kg!
Agora, convenhamos, será que há necessidade de se carregar tanto peso assim? São diversos livros, cadernos, agenda, estojo… ainda tem roupas, lanche e até eletrônicos (que muita gente leva escondido). É lógico que esse peso todo vai provocar sobrecarga, principalmente na coluna, que é quem mais sofre com tudo isso. As principais alterações encontradas em alunos são a escoliose e a hiperlordose lombar, que são desvios posturais da coluna vertebral, além de dor e, é claro.
Muitas alterações posturais da fase adulta se iniciam ainda na infância e adolescência. E poderiam ser evitadas! Daí a importância de escolher e usar a mochila adequadamente.
A mochila ideal para carregar tudo isso é a de rodinhas, assim o peso não estaria nas costas. Contudo é importante que o tamanho da haste seja adequado à criança, para que ela não precise realizar adequações posturais. Uma mochila de rodinha com a haste muito baixa, por exemplo, de nada adianta. Também vai provocar dor e possíveis desvios na coluna.
Mas, que adolescente usa mochila de rodinhas? Então, oriente sempre seu filho ou aluno a usar a mochila com as duas alças sobre os ombros, assim o peso fica melhor distribuído. Muitos adolescentes têm mania de pendurar a mochila em um ombro só. Aí, o corpo é obrigado a realizar uma série de alterações não fisiológicas para se manter de pé, o que provoca os desvios.
Uma outra dica importante é que a mochila não deve ser maior que as costas do aluno, ou seja, ela não deve ultrapassar a linha da cintura. Portanto, lembrar sempre de ajustar as alças.
Os materiais mais pesados (livros e cadernos) devem ficar próximos ao corpo. Quando ficam afastados, a mochila “puxa” a pessoa para trás. Para não cair, é preciso deslocar o centro de gravidade para frente e, novamente, ajustes posturais são feitos. Esses ajustes também alteram a postura.
Caso perceba que mesmo levando somente o necessário, ainda assim a mochila está muito pesada, converse com a escola. Também é tarefa dela zelar pela saúde física de seus alunos. Há soluções para isso, mas é preciso ter boa vontade também. Isso também é planejamento pedagógico.
E claro, com crianças e jovens que precisam carregar tantas coisas e são tão sedentários, a prática de atividade física é essencial. Na fase adulta, um corpo mais fortalecido vai fazer toda a diferença!
Por Fernanda Camargo.
Capa: Keila Gomes.