Nessa época do ano, principalmente após o Natal, nossas crianças aproveitam as férias e se divertem com os brinquedos que ganharam dos pais, tios, avós. Em algumas famílias, uma verdadeira “brinquedoteca” pode ser formada.
Brincar é uma atividade extremamente importante para o desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo da criança. Maria Montessori, médica, pedagoga e intensa pesquisadora do universo infantil dizia que brincar é o trabalho da criança.
Mas, não é por isso que ela deve ter acesso a um grande número de brinquedos, quando e como quiser. A necessidade da criança é brincar, não de ter todos os tipos de brinquedos. Quando isso acontece, nossos pequenos deixam de explorar uma importante habilidade, até para a vida adulta: a criatividade!
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos reuniu dois grupos de crianças, entre 18 e 36 meses, em ambientes diferentes. O primeiro grupo teve acesso à apenas 4 brinquedos e o segundo à 16, durante 30 minutos.
Foi observado que o grupo de crianças que tinha apenas 4 brinquedos explorou muito mais esses objetos, percebendo mais seus detalhes e as possibilidades de brincadeiras que poderiam ser feitas.
No outro grupo, acontecia exatamente o contrário. As crianças passavam de um brinquedo para o outro rapidamente, sem explorá-los adequadamente. E com diversas opções de brinquedos, não havia tanta necessidade de se criar brincadeiras e utilizar a imaginação.
http://descobrindocriancas.com.br/2017/03/24/brincar-para-a-vida/
Isso não significa que não devemos comprar mais nenhum brinquedo para nossos filhos ou não permitir que ninguém mais dê presentes. Precisamos usar o bom senso! Aliás, o melhor brinquedo é aquele que estimula a imaginação e a criatividade da criança.
Quem nunca deu um presente para uma criança e esta preferiu brincar com a caixa ou o papel do embrulho? Simples, porque estes materiais podem ter mais possibilidades de ações do que um boneco que anda e fala, por exemplo.
Meu filho, de apenas 4 anos, me ensinou uma grande lição. Uma vez, eu e meu marido nos empolgamos e compramos para ele um carrinho de controle remoto do Batman, que era o personagem do momento, que acendia as luzes, fazia barulho, enfim, era “o carro”! Para nossa decepção, o Vitor preferiu brincar com a caixa e não com o brinquedo, por que este na verdade “brincava sozinho”.
Aí, cabe a pergunta: será que a criança precisa mesmo de uma infinidade de brinquedos? Hoje, o Vitor passa o dia todo com um mesmo passatempo: peças de encaixe. Mas, isso não significa que a brincadeira é a mesma, uma hora ele monta o Titanic, outra hora acontece um acidente na estrada e uma ambulância é chamada… Tem também helicóptero, zoológico. Um brinquedo e a criatividade e a imaginação a mil por hora!
Outro ponto que vale a pena refletir é que brincar também ensina valores. E nós, como pais ou familiares, às vezes, incentivamos o consumismo, quando para se divertir é preciso um número grande de brinquedos, o de última geração, o mais moderno, o mais caro. Só que, implicitamente, será que não estamos passando para a criança a mensagem de que para ser feliz é preciso ter, seja brinquedo, dinheiro, carro? É isso que queremos deixar para nossos filhos?
Texto muito rico, concordo plenamente, não importa o brinquedo, mas como brincamos! O menos é mais!!!
Oi Vanessa!! É verdade, o mais importante é brincar. Sempre! E, às vezes, nem precisamos de brinquedo não é mesmo? Basta ter imaginação. Obrigada pelo seu comentário . Um beijo!