O nascimento dos primeiros dentes

O nascimento dos primeiros dentes, conhecido como dentinho de leite é um grande acontecimento na vida dos bebês e de suas famílias. E vem acompanhado de grandes mudanças e dúvidas.

Os primeiros dentes de leite começam a nascer, em geral, próximo aos seis meses. Algumas crianças, porém, têm esse nascimento atrasado às vezes até perto de um ano, enquanto outras até já nascem com dentes na boca. Normalmente nascem primeiro os dentes da frente, começando pelos de baixo, seguido pelos de cima. Muitos são os sintomas associados com esse nascimento, alguns diretamente ligados outros nem tanto.

Faz parte deste processo, a gengiva ficar avermelhada, inchada e quente, como resposta à ação inflamatória que está acontecendo. Isso faz com que a criança se sinta incomodada e fique mais irritada afinal de contas ela não sabe ainda lidar com essas sensações, pois elas também são novidades. É também por causa disso que elas levam com frequência a mão ou objetos à boca, numa tentativa de aliviar o que está sentindo.

Mudanças nas fezes, como a ocorrência de diarréia, são em geral decorrentes das mãos ou de brinquedos contaminados e que são levados até a boca. Também podem ser resultado de alterações na dieta, pois não é incomum a criança rejeitar alimentos que antes já comia. Febres baixas, até 38ºC, também podem ocorrer também decorrentes do processo inflamatório.

Advém, mais ou menos ao mesmo tempo, a maturação das glândulas salivares, que são responsáveis pela produção de saliva. Por isso, a criança baba mais, apesar de ser somente um período de coincidência com o período de nascimento dos dentes. Além disso, por levar com maior frequência objetos a boca acaba também estimulando na produção de mais saliva.

Por se tratar de um processo fisiológico, o qual faz parte do desenvolvimento normal, as intervenções, quando necessárias, são direcionadas apenas ao alívio dos sintomas. Em geral, recomendam-se deixar disponíveis mordedores e brinquedos, preferencialmente aqueles destinados a este fim: ou seja, passíveis de lavagem, que não soltem peças ou tinta, ou que possam vir a arrebentar. Tais objetos podem ser resfriados, pois o frio gera a constrição dos vasos sanguíneos da gengiva diminuindo temporariamente o processo inflamatório. Também podem ser utilizados para este fim alimentos rígidos como cenoura ou pepino, cortados em tiras e também gelados. Picolés, sem açúcar, feitos, por exemplo, com o próprio leite materno também ajudam a aliviar.

Pomadas com anestésicos locais não são indicadas como rotina. Podem ser usadas em momentos esporádicos, quando o desconforto estiver mais acentuado.

Caso a criança apresente febres intensas, apatia exagerada ou diarréias muito fortes deve-se levá-la ao pediatra, pois os dentes não são os responsáveis, e provavelmente outro fator está levando a esses sintomas.


Artigo por: Carla Eloisa.
Imagem de Capa: Keylla Gomes

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